Médiuns em desfile

Transitam com a mente atormentada, enver­gando roupagens distintas ou não, guardando n’alma o estrugir de forças que os desconectam interiormente.

Passam em ruidosa diligência ao prazer, fugindo de si mesmos, sob o vergastar da indescritível agonia de que se gostariam de libertar...

Correm, promovendo um movimento insano que os agita, já em aturdimento, entre exclamações in­ditosas, perdidos na multidão, porém sequiosos de amizade, mergulhados nos abismos das dores que os es­tiolam...

Seguem buscando "coisa nenhuma", sofrendo a inveja dos trêfegos, porque se alçaram aos postos de alto coturno, todavia se encontram perturbados sem um momento de equilíbrio, em face dos desajustes que experimentam.

Lutam pela conquista de valores expressivos e ao tê-los afogam-se nas drogas e nos prazeres selva­gens, afligidos por dramas de difícil solução...

Voejam de lugar em lugar, provocando ciú­mes, despertando cobiça e se sentem inditosos...

Difíceis de enumerados os padecimentos mo­rais e físicos dos que se engalfinham nas jornadas da loucura mediante as fugas espetaculares à responsabili­dade, sob a injunção da mediunidade perturbada.

Portadores de faculdades que exigem atenção e impõem cuidados, esses sofredores entregam-se levia­namente às evasões malsãs, procurando interromper o fluxo psíquico do intercâmbio que lhes brota de dentro, em momentosas comunicações espirituais obsessivas...

Detestam o dever e gostariam de receber res­postas excelentes do Mundo Espiritual com que, dizem, se fariam ideal instrumento da vida.

Querem a paz, mas não cansam de fomentar conflitos.

Promovem as satisfações do instinto e anelam por galgar as altas esferas da emoção...

Nada oferecendo a benefício próprio, reque­rem valores que não merecem.

A mediunidade é uma ponte colocada entre duas posições vibratórias, produzindo fácil intercâmbio.

Preservá-la a qualquer custo, enquanto luz a oportunidade, é relevante e inadiável dever.

O correto exercício da mediunidade dar-te-á inefáveis alegrias na Terra e após deixares a roupa­gem carnal.

Não te constitui uma escara ulcerada a dre­nar misérias morais.

Não excogites, receoso, quantos testemunhos e labores te competem investir a fim de lograres resul­tados felizes.

Todo ministério impõe contributo específico.

Cada dever resulta em direitos quanto o fruto descende da flor que se fana.

A mediunidade, extraídas as superstições dos vãos e retiradas as informações do sincretismo religioso negativo, é faculdade paranormal com que te provê a Divindade para a conquista de inexcedíveis valores.

Não tergiverses quanto ao aprimorá-la. Medita:

os pais são médiuns da vida;

o operário é o médium da obra que executa;

o oleiro é médium da forma;

o agricultor é médium da abundância do solo;

o escriba é médium das letras;

o orador edificante é médium das alocuções formosas...

Mediunidade espírita, porém, é a que faculta o intercâmbio consciente, responsável, entre o mundo físico e o espiritual, facultando a sublimação das pro­vas pela superação da dor e pela renúncia às paixões, ao mesmo tempo abrindo à criatura os horizontes lumino­sos para a libertação total, mediante o serviço aos com­panheiros do caminho humano, gerando amor com os instrumentos da caridade redentora de que ninguém pode prescindir.





(Do livro “Oferenda”, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco)

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© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014