A vitória da liberdade

Todos os grandes triunfadores do mundo passaram pela Terra nos seus carros dourados, temidos uns e odiados outros, invariavelmente deixando as marcas danosas das suas existências perniciosas...

Alguns combatentes desalmados, que semearam o terror e a destruição de tribos e de povos inteiros, ergueram impérios e tornaram-se temidos quão detestados, assinalando a história da sua passagem pelo mundo como consequência da sua brutalidade e selvageria.

Muitos tornaram-se protetores das artes e promoveram o desenvolvimento dos seus países, construindo monumentos que o tempo não venceu completamente, imortalizando-se através de obras grandiosas, de túmulos suntuosos, de estátuas, obeliscos e memórias das guerras que lhes assinalaram os triunfos...

Incontáveis notabilizaram-se pela crueldade com que tratavam os inimigos ou aqueles os quais os consideravam, escravizando-os e matando-os com insensibilidade total.

Um deles, após vencer um povo pacífico e espoliá-lo dos bens, comprazia-se em vazar-lhes os olhos com uma lança afiada, e porque o trabalho fosse-lhe exaustivo, teve a ideia de transformá-lo num instrumento bidente, facilitando a ignóbil façanha...

Os impérios egípcio, assírio, babilônio, persa, romano e diversos outros foram governados por múltiplos sicários da humanidade, que se ergueram na História sobre as cabeças decepadas dos vencidos, desaparecendo, também, a seu turno...

Os bárbaros que surgiram nos grupos hunos, godos, visigodos e outros, foram conduzidos por odientos líderes que se compraziam em incendiar as aldeias e cidades após vencê-las, salgando o solo, algumas vezes, para que nada produzisse, e ficaram conhecidos pela maldade...

Muitos levantaram os seus países contra o mundo em campanha sórdida de falsa superioridade, dizimando milhões de vidas que consideravam inúteis ou vazias de significado, submentendo as nações que se encontravam a sua volta em destruição impiedosa. Nada obstante, no auge do poder, cercados de cruéis ministros e comandantes começaram a sofrer reveses, e, quando tudo demonstrava a sua queda, suicidou-se o chefe supremo, que foi acompanhado por aqueles que fizeram o planeta tremer, e que, depois de assassinar as famílias, fugiram também aos impositivos das Leis através do vergonhoso autocídio...

A História é referta de fatos, nos quais, insanos governantes e comandantes de povos celebrizaram-se pelo terror, assinalando o período em que viveram pelas guerras da hediondez, do horror que mantinham contra a humanidade...

Seria de esperar-se que, nos tempos modernos, considerando-se o progresso tecnológico e científico, o desenvolvimento da ética e da bioética, as conquistas do pensamento e da civilização, já não houvesse lugar para esses famigerados tiranos da vida humana. Entretanto, ei-los renascendo em roupagens diferentes, no oriente e no ocidente, fomentando o terrorismo internacional e nacional, as revoluções e as guerras sofisticadas e não menos tirânicas, em que as vidas são ceifadas sem nenhuma piedade ou respeito pelos civís, especialmente crianças, idosos, enfermos e mulheres...

A sanha do poder permanece intacta nas suas estruturas doentias, ambicionando a dominação das vidas, em razão da impossibilidade de coinquistá-las pela sabedoria, pela arte, pela justiça.

É-lhes mais fácil fazer-se temidos do que respeitados, assim comprazendo-se em inspirar o ódio porque são incapazes de merecer consideração.

 
*

Entre as emoções que surgem no ser humano durante o processo de crescimento intelectual e racional, o medo assinala-o profundamente desde os primeiros momentos tribais, ou mesmo antes...

Esse sentimento que surge de maneira irracional desenvolverá outros equivalentes ou piores, como o pavor, o pânico, o terror...

Logo depois, ao apresentar-se a ira como preservadora da existência física, abre-se o elenco em forma de raiva, de ódio, de ressentimento, de vingança...

