Ary Schmidt, filho de Miguel e Virgínia Schmidt, nasceu em Ponta Grossa - PR, em 7 de julho de 1921. Desencarnou, vitimado por colapso cardíaco, em 30 de maio de 2003, na mesma cidade onde sempre viveu com sua família.
Casou com Yone Mussi Schmidt, vivendo em matrimônio por cinqüenta e nove anos. Tiveram duas filhas: Agra Regina e Rosângela, que lhes deram cinco netos.
Desde menino alimentava o sonho de ser engenheiro mas, com a morte de seu pai, precisou ir à luta muito cedo, trabalhando com afinco para o sustento próprio, bem como de sua mãe e mais quatro irmãos menores, que precisavam ser alfabetizados. Com resignação, desistiu de realizar seu sonho em prol da família.
Muito jovem, conseguiu emprego no Banco Nacional do Comércio, no cargo de carteiro, trabalhando de dia e estudando à noite na Academia de Comércio, hoje, Colégio SEPAM, conseguindo formar-se contador.
Os conhecimentos que o curso lhe proporcionou foram extremamente úteis no desempenho de suas tarefas profissionais como bancário, galgando aos poucos o posto mais alto na hierarquia da agência bancária, em que trabalhava, o cargo de gerente, no qual se aposentou.
Trabalhou, ainda, por mais quinze anos num conglomerado da empresa Degraf, de onde foi afastado compulsoriamente, em virtude de enfarto no miocárdio, deixando-o com séria sequela, isquemia cerebral profunda, que o incapacitou para o trabalho, restando-lhe a monotonia, num exercício de paciência.
Mesmo interrompido seu ideal de ser engenheiro, as circunstâncias o encaminharam a outra profissão: realizava-se com pequenas construções, demonstrando extrema habilidade. A carpintaria o atraía, tendo em sua residência pequena oficina de trabalho.
Em meados da década de 1950, a convite do casal amigo Ubirajara e Yolanda Sabatella, foi assistir uma palestra na Sociedade Espírita Francisco de Assis de Amparo aos Necessitados - SEFAN, em Ponta Grossa. O orador era Divaldo Pereira Franco, de quem se tornou grande amigo. Maravilhou-se com as abordagens, identificando-se de pronto com o conteúdo, bem como integrou-se de imediato no movimento espírita, criando vínculos profundos de amizade com Guaracy Paraná Vieira, João Haddad, Lycurgo Negrão, Álvaro Holzmann, Ricardo Engel, Gustavo Biscaia e muitos outros.
Tornou-se espírita cristão em convicção e atitudes. Participou das programações da UMEC - União da Mocidade Espírita Cristã, tendo convivido com Célio Trujillo Costa, Alexandre Sech, Neuton e Ney Meira Albach, Marlene e Cléa Miranda, entre tantos confrades.
Escreveu diversos artigos para o Jornal Voz da Espiritualidade e participou do Programa Samaritanos no Ar, na Rádio Central do Paraná, depois Momento Espírita, nas Rádios Clube Ponta-grossense e Difusora de Ponta Grossa.
Sensibilizado com o alto volume de despesas do Lar Hercília de Vasconcelos (lar de meninas mantido pela SEFAN), idealizou a Campanha do Pão, na qual contatou e conseguiu a colaboração de inúmeras pessoas, que disponibilizavam donativos em favor da referida campanha.
Realizou vibrantes palestras na SEFAN, faladas com o coração. Participou da equipe de expositores da União Regional Espírita - 2ª Região, proferindo palestras nos Centros Espíritas da cidade e da região.
O Centro Espírita União e Humildade recebeu sua colaboração às terças-feiras, às 20h, com a implantação de um Programa de Estudos nos moldes do Estudo da Doutrina Espírita da Federação Espírita do Paraná.
Outra tarefa que realizou, ao longo de dez anos, foi a publicação e distribuição gratuita de mensagens psicografadas por Divaldo Pereira Franco, nas quais fazia a revisão ortográfica. Essas mensagens eram enriquecidas com ilustrações do artista plástico Álvaro Borges, residente em Curitiba. A impressão era cortesia de Luiz Noviski, proprietário da Livraria Brasil.
A distribuição mensal das mensagens mediúnicas, que levavam a palavra consoladora e esclarecedora da Doutrina, tinha muitos destinos e era aguardada com certa ansiedade pelos funcionários de diversos estabelecimentos bancários, comerciais, industriais, repartições públicas, Centros Espíritas da cidade, região e outros Estados, inclusive para a Argentina, aos cuidados de Juan Antonio Durante e Tito Cano, divulgadores da Doutrina Espírita no país vizinho.
Quantas lágrimas foram enxugadas através das mensagens que chegaram às mãos das pessoas pela mediação sempre disposta de Ary? Importante é saber que chegaram e auxiliaram inúmeras criaturas.
Tinha como hobby a pescaria onde, afastado das tribulações da atividade bancária, refazia suas energias na natureza, aproveitando esse ambiente para comunhão com o Senhor da Vida, meditando e preparando o conteúdo de suas palestras.
Dedicou grande parte de sua vida à Doutrina Espírita, marcando o seu dia a dia na divulgação dos postulados do Mestre Jesus à luz do Espiritismo.
Em 9.7.2012.
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