85 anos de trabalho na divulgação do Espiritismo
Artigo de Mundo Espírita publicado em 1987
Já vai longe aquele dia memorável em que grupos de homens independentes e de grande valor moral, rebentando as amarras dos preconceitos, vieram a público para manifestações de seus ideais espiritualistas. Naquela época, início do século vinte, havia no Brasil e no Paraná, principalmente, um domínio quase que absoluto de pensamento religioso pela influência preponderante do clero.
Mas a coragem desse pugilo de homens que haviam iluminado seus Espíritos com as revelações apresentadas nas obras básicas da Doutrina dos Espíritos, fê-lo pioneiros da organização do movimento renovador para composição de laços fraternais em torno de um ideal.
Assim nascia a Federação Espírita do Paraná, como Sociedade Civil, a fim de congregar os adeptos em torno de uma bandeira e propagar, esclarecer desde logo que o fenômeno espírita não era uma manifestação diabólica e sim um sopro divino que traria às almas sedentas de conhecimentos superiores e aos homens desencantados da fé religiosa, uma abertura nova para o conhecimento dos horizontes espirituais.
Plantado o marco inicial, desencadeou-se a batalha para conhecimento da realidade do Pensamento Crístico, dando ao homem uma nova forma de entender o mecanismo de vida de relação e o justo sentido da Justiça Divina.
A par de uma política de solidariedade ao ser humano, a novel entidade abria suas portas à prática do amor ao próximo, criando trabalhos e escolas.
Assim prosseguiam nesses 85 anos os que a ela se filiaram em forma de agrupamentos espíritas, tanto na Capital como no interior do Estado, ao lado daqueles que como seus diretores, consagravam suas horas disponíveis ao serviço da nova Doutrina.
Muitos foram os homens que abnegadamente consagravam seu tempo na prestação do Serviço à causa do bem, somente por amor à Doutrina.
E hoje, esta mesma Federação, que reúne em seus quadros centenas de sociedades espíritas, as quais lutam com o mesmo ardor, apresenta uma soma de serviços prestados à coletividade em geral nas mais variadas formas de assistência. Dispõe para esse trabalho, de uma vasta rede de escolas, albergues, creches, hospitais e lares, além do amparo espiritual, moral e material oferecidos pelas Casas Espíritas. Atinge assim, na execução de suas tarefas, o sonho acalentado por aqueles que foram idealizadores e aos que lhes seguiram os passos na demonstração de terem entendido a mensagem do grande e inolvidável mestre lionês Allan Kardec, discípulo muito amado dAquele que é na verdade a grande Luz de nosso Mundo - Jesus Cristo.
Salve pois os 85 anos de existência tão útil quão benfazeja da Federação Espírita do Paraná com votos de muita paz aos que lhe enriquecem esse patrimônio valioso no campo das realizações humanas. Quer como trabalhadores de seus quadros normativos ou ainda como doadores de recursos de qualquer natureza.
Mundo Espírita, que hoje é parte desse todo, congratula-se com seus pares e sua Diretoria, pelo transcurso do aniversário, formulando votos de muito progresso futuro em suas realizações, e bênçãos infinitas de Deus àqueles que tiveram a felicidade de contribuir com sua presença ou ajuda à realidade da Casa Mater do Espiritismo do Paraná.
Se recorrermos ao registro existente nos arquivos de nossa Casa Mater no Paraná, verificaremos, sem sombra de dúvidas que, aquilo que hoje em dia se fez em âmbito nacional em matéria de Unificação e que a Federação Espírita Brasileira somente conseguiu dar seu passo inicial em 1949, encontramos algo de pioneirismo no movimento espírita paranaense.
Desde as duas últimas décadas do século XIX, existia em Curitiba, como em outros Estados brasileiros, muitas pessoas que se dedicavam ao estudo das obras básicas da Codificação e que, por outro lado, mantinham intercâmbio com o mundo dos desencarnados, através de alguns médiuns de excelentes qualidades.
Àquela época, salvo o esboço de um trabalho federativo desenvolvido pela Casa Mater do Brasil, a doutrina ia tomando corpo, difundindo-se num clima de muita independência de ação. Havia um certo medo por parte dos adeptos da nova doutrina que a aglutinação dos profitentes e a montagem de um corpo direcional viesse institucionalizar o Espiritismo; daí resultar em vão o esforço do mundo espiritual para dar ao homem uma filosofia de vida sem sentido ortodoxo. O Espiritismo não devia ter chefe e nem mestres, somente Jesus, o Cristo de Deus, deveria ser o Mestre!
