Ninguém sabe o preço

Você vê estirar-se o fio condutor da eletricidade, seja na via pública ou no lar, mas não pode avaliar as tensões que suporta em sua intimidade, para que o progresso se implante gerando a claridade, movendo indústrias, salvando vidas.

 

Você contempla a árvore florida ou frutescente, exuberando no pomar. Contudo, dificilmente entenderá que ela deve resistir à ventania, à canícula, às pragas e aos pesticidas, até conseguir estar apta para colaborar com a felicidade de quem se alimenta, de quem se veste, mora ou constrói mobiliário.

 

Você observa a ponte resistente e valorosa que encurta distâncias, que facilita percursos e contribui para o progresso. Não compreenderá, talvez, o preço pago pelas tonelagens que ela tem que suportar, as tensões mecânicas que precisa resistir para que o progresso se mantenha.

 

Recebe onde esteja o fluxo da água potável, que dessedenta e que se torna utilidade para todos. Dificilmente você pensará no percurso longo de sua corrente vencendo obstáculos, nas impurezas que perturbaram-lhe a composição e nos produtos bioquímicos que teve que receber em seu seio, até estar em condições de alimentar a vida com boa qualidade.

 

Você se deslumbra com a montanha altaneira que desafia as alturas, como um espetáculo de pedra imbatível. Não é comum que se analise, porém, tudo quanto ela deverá resistir para manter-se sobranceira como se mostra: os ventos permanentes, como permanentes lixas a consumir-lhe a superfície; os gelos que o inverno produz, fragilizando-lhe a constituição; os movimentos que lhe sacodem as bases, enquanto o planeta se altera; a modificação dos seus minérios em argila e areia, com o passar dos milênios.

 

Deveríamos viver copiando a natureza, dando conta do nosso dever sem mais nada que nos conturbasse a ação. Por mais que ofereçamos alegria e bem-estar a quem for, por maiores os elogios que nos sejam dirigidos ou por mais duros os comentários a nosso respeito, consideremos que só nós mesmos sabemos o que nos custa para sermos como somos.

 

Jamais nos exaltemos, então, nem nos sintamos desprezados, pois que, além das nossas aparências, o que legisla é a nossa realidade íntima, que pouca gente consegue ver.

 

Não se exiba. Não cobre reconhecimento. Dê o que possa e como possa como contribuição à vida, rumando de alma tranqüila e entusiasmada para a sonhada felicidade.

 




Rosângela
Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, em 10.02.02, na Fazenda Recreio, Pedreira-SP.

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© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014