Caridade

Eu sou o Sol que aquece a vida, em nome da Vida que criou o Sol.

 

Sou eu quem reverdece o campo em beijos cálidos após a demorada invernia.

 

Eu sou a força que sustenta as criaturas tombadas, a fim de que se ergam, e as desiludidas, para que recomecem a faina do próprio crescimento.

 

Eu sou o pão que alimenta os corpos e as almas, impedindo-os de experimentar deperecimento.

 

Sou eu a música que enternece o revoltado, e sou o poema de esperança que canta alegria onde houve devastação.

 

Por onde eu passo, um rastro luminoso fica vencendo a sombra que cede lugar à claridade libertadora.

 

Eu sou o medicamento que restaura as energias combalidas, e sou o bálsamo que suaviza o ardor das chagas purulentas que levam ao estertor e à alucinação. Sou a gentileza que ouve pacientemente a narrativa do sofrimento e nunca se cansa de ser solidária, conquanto a aflição que se espraie entre as criaturas.

 

Eu sou o fermento que leveda a massa e dá-lhe forma para aprimorar-lhe o sabor.

 

Sou eu a paz que visita a charneca, adornando-lhe a paisagem lúgubre.

 

Eu sou o perfume carreado pela brisa mansa para aromatizar os seres e o vergel.

 

Sou eu a consolação que cicia palavras de fé aos ouvidos da amargura e soergue aqueles que já não confiam em ninguém, aturdidos pelas frustrações e feridos pelas dores excruciantes.

 

Eu sou a madrugada que ressuscita todos aqueles que são tidos como mortos ou que estão adormecidos, a fim de que possam voltar ao convívio dos familiares saudosos e em angústias devastadoras.

 

Sou eu a água refrescante que sacia a sede de todas as necessidades e limpa as sujidades da alma deteriorada, preparando-a para os renascimentos felizes.

 

Eu sou o hálito divino sustentando a criação e penetrando por todas as partículas de que se constitui.

 

Convido minha irmã, a Fé, para que ofereça resistência ao viajor cansado e o alente em cada passo, concedendo-lhe combustível para nunca desistir.

 

Eu me apoio na irmã Esperança que possui o encanto de reerguer e amenizar a aspereza das provações.

 

Quando elas chegam, o prado queimado se renova, porque se me associam, fazendo que arrebentem flores e frutos onde a morte parecia dominar...

 

As duas, a Fé e a Esperança, constituem os elementos vitais da minha alma, a fim de que permaneça conduzindo todos os seres.

 

O Senhor enviou-me em Seu nome, com a missão de lembrar a Sua presença no mundo, desde quando me usou para que as criaturas que Lhe desafiaram a Justiça e a Misericórdia, pudessem recomeçar o processo de evolução.

 

Vinde comigo ao banquete suntuoso da ação contínua do Bem e embriagai-vos de felicidade.

 

Eu sou a caridade!





Cárita
Mensagem psicografada por Divaldo Pereira Franco, em 06.01.99, na cidade do Salvador-BA.

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© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014