A Federação Espírita do Paraná também nunca pensou em tirar a liberdade de seus federados e nem mesmo lançar-se a um movimento que tivesse características diferentes daquelas que são traçadas nas obras da Codificação, tão bem traduzindo o pensamento do Mundo Espiritual, no uso da inteligência e sagacidade do Espírito notável que foi o Prof. Hipollyte Léon Denizard Rivail, legitimamente escolhido para uma missão de tal envergadura.
Por isso, fiéis ao espírito da Doutrina, homens livres para pensar em termos mais altos, em matéria de espiritualidade, ao terem contato seguro com aquela realidade que se retratava na obra básica, julgaram que o deslumbramento em clima de plena liberdade, sem o crivo da razão, poderia ocasionar dissabores e decepções, como só ter acontecido àqueles que se abeberam das delícias do poder mediúnico, sem querer saber a que vem de fato o Espiritismo ao mundo, usando por bênção divina as dificuldades que tornam o homem capaz de penetrar os arcanos de um mundo maior, para amenizar a dureza de sua cláusula na carne.
HISTÓRICO - Os antecedentes e a fundação
A História do Espiritismo no Paraná não é somente de fato aquilo que se registrou nos anais da Federação Espírita do Paraná e que agora estamos trazendo a público, através do relato que fazemos. No entanto, pouco se há feito no que tange às expressões movimento e doutrina, fora do que aparece como ação da mesma entidade no campo federativo.
Anteriormente à sua fundação, houve realmente um trabalho inicial a que se deve, pode- se dizer, o lançamento da base do movimento que resultou na formação dessa célula mater.
A presença de elementos humanos de expressivo valor, que desde os últimos anos do século dezenove já vinham ativando de forma correta o processo espirítico, tal qual sonhara o insigne Codificador do Espiritismo, foi o que ensejou a fundação instituir-se de maneira inteligente como se deu. Tal qual, pois, como almejara Kardec, os homens interessados em compor sociedades para o estudo da Doutrina, deviam fazê-lo ao modelo indicado e, assim, se efetivou em nosso caso.
Na verdade, tanto naquele tempo, mais ou menos recuado, como ainda hoje, o fenômeno era e é o interesse de muitos. Todavia a busca do fenômeno com a ciência do conhecimento foi a tônica dos valores humanos que se puseram a caminho, animados pelo embaixador da 3ª Revelação, Manoel José da Costa e Cunha, que tem seu nome ligado estreitamente ao pioneirismo do movimento Espírita em terras do Paraná. Esses homens pesquisaram, examinaram, confrontaram, discerniram e propagaram a nova fé. Para muitos, o Espiritismo é até hoje apenas um movimento de interesse da comunicação dos encarnados com os desencarnados, ou a procura de soluções impossíveis para fugirem do próprio compromisso assumido ao reencarnarem, quando, na verdade, a Doutrina Espírita é uma mensagem profundamente renovadora para a criatura humana, com base nos ensinos Crísticos. E a Federação a sentiu desde o primeiro momento de sua fundação conforme se vê no documento primeiro que lhe deu existência legal. (Ata de fundação).
Tão logo começaram a circular pelo Brasil as obras básicas da Codificação, nos portos de nossa costa marítima iam aparecendo alguns exemplos da obra O Livro dos Espíritos e de outras que a veneranda Federação Espírita Brasileira começara a distribuir, juntamente com a grande revista fundada por Augusto Elias, O Reformador. E dos portos iam as obras penetrando o interior dos Estados. Alguns comerciantes ou intelectuais, que mantinham contatos com a Corte e, posteriormente, com a Capital da República, muniam-se de obras literárias que eram ainda privilégio de ricos ou de quem morasse nos círculos adjacentes das editoras. Aí é que se situa a figura inesquecível de Manoel Cunha, português de nascimento que, do Rio de Janeiro, se transferiu para o Paraná e radicou-se em nossa Capital. Apreciador a princípio, militante depois, da Doutrina Espírita, adquiria as obras procedentes da Capital Federal e as distribuía às pessoas de sua amizade. Enquanto Manoel da Cunha ia formando, assim, uma elite espírita, outro grupo, também interessado nos fenômenos e na Doutrina, desenvolvia seu maior gosto pelas coisas sérias e de profundo valor moral. E aos poucos seus Espíritos iam se enriquecendo desses novos conhecimentos pelo que ouviam ou liam e, sobre seu fundo meditavam.
