Assistência Espiritual
É muito comum nós escutarmos o ditado popular que diz: Diga-me com quem andas e te direi quem és. Quem não conhece isto? E, naturalmente, nós usamos esta expressão para designar as pessoas que têm más companhias, que andam em boas companhias. Pela companhia que a gente escolhe, as pessoas nos caracterizam.
Fulano é bom menino, ele procura boas companhias. Fulana é boa moça, está sempre com boa gente.
E o contrário: Ele não vale nada, vê o tipo de pessoa com quem ele anda.
Os seres espirituais têm uma outra maneira de encarar isso. Ao invés de dizer como nós dizemos: Dize-me com que andas e te direi quem és, eles têm uma outra maneira de informar, de dizer isto: Dize-me quem és e te direi com quem andas.
Porque Os Espíritos partem do princípio que nós é que definimos aqueles seres que queremos como nossos acompanhantes espirituais. Todos nós temos acompanhantes espirituais, indubitavelmente, quer nós acreditemos neles, quer não acreditemos neles; quer sejamos materialistas, ateus, quer sejamos espiritualistas.
O fato é que, como afirmou Paulo de Tarso, nós estamos cercados por uma nuvem de testemunhas.(Hb, 12:1)
Testemunhas positivas, que querem nos ver crescer, avançar, progredir, e testemunhas negativas, aquelas que estão prontas para puxar-nos os tapetes.
Daí, então, vale a pena enfocar a questão da assistência espiritual que todos nós temos, desde que estamos cercados por nuvens de testemunhas, desde que a população espiritual do planeta é muito maior do que a população encarnada, no planeta. Isso quer dizer: há maior número de seres no mundo espiritual do que seres na Terra, envergando um corpo físico, como nós.
Desse modo, é impossível que nós não tenhamos um acompanhamento espiritual grande, mas nem sempre esse acompanhamento espiritual é formado por seres que nos assistem, mas sim, por seres que nos rodeiam.
Aqueles que nos assistem, o fazem por afinidade conosco, por algum tipo de interesse junto a nós. Interesse em nossa evolução, em nosso progresso, em nosso crescimento, ou interesse em nossa desdita, em nossa infelicidade.
Mas tudo isso não deixa de ser assistência espiritual. Quem define o tipo de assistência espiritual é a gente, pela forma como a gente vive.
Todos nós temos nossos anjos guardiães. Esses anjos guardiães são Espíritos que Deus estabeleceu que seriam nossos guias, aqui na Terra, nossos tutores, aqui no mundo: inspirando-nos, acompanhando-nos, orientando-nos para o melhor, sempre para o melhor.
O anjo guardião sempre nos dá as boas dicas, os bons direcionamentos. Ele sempre se comporta como o irmão mais velho ou como um pai extremado, um pai muito atencioso, que estivesse sempre desejoso de ver seus filhos felizes. Essa é a postura do anjo guardião.
Às vezes, nós damos muito trabalho ao anjo guardião porque tudo quanto ele nos sugere, nós fazemos o contrário, nós desacatamos, nós desobedecemos. E, por causa disso, então, certamente advêm sobre nós infelicidades, tormentos, dificuldades, quando não ouvimos a voz inspirativa do nosso anjo guardião.
Mas, todos nós, detentores desses seres espirituais, que nos assistem, deveremos aprender a travar contato mais próximo, mais íntimo com o nosso anjo guardião, que é o maior dos assistentes que acompanha a nossa vida no planeta. É esse anjo guardião o ser que Deus colocou para nos atender, para nos entender. Colocou à nossa disposição.
Se somos pessoas, se formos indivíduos buscando sempre barulhos, tumultos, agitação; se gostarmos de muita atividade excessivamente barulhenta, com certeza não conseguimos o silêncio íntimo, para fazer ponte com nosso anjo guardião.
Ele é o ponta-de-lança da nossa vida. É ele que define aquilo que nós pretendemos conseguir, nos ajuda naquilo que desejamos alcançar, nos inspira para o bem e nos impulsiona para Deus.
Vale a pena pensarmos nesses assistentes espirituais, sim, mas, entendendo que nosso dever imediato é contatar com intimidade o nosso anjo guardião.