Só mais tarde, surgiu o amor em forma de proteção do grupo, de preservação da unidade do clã, que se manifestou em facetas variadas, como a da amizade, da ternura, do devotamento, do afeto profundo, da renúncia, da abnegação...

É compreensível, portanto, que haja predominância em a natureza humana das emoções primevas, levando o indivíduo à autopreservação, mediante a imposição do medo aos outros, do ódio que nele se encontra em potencial, até quando o sofrimento demonstrar a sua fragilidade, fazendo-o refugiar-se no seio do amor.

O amor é a mais bela expressão da verdade que se conhece, porque somente ele é possuidor dos valores que dignificam e enobrecem, que edificam e sustentam as vidas, dando-lhes estabilidade sob todos os aspectos considerada.

No passado remoto, no próximo como no presente, os líderes do amor deixaram pegadas luminosas, que mantiveram os povos e as civilizações confiantes na vitória do bem e conduziram milhões de vidas no rumo da paz, da fraternidade, do desenvolvimento cultural e principalmente moral.

Enquanto os guerreiros ferozes nas suas campanhas eram antecipados pelas tubas e anúncios apavorantes das suas tropas de extermínio, a doçura e a resistência do amor mantiveram as criaturas confiantes no futuro, não permitindo que a vitória dos alucinados ultrapassasse um breve período de ilusão, consumindo-os com a desencarnação vergonhosa, o assassinato vil, a mão da justiça que sempre alcançou alguns ao largo do tempo.

Os seus triunfos pavorosos foram de efêmera duração e não conseguiram prolongar-se após sua morte, mesmo quando transferiram o legado infame a familiares ou seguidores fanáticos, que também foram desapiados do poder ou consumidos pelo anjo da morte...

Enquanto se consideravam fortes foram submetidos ao impositivo do tempo que tudo transforma na sua voragem contínua, tornando-os pigmeus no concerto da humanidade sadia.

Nesse comenos, o amor sempre tem experimentado amesquinhamento, humilhação, sendo submetido ao impositivo das hediondas forças da governança de mentira, sem que possa ser vencido.

A doçura da compaixão, a força do perdão, o poder da misericórdia sempre superam as baionetas, os carros de guerra, todos os tipos de armas de destruição, a voracidades dos criminosos, a luxúria dos gozos pelas forças mortíferas da loucura, terminando por instaurar em definitivo o reino do amor na Terra.

Os poderosos sempre consideraram o amor como fraqueza de sentimento e não existe emoção mais grandiosa do que essa, porquanto é o amor que governa os dominadores e os dominados, e mesmo entre os mais ferozes adversários do ser humano, neles vige a dúlcida voz da ternura, expressando a sua realidade sob as duras camadas da insanidade mental, semelhando-se ao diamante estelar aguardando que se lhe retire a ganga que o oculta...

O amor é a expressão sublime da verdade, porque é o mesmo em todos os tempos e sempre atual em todas as épocas.

 
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Pilatos, o governante que não teve coragem de defender Jesus, suicidou-se depois, os poderosos do Sinédrio, que O condenaram, e a massa ignara que d’Ele zombou, não sobreviveram às forças asselvajadas de Tito, o filho guerreiro do imperador Vespasiano, que destruiu Jerusalém, pouco depois, no ano 70, impondo a primeira diáspora do povo judeu...

O imperador Tibério, em Roma, que governava o mundo, afastou-se da capital e refugiou-se na ilha de Capri, temendo os seus inimigos e morrendo algo dementado...

Mas Jesus, o símbolo vivo do amor, cada dia está mais presente no mundo e tudo quanto disse e fez, tornou-se paradigma para a nova civilização que surgirá dos escombros desta que sucumbe sob os camartelos da verdade.

Ama, portanto, em qualquer circunstância e confia...



Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 03 de junho de 2010, em Istambul, Turquia.)

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