Todos temos necessidade de refletir com amplitude a respeito de nossas vidas no mundo, porque absolutamente nós somos todos iguais.
No plano de Deus somos todos iguais. Não existe uma única criatura que seja superior à outra. Como filhos de Deus, não.
Deus não criou filhos escalonados: Este é do primeiro grupo, este é do segundo, este é da raça inferior, este é da raça superior.
Deus criou Seus filhos simples e ignorantes, todos partindo do mesmo ponto para alcançar a plenitude de si mesmo.
Daí então, nós começamos a pensar nessa especialidade em que muita gente se coloca.
Há muitas pessoas que se imaginam mais especiais do que outras.
Impostam para falar, se imaginam mais amadas, mais queridas por Deus, se vestem de maneira especial por causa disto, adotam codinomes particulares por causa disto. Porque elas se sentem especiais.
Isso corresponde a um processo psicológico da Humanidade, do ser humano, que nós poderemos chamar de carência afetiva ou complexo de inferioridade: Eu preciso ser mais gostado que o outro é. Eu preciso me sentir mais amado do que o outro é. Eu preciso que alguém preste atenção em mim.
Vemos, diariamente, pelas ruas de nossas cidades, homens e rapazes, moças e mulheres que envenenam seus motores de motos e de carros, fazem todo barulho do mundo para chamarem a atenção.
Passam por nós com os sons do carro em último volume, trepidando, para chamar a atenção.
Criaturas que se enchem de piercings, de tatuagens, que se pintam das formas mais aberrantes. Não pode ser por estética, é para chamar atenção.
Daí começamos a perceber que há essa necessidade quase doentia de ser especial. Mas, no plano de Deus, todos somos igualmente especiais.
Isso porque Deus criou Leis.
Essas Leis de Deus, que também chamamos de Leis Divinas regulam tudo quanto se passa no Universo.
É por isso que, gostando ou não, querendo ou não, nós temos que receber na Terra o inverno, o outono, a primavera, o verão. Temos que vivenciar as noites, por mais tenhamos medo da escuridão e os dias, por mais que o sol nos afete a epiderme.
Todas as Leis de Deus foram feitas para todos os Seus filhos. Então, nós vivemos num Universo submetido a Leis e, se estamos num mundo e num Universo submetidos a Leis, não há critério de especialidade no plano de Deus. Há Leis que servem para esses filhos, há Leis que servem para aqueles filhos.
O que ocorre no plano da Divindade, pelo que nós aprendemos dos Guias do mundo, é que são as mesmas Leis de Deus que se adaptam aos níveis em que se acham os filhos de Deus, do mesmo modo que as leis humanas não se aplicam do mesmo modo às crianças, aos indígenas, aos doentes mentais, pela sua condição daquele momento, daquele período.
Então no mundo, nos mundos, as Leis Divinas são as mesmas, ajustadas ao aprendizado, à capacidade, ao crescimento, ao progresso desses ou daqueles filhos do Grande Pai.
O fato de que nós vivemos sob as Leis de Deus garante que há justiça.
Quando Jesus Cristo nos ensinou: A cada um será dado conforme suas obras, aí está uma demonstração da Lei de Justiça. A cada um será dado conforme suas obras.
Não nos adiantará dizer, como muita gente diz: Eu estou melhor do que mereço. Não é verdade porque se alguém estiver melhor do que merece, razão terá outro de dizer que está pior do que merece, porque se há que se manter o equilíbrio universal das energias. Se alguém recebeu mais do que o mérito, esse algo mais foi tirado de alguém.
De modo que nós vivemos no mundo, exatamente como merecemos, porque a cada um é dado conforme as suas obras. Foi Jesus Cristo que nos ensinou isto.
De maneira que vale a pena nós irmos nos acostumando a essa ideia de que não somos especiais em relação aos nossos irmãos. Nós todos somos especiais no plano de Deus, porque Ele nos ama.
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É o amor de Deus que nos permite experimentar no mundo todas essas delícias que o mundo nos proporciona e sofrer no mundo todas as dificuldades que ele nos impõe. É porque há Leis.
