Juventude e fugas

Incontestavelmente, nos dias de agora, como nunca, a fuga tem-se constituído em opção das mais ousadas, propiciando para um grande número de almas reencarnadas no mundo o retardamento, o adiamento de graves compromissos dos quais deveriam buscar a quitação na atualidade.

Foge-se por quaisquer motivos e pelos mais diferentes modos, na tentativa, conscientizada ou não, de procrastinar providências necessárias e mesmo urgentes.

No capítulo das fugas, a juventude apresenta o seu contingente de desavisados, frágeis acobardados perante circunstâncias provacionais e expiatórias, sem o conhecimento preciso das razões de lutar e da necessidade de vencer.

Deparamos com a excentricidade exagerada, com a desenfreada verbosidade ou com a agressividade deseducada a raiar para a violência nefasta, atuando como processos de fugas.

Outros se aniquilam no alcoolismo inveterado, quanto pelo uso de perigosos psicotrópicos, supondo evadirem-se dos problemas em foco, no campo das suas existências.

Mais desesperados e imprudentes, imensos magotes despenham sob o poder de “pacaus” de maconha, ainda do haxixe, quanto outros infelicitadores similares. Tombam nas voragens da libido esbraseada nos alcoices abafados pelos mórbidos vapores da ilusão.

Caem tantos pisoteados pelas dependências de excitantes ou de depressivos, pelas “colas” e “bolas” e “picos”, capazes de destroçar o equilíbrio eletrodinâmico das células nervosas, desestabilizando o campo energético do psicossoma, provocando grotescos suicídios que, a pouco e pouco, porém com a força avassaladora, consomem os dias e possibilidades potenciais desses Espíritos hebetados ou bestificados por essas mazelas.

Multidões de Entidades vingadoras ou exploradoras do mau caráter, investem sobre os incautos, locupletando-se, infelicitadoras, pois em si mesmas já são infelizes, admitindo a consumação dos seus intentos desastrosos, apoiadas nas atitudes de rendição dos invigilantes.

Outros desencarnados, sem que tivessem vinculação anterior com os atormentados em fuga, são atraídos pela afinidade que passa a existir como podem ser convidados à ação negativa por cruéis desforradores. Fugitivos que são, fogem de si mesmos, o que se torna uma irrisão, considerando-se que, em última análise, por mais que o homem, jovem ou maduro, se embriague nas taças da loucura ou dissocie a própria lucidez nos morbíficos anestesiantes do mal, ninguém logra fugir de si mesmo, pois, mais cedo ou mais tarde, todos se encontrarão à frente do espelho da consciência para os devidos acertos e para o início do processo de retorno da fuga sob indescritíveis testemunhos de sofrimentos, de dores, de trabalhos exigentes.

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Jovem cristão, tu que conheces, nas páginas da Doutrina Espírita, as causas das frustrações, conflitos e agonias que te marcam a estrada presente; tu que encontraste em Jesus Cristo o Astro Solar a balizar o teu rumo, não te permitas provar, sequer, os licores venenosos da desventura e da morte.

Levanta-te e deixa que a luz desse Sol insuperável te penetre o íntimo e exulta.

Arrosta os desafios que se te defrontem e ama o amor verdadeiro, educando-te para a realização do bem, certo de que nenhum fármaco ou excitamento sensorial como nenhuma argumentação mentirosa trar-te-á aos caminhos da paz que anelas.

Somente no trabalho do bem e na auto-renovação, terás a ventura inominável depois de superados os dias de fuga quando realizares o reencontro contigo mesmo, caminhando decidido e glorioso para o encontro com o Cristo que te espera para ajudar-te no esforço de conheceres a ti mesmo, sem mais razão para desejares fugir.

Supera-te e segue adiante.

Não mais retardes esse encontro com a vida feliz!



Ivan de Albuquerque
Cântico da Juventude, psicografia de J.Raul Teixeira

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© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014