Dia Internacional da erradicação da pobreza - Divaldo Pereira Franco
Estamos vivendo na Terra um momento apocalíptico com as suas tenazes de horror, numa fúria bestial, que esmaga a sociedade e tudo quanto tem sido construído no seu processo de cultura e evolução.

O monstro da guerra, que tem sido aprisionado, embora ainda consiga espalhar o sofrimento e o pavor, arrebenta mais grilhões fortes e embriaga-se no sangue e no desespero das suas vítimas apaixonadas, assim como dos inocentes que buscam o progresso e lutam pela ordem.

Respirava-se uma paz mentirosa no mundo exterior, enquanto os depósitos de armas de terrível poder destrutivo eram armazenadas e projetos malignos eram traçados em túneis ocultos e gabinetes de luxo, quais lobos famélicos contemplando a presa que seria devorada.

...E de repente o Oriente Médio, quase sempre em situação de emergência para alguns dos seus países, deu um golpe de devastação, matando centenas de pessoas que se divertiam, e o planeta voltou a despedaçar-se ante os mísseis certeiros e outras armas de grande poder destrutivo.

A guerra libertou-se de mais uma cadeia que a limitava e aumentou o seu poder devastador de consequências terrivelmente imprevisíveis.

Dos escombros das lutas que já vinham destruindo grande parte da Humanidade saíram as feras da vingança, do descontrole emocional e, aos gritos do pranto e da dor, aumentaram os acontecimentos nefastos.

A inquietação da loucura tomou conta dos litigantes que se desejam aniquilar-se uns aos outros, estraçalhando no momento quaisquer possibilidades de paz.

O poder terreno foi convertido em armas terríveis, e a pobreza aumentou em toda parte, fazendo que a fome devore as suas vítimas nas ruas da miséria, do abandono, da indiferença.

De alguma forma, o avanço intelectual e tecnológico da sociedade abriu espaço não só para a guerra, mas campo para esta outra guerra terrível, pública ou oculta, da fome, da falta de teto para agasalhar, da carência de educação.

A guerra nunca resultou em benefício de nação alguma, porquanto aquelas que têm o triunfo em um período logo mais tombam no abismo da insensatez dos seus governantes e são destruídas.

É necessário desapaixonar os guerreiros de todos os matizes devastadores e demonstrar que o ser humano já atingiu um estágio de consciência racional que o leva a compreender a finalidade da vida, que é amar e servir ao próximo como a si mesmo.

A chamada paz do campo de batalha nem sempre proporciona harmonia ao país, permanecendo resíduos de mágoas e insatisfações que facultam novas guerras no futuro.

Erradique-se a pobreza, estimule-se o trabalho, treine-se o amor e se terá paz e felicidade.

O ser humano está programado pela Divindade para ser pleno e ditoso. Essa tarefa cabe à educação.

Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 2.11.2023.
Em 20.11.2023

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014