Foi convidada a trabalhar na Escola Maria Ruth Junqueira, em 1960, por Abibe Isfer e Maria de Lourdes Sperancetta Pinto, tia Mari.
A Escola mantinha um convênio com a Secretaria de Educação para contratação de professores e, assim, o contrato de trabalho foi com o Estado. Iniciava aí a carreira profissional de Léa, que sempre ficou à disposição da Escola, mesmo quando em 1991, foram recolhidos todos os professores e lotados em outras escolas estaduais, graças ao trabalho que desenvolvia.
Mas, se Léa era a contratada na Escola, dedicou-se como voluntária na então Creche Bezerra de Menezes, por quatro horas diárias.
Quando Léa se aposentou, passou a ter dedicação total de suas horas, como voluntária, na Escola e na Creche, tendo trabalhado, ainda, no Albergue Noturno, no Departamento do Recém-Nascido e na Creche Josefina Rocha.
Difícil conseguir informações de Léa a seu próprio respeito. Tudo que ela fala se confunde com as ações da própria Escola e sua memória viaja, lembrando a execução de tantos projetos para aquisição de equipamentos, reformas, como a doação de fogões e máquinas de costura industrial, ampliação da escola com a entidade alemã Lateinamerika Zentrum.
E os cursos foram sendo montados, ampliando a sua oferta para os carentes interessados. E a busca por doações, por descontos,junto a empresas, continuou. Aquisição dos fornos para o curso de panificação, mais salas de aula, ampliando o prédio da rua Augusto Stelfeld, o que se deu na gestão de Napoleão Araújo que projetou o relógio de sol, mantido até hoje na fachada.
Viagens aconteciam para buscar recursos como a São Paulo junto a PRO VIDA, para conseguir a cobertura para o pátio da Creche.
Os esforços para manter a Escola em funcionamento, com qualidade excelente nunca pararam. Quando a Escola foi arrombada e levados os dez computadores, eis Lea requisitando junto à Secretaria do Trabalho, a substituição, conseguindo não somente dez, mas quinze computadores.
Isso porque Léa é uma pessoa sempre pensando à frente. Antes do arrombamento, um projeto já tramitava pela Secretaria de Estado solicitando novos computadores.
É isso: Léa é Escola, é Creche, é FEP em ação, sem descanso. Cinquenta e quatro anos de trabalho.
É esta pessoa que a FEP homenageou, na noite comemorativa de seus 112 anos de fundação, no dia 23 de agosto, lhe entregando uma placa, dizendo-lhe da gratidão por contar em seus quadros com seus serviços, com seu amor à Federativa, à Casa do Bem:
A Federação Espírita do Paraná se sente honrada em tê-la em seu quadro de servidores do Bem e lhe tributa gratidão pelos seus anos de dedicado trabalho.
1960 – 2014
Maria Helena Marcon
Em 6.10.2014.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014