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É graças ao nosso anjo guardião que muitas situações nos são evitadas, porque ele trata de nos anteceder em muitos lugares, em muitos acontecimentos, para que nós não sejamos apanhados de surpresa.
Quantas vezes é ele que nos inspira mudança de caminho, a adoção de determinado caminho, é ele que nos inspira voltar à casa, depois de termos saído, e aí descobrimos que ficou uma panela no fogão aceso, que ficou uma panela sobre a chama acesa.
É ele que nos orienta para olhar o berço da criança que, às vezes, está de bruços, sufocada. É ele que nos orienta dar uma olhada no carro, antes de ligarmos a chave, e percebemos que há alguma alteração, algum vazamento. O nosso anjo guardião está sempre a postos, sempre a postos conduzindo-nos os passos, orientando-nos os passos.
Muias vezes, nós damos mais atenção espiritual aos seres que nos querem puxar para baixo, porque eles nos inspiram, por exemplo, para a bebida, e nós vamos; nos inspitam para o acinte à vida, e nós adotamos a sua inspiração; nos inspiram para o crime – e nós vamos; nos inciram para a droga – e nós vamos.
Certamente, ninguém recebe somente uma inspiração. Sempre quando nos vem à mente uma ideia negativa, paralelamente vem outra positiva: Fulano, faça isto, e a outra voz interna que diz: Não faça isto. Beltrano, prove isto, e outra voz interna que nos sugere: Não prove isto. E fica por conta do nosso livre-arbítrio, decidir o que fazemos e o que não fazemos.
Os nossos assistentes espirituais positivos, os Benfeitores Espirituais de nossas vidas, estão sempre pelejando para que nós acertemos, para que nós cresçamos, para que soframos menos. Mas, eles não nos podem impedir sofrer se nós buscamos o sofrimento.
E é por isto que nos cabe ter mais atenção para com nossa vida, porque, de acordo com a maneira que nós formos, estabeleceremos quais serão as entidades espirituais que nos acompanharão, que formarão esse grupo de testemunhas acompanhando nossa vida, cobrindo e secundando os nossos atos.
É por causa disto que Jesus Cristo orientava-nos sempre para o fato de ser Ele o Caminho, ser Ele a Verdade, dirigindo-nos para a grande Vida.
Não é à toa que Paulo de Tarso nos propunha: Vede prudentemente como andais, porque a forma pela qual nós andamos, os destinos os quais buscamos, definirão a assistência espiritual com que contaremos.
Não adianta as pessoas dizerem que a sua vida está indo para trás, que ela não tem sorte na vida, se seus pensamentos, se suas ações, se suas buscas são de má índole, são de má qualidade.
Quando ela pensa em alguém ou em alguma coisa, pensa sempre para baixo, pensa sempre negativamente. É óbvio que o tipo de entidades espirituais que lhe darão assistência, que a acompanharão serão entidades de baixo nível.
Nós temos a responsabilidade sobre a assistência espiritual que temos.
Era muito comum, ao tempo do saudoso Chico Xavier, as pessoas dizerem que se aproximavam de Chico Xavier e se sentiam bem, sentiam-se agasalhadas, sentiam-se abraçadas por Chico Xavier, que dava a cada pessoa a sensação de que era a mais amada por ele. Graças, então a esse envolvimento espiritual de Chico Xavier, a influência positiva que ele exercia sobre as pessoas porque Chico Xavier tinha uma assistência espiritual notável.
O Espírito Emmanuel, seu guia espiritual, seu anjo guardião, criava em torno dele uma aura de paz, de felicidade, de alegria, com toda a responsabilidade que o Chico tinha nas suas realizações. Era por isso, pela vida que ele levava, que merecia a assistência do Espírito Emmanuel.
Muitos de nós gostaríamos de ter como guias espirituais Espíritos positivamente bons, almas nobres, Espíritos angélicos. Mas, para isso, nós temos que fazer a parte que nos cabe aqui na Terra: a luta por ser bons, a luta por melhorar a nossa maneira de viver, a luta por melhorar aqueles que estão à nossa volta, e semear pelos caminhos por onde passamos as sementes da felicidade.
Nossos assistentes espirituais estão profundamente relacionados aos nossos hábitos, aos nossos pensares, ao nosso psiquismo.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 146, apresentado
por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em abril de 2008.
Em 8.2.2022
Em 8.2.2022
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014