Unificação paulatina, união imediata, trabalho incessante... - Bezerra de Menezes
Espíritas, meus irmãos!

Quando as clarinadas de um novo dia em luz nos anunciam os chegados tempos do Senhor; quando uma era de paz prepara a nova Humanidade, neste momento dominada pela angústia e batida pela desesperação, façamos a viagem de volta para dentro de nós.

No instante em que os valores externos perdem a sua significação, impulsionando-nos a buscar Deus no coração, somos, através de nossos irmãos, convidados à responsabilidade maior de amar, de servir e de passar...

Jesus, meus amigos, é mais do que um símbolo. É uma realidade em nossa existência. Não é apenas um ser que transitou da manjedoura à cruz, mas o exemplo, cuja vida se transformou num Evangelho de feitos, chamando por nós.

Necessário, em razão disso, aprofundar o pensamento na Obra de Allan Kardec para poder viver Jesus em toda a plenitude.

Estamos convidados ao banquete da era melhor, do Evangelho imortal, e ninguém se pode escusar, a pretexto algum.

Dias houve em que poderíamos dizer que não estávamos informados a respeito da verdade. Hoje, porém, sabemos... Agora que a conhecemos por experiência pessoal, vivamos o Cristo de Deus em nossas atitudes, a fim de que o sol espírita não apresente a mensagem de luz dificultada pelas nuvens densas que caracterizam o egoísmo humano, o ressentimento, a vaidade...

Unificação, sim. União, também.

Imprescindível que nos unifiquemos no ideal Espírita, mas que, acima de tudo, nos unamos como irmãos.

Os nossos postulados devem ser desdobrados e vividos dentro de uma linha austera de dignidade e nobreza. Sem embargo, que os nossos sentimentos vibrem em uníssono, refletindo as emoções de amigos que se desejam ajudar e de irmãos que se não permitem avançar – deixando a retaguarda juncada de cadáveres ou assinalada pelos que não tiveram força para prosseguir...

A tarefa da unificação é paulatina; a tarefa da união é imediata, enquanto a tarefa do trabalho é incessante, porque jamais terminaremos o serviço, desde que somos servos imperfeitos, e fazemos apenas a parte que nos está confiada.

Amar, no entanto, é o impositivo que o Senhor nos concedeu e que a Doutrina nos restaura.

Unamo-nos, amemo-nos, realmente, e dirimamos as nossas dúvidas, retificando as nossas opiniões, as nossas dificuldades e os nossos pontos de vista, diante da mensagem clara e sublime da Doutrina com que Allan Kardec enriquece a nova era, compreendendo que lhe somos simples discípulos. Como discípulos não podemos ultrapassar o mestre.

Demo-nos as mãos e ajudemo-nos; esqueçamos as opiniões contraditórias para nos recordarmos dos conceitos de identificação, confiando no tempo, o grande enxugador de lágrimas, que a tudo corrige.

Não vos conclamamos à inércia, ao parasitismo, à aceitação tácita, sem a discussão ou o exame das informações. Convidamo-vos à verdadeira dinâmica do amor.

Recordemos, na palavra de Jesus, que a casa dividida rui, todavia ninguém pode arrebentar um feixe de varas que se agregam numa união de forças.

É por isto, Espíritas, meus irmãos, que a Unificação deve prosseguir, mas a União deve viger em nossos corações. Somos semeadores do tempo melhor. Somos os pomicultores da era nova. A colheita que faremos em nome de Jesus caracterizar-nos-á o trabalho.

Adiante, meus irmãos, na busca da aurora dos novos tempos.   

Jesus é o Mestre por excelência e Allan Kardec é o discípulo fiel.

Sejamos nós os continuadores honrados e nobres da Sua obra de amor e da Sua lição de sabedoria...

E quando as sombras da desencarnação descerem sobre vós, e nós outros, os já desencarnados, nos acercarmos a receber-vos, podereis dizer:

Aqui estamos, Senhor, servos deficientes que reconhecemos ser, porque apenas fizemos o que nos foi determinado.

Ele, porém, magnânimo, justo e bom, dir-vos-á:

Vinde a mim, filhos de meu Pai, entrai no gozo da paz.

Muita paz, meus amigos!

Que o Senhor vos abençoe.

Bezerra
Mensagem psicofônica recebida pelo médium
Divaldo Pereira Franco, na noite de 20.4.1975,
na sessão pública da Federação Espírita Brasileira,
em Brasília, DF.
Em 18.1.2023.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014