Não existe uma única criatura que não esteja submetida ao sol e à chuva, aos ventos, aos raios cósmicos, aos raios solares. Não existe uma única criatura.
Quando nós pensamos nesse Universo de Leis, nessas Leis perfeitas do Criador, que é perfeito, temos que convir que precisamos nos ajustar a essa compreensão de que somos governados por Leis.
Quando pensamos nisso, pensamos também na vulnerabilidade a que estamos sujeitos aqui na Terra, principalmente em nível biológico, o nosso corpo físico.
Nascemos todos nós crianças, a nossa tendência é crescer. Mas na medida em que o tempo passa, o nosso corpo vai sendo submetido às leis biológicas. Nós vamos envelhecendo.
Se não desencarnarmos em crianças, todos teremos que apresentar-nos à adolescência, atravessaremos os caminhos difíceis da adolescência, as lutas internas, os ajustamentos psicológicos, os arranjamentos orgânicos, hormonais. Todos passamos por isto: é uma fatalidade biológica.
Dali há pouco crescemos. Uns engordam, quando foram magros na juventude, outros emagrecem, quando foram gordinhos na juventude. São as leis da biologia, da genética, fatais.
Mas há aqueles que não se conformam com o envelhecimento do corpo. Por mais belos, por mais belas tenham sido as pessoas, chega o dia, uma vez que o tempo é inexorável, que vamos tendo a pele desidratada, vão nos aparecendo as rugas, os pés de galinha e lá estamos nós envelhecidos.
E não adianta apelarmos somente para cirurgias plásticas, porque elas nos esticam a pele, o rosto, o corpo, mas não consertam as juntas e começamos a arrastar as juntas. A voz se nos altera, o raciocínio se nos altera: é uma imposição biológica.
Daí então, chegamos a um ponto que já não podemos comer a partir de certo horário. Um caldinho, uma sopinha, no início da tarde.
Quando somos jovens, comemos de tudo a qualquer hora, comemos qualquer coisa. Na medida em que a máquina orgânica vai envelhecendo, temos que ter cuidados. Não podemos comer qualquer coisa, porque há problemas de vesícula, há problemas de rins, há problemas de estômago, há problemas de toda ordem, no maquinário que está comprometido pela idade. As leis: quem não desencarnar antes, envelhecerá.
E as enfermidades?
Todos nós estamos submetidos na Terra a essa possibilidade de enfermar. Estamos sujeitos aos vírus, às bactérias, aos bacilos, aos gérmens de todos os tipos.
E aí contraímos, desde resfriados, de gripes a cânceres, tuberculoses, sífilis, pênfigo. Todos nós estamos sujeitos a essas dificuldades da saúde orgânica.
São Leis. O nosso corpo é vulnerável, porque na Terra tudo está sujeito a isto.
As plantas ficam doentes, os animais ficam doentes, os minerais ficam doentes e, naturalmente, nesses reinos anteriores à Humanidade, a essas doenças do reino mineral, nós dizemos que se transformaram os minerais.
Onde hoje nós encontramos a montanha de barro vermelho, era uma montanha de ferro, de minério de ferro, que os milênios transformaram em barro. É o ferro que morreu, o ferro que adoeceu e que se transformou.
As montanhas de sílica se converteram em areia, em areais. O envelhecimento da sílica, do silício. Então, nós vamos vamos vendo que tudo em a natureza é assim. A planta minúscula que se converteu em árvore frondosa.
Nós estamos todos submetidos às Leis. Mas das Leis todas que regem a nossa vida na Terra, há uma que é especial, a Lei do Amor.
Se nós deixarmos dirigir pela Lei do Amor, as lutas do corpo, da saúde, da vida social, todas parecerão um nada, porque o amor é que nos unirá.
Não foi por outra razão que disse Jesus Cristo: Nisso reconhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros: as Leis de Deus em nossas vidas.
sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 30.08.2009.
Disponível no DVD Vida e Valores, v. 5, ed. FEP.
Em 15.09.2020.
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