E ao desabrochar o século XX, um punhado de homens de valor intelectual e descompromissado com aqueles que viam no Espiritismo a manifestação do demônio e ainda pela estreiteza de suas amarras, atribuíam que o intercâmbio com o mundo dos Espíritos era a fonte de insanidade, sentiram-se por um entusiasmo estranho para se lançarem a um movimento em favor do novo ideal. Muitos deles já manifestavam, publicamente, suas preferências através da publicação de uma revista sobre Espiritismo, A Doutrina, que marcou época ao tempo de sua circulação. E, assim, graças a esses pioneiros, tem lugar, naquele memorável 24 de agosto de 1902, a fundação de nossa Federação. Naturalmente, alguns dos valores animadores desse passo deixaram de registrar seus nomes na Ata de Fundação e, por isso, queremos assinalar, desde logo, a profunda homenagem e admiração e todos nós que seguimos os seus passos nas lides de nossa Casa Mater, por sua estatura moral, quando tiverem a coragem de se identificar com os espíritas militantes naqueles longínquos dias de tanta ignorância em matéria de legítima mensagem espírita.
A FUNDAÇÃO - Levados pelo ideal de unificação das forças nascentes no movimento e, considerando, desde logo, os fundamentos sociodemocráticos da novel Doutrina, os trabalhadores das primeiras horas deliberam lançar as bases da organização estadual, uma das pioneiras do sistema, senão a primeira, hoje em pleno funcionamento em todo o Brasil. Assim, naquele dia 24 de agosto de 1902, reunia-se a plêiade de homens, de mentes arejadas e espíritos altaneiros, para consagrar o acontecimento, que seria o marco vitorioso de uma jornada idealista a se tornar granítica rocha, alicerçando o edifício federativo como os termos em nossos dias em terras brasileiras.
Os destemidos cavaleiros da luz da terceira revelação, personificados nos vultos inesquecíveis de Sebastião Paraná, Domingos Duarte Velloso, João Pedro Schleder, Augusto Correia Pinto, Benedito Viana, Jesuíno da Silva Pereira Ribas, João Urbano Assis Rocha, Manoel Pacheco de Carvalho, José Lopes Neto, Teodorico Lassala Freire, João Álvaro de Aguiar, Antônio Guiss, Félix Fernandes Alves e Alfredo Alves da Silva se tornaram os fundadores, juntamente com os Grupos Espíritas Allan Kardec e Luz nas Trevas, de Antonina e a revista A Doutrina, relacionada por Vicente Nascimento Junior.
A ata de fundação está assim redigida:
Aos vinte e quatro dias do mês de Agosto de mil novecentos e dois, reunidos na sala de redação da A Doutrina, rua América número nove, às dez horas da manhã, os abaixo assinados, convidados pela mesma redação para o fim de tratar-se da fundação da Federação Espírita do Paraná, ahi, de commum accôrdo, resolveram o seguinte: 1° - Fundar nesta cidade de Curityba, capital do Estado do Paraná, uma Sociedade Espírita para o estudo e propaganda da doutrina: 2° - Formular as bases para a organização da projectada Sociedade: 3° - Dar à mesma o título de Federação Espírita do Paraná, tendo por fim principal o disposto no parágrafo 1°, e unir pelos laços da federação todos os Grupos Espíritas existentes neste Estado, formando uma só comunhão como único meio de recorrer para suster a decadência da propaganda espírita. Em seguida, usando da palavra o confrade Sr. Domingos Duarte Velloso, disse que tinha já confeccionadas as bases para a organização dos Estatutos e pedia o consentimento para apresentá-las. Sendo deferido esse pedido, foram lidas as ditas bases, sendo depois de sofridas algumas alterações approvadas, para serem postas em discussão na reunião que para esse fim será opportunamente convocada. Foi lido um ofício dos Grupos Espíritas Allan Kardec e Luz nas Trevas, de Antonina, declarando aderirem aos fins da reunião, sendo resolvido a inclusão dos referidos Grupos na lista dos Fundadores. Resolveu-se marcar o próximo dia 31 de Agosto corrente, para outra reunião na qual se escolherá a Diretoria provisória, e as Comissões necessárias para a redação dos Estatutos. Nada mais havendo a tratar-se foi encerrada a reunião, sendo por mim Vicente Nascimento Junior lavrada a presente Acta, que vae assignada pelos confrades presentes.
Vicente Nascimento Junior - Redator da Doutrina - Augusto Correia Pinto - Benedicto Vianna - João Urbano da Rocha - Sebastião Paraná - João Álvaro de Aguiar - Domingos Duarte Velloso - Grupo Espírita Allan Kardec, de Antonina - Grupo Espírita Luz nas Trevas, de Antonina.
Em decorrência do primeiro ato legal para sua constituição, uma Diretoria provisória foi escolhida para os fins de direito, nas pessoas de João Urbano de Assis Rocha, Presidente; Teodorico Lassala Freire, Vice-Presidente; Vicente Nascimento Junior, 1° Secretário; