Ruy Holzmann

Filho do Maestro russo Jacob Holzmann e Maria Joanna Guimarães de Paula, nasceu em Ponta Grossa (PR), em 4 de janeiro de 1910, irmão gêmeo de Rubens Holzmann, dentista desencarnado em 10 de setembro de 1944, em Tibagi (PR), em desastre aéreo.

 

Foi aluno do famoso Padre Lux, no Colégio (Grupo Escolar) São Luiz. Pelas dificuldades naturais da época, jamais conseguiu cursar o Ginásio e nem ao menos fazer o exame permitido pelo famoso Art. 91. Após quatro meses de estudo da Escrituração Mercantil, sem direito a diploma, começou a trabalhar em 1º de Abril de 1924. A 19 de dezembro de 1938, ingressou, através de concurso público, no Banco do Brasil S.A., em Presidente Prudente (SP), depois Ponta Grossa (PR), União da Vitória (PR), Irati (PR), Londrina (PR), aposentando-se, como Subgerente da agência de Ponta Grossa, em fevereiro de 1970.

 

Autodidata, tornou-se, entre outras coisas, profundo conhecedor da língua portuguesa, celebrizando-se pelo livro de sua autoria Contos de lá e de cá, considerado um clássico pelos entendidos, cuja edição de 5.000 exemplares se esgotou em pouco tempo.

 

Espírita-cristão dedicou-se largamente à prática da caridade em vários campos, inclusive no de curas e no receituário gratuito da homeopatia, frutos de suas notáveis faculdades psíquicas.

 

Orador e escritor de extensos recursos, falava e escrevia escorreita e elegantemente, de improviso, em quaisquer situações, sobre praticamente qualquer assunto. Grande conhecedor do Novo Testamento, distinguiu-se, sobremaneira pelas palestras realizadas em vários cantos do país. Falava e escrevia, correntemente, os idiomas francês e inglês. Conheceu os Estados Unidos e vários países da Europa.

 

Casou-se, em 25 de junho de 1931, com a ibitinguense Amélia Zinézzi Holzmann, com quem teve os seguintes filhos: Norma, casada com Altino Alves Cordeiro; Licurgo, casado com Marília Corrêa Holzmann; Alcyone, casado com Yvanyr Therezinha Marchezini Holzmann; Lineu, casado com Eva Holzmann; Alceste, Mabel e Márcia, somando mais de 45 descendentes, entre netos, bisnetos, trinetos e tataranetos, todos espíritas.

 

Após a aposentadoria, Ruy transferiu-se para Curitiba, onde continuou servindo, gratuita e desinteressadamente aos necessitados, na Sociedade Espírita Capa dos Pobres, até que um infarto do miocárdio deitou por terra, na véspera do Natal de 1971, ainda no pleno vigor de suas faculdades, o gigante de quase dois metros de altura e - dizer do Dr. Alexandre Sech - 120 quilos de espiritualidade. Foi sepultado no Cemitério Municipal da sua querida cidade natal, por vontade expressa antes de sua morte.

 

O orador espírita Divaldo Pereira Franco disse que sempre considerou muito Álvaro Holzmann, mas teve uma enorme surpresa ao entrevistar-se com o espírito Ruy: o que no Álvaro era temperamento, no Ruy eram virtudes cultivadas!

 

Quando Divaldo foi distinguido com o título de cidadão honorário de Ponta Grossa, fez uma notável palestra em que revelou profundos conhecimentos sobre a cidade, desde seus primórdios. Perguntado por um vereador como poderia saber tudo aquilo, informou, alto e bom som, que fora inspirado pelo espírito de Ruy Holzmann.

 

Pela Lei 9170, de 14.10.1997, firmada pelo Prefeito Cássio Taniguchi, seu nome foi dado a uma rua do bairro Santa Cândida, em Curitiba, como justa homenagem a quem tanto serviu aos seus irmãos...


Licurgo Holzmann

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014