Viver em paz - Divaldo Pereira Franco
Nunca será demasiado abordar-se a importantíssima questão da paz.

Vivemos a hora da turbulência e da agitação, na qual os indivíduos estorcegam entre o medo e a ansiedade.

Uma onda de agressividade varre a Terra nos seus diversos quadrantes dando lugar ao crime e à corrupção.

Os valores ético-morais estão quase esquecidos, e a cada dia mais se liberam os comportamentos alienantes e destituídos de significado edificante.

Verdadeiras aberrações adquirem cidadania e o exótico assim como o vulgar tornam-se aceitos e modelares.

A tragédia da pandemia que ainda não cessou completamente impôs regras de conduta severa à qual não se estava acostumado, produzindo choques entre as pessoas, mesmo aquelas que se amam, e perturbações de vário tipo.

As pressões psicológicas que produzem o medo espalharam distúrbios e têm gerado transtornos emocionais complexos.

Ao mesmo tempo, a guerra na Rússia e em outros países do Oriente, com ameaças de uma Terceira mais cruel e avassaladora, têm afetado milhões de pessoas que se refugiam no medo e na angústia, sem esperança em melhores dias pela frente.

Os veículos de comunicação de massa aumentam a insegurança das pessoas mediante noticiário assustador, alguns elegendo mais a desventura e o escândalo, produzindo pavor nos indivíduos que, além de pessimistas, tornam-se instrumento de desequilíbrio mental e emocional, aumentando o número dos desesperados.

Mentiras e calúnias terríveis surgem a cada instante, anulando quase a possibilidade de saber-se o que é verdadeiro em relação às criatividades injuriosas.

As pessoas perderam a fé nos tesouros da amizade, do bom relacionamento, da solidariedade, do companheirismo e as paixões políticas separaram-nas umas das outras, inclusive, no seio da família.

Em consequência, a desconfiança no próximo tornou-se viral e o egoísmo ampliou o seu campo nas vidas humanas.
A revolução industrial abriu as portas do infinito, facilitando a existência humana e embelezando-a, ao mesmo tempo, facultando desastres de toda natureza, quando mal aplicados os seus valiosíssimos tesouros.

O ser humano é o mais glorioso exemplo da Criação. Sua destinação é a plenitude.

Através dos bilhões de anos alcançou a inteligência e, mediante o pensamento, viaja às estrelas e às micropartículas interferindo, inclusive, nas Leis Universais.
Infelizmente, porém, nele ainda permanecem e predominam os instintos primários, que vem tentando transformar em emoções que alcancem a angelitude.

A cada um de nós cabe a tarefa inadiável de cultivar a paz a preço de qualquer sacrifício, conforme a proposta de Jesus Cristo, na programação do amor sob todos os aspectos imagináveis.

Viva em paz hoje, não se permitindo contaminar pela violência.

Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 27.7.2023.
Em 7.8.2023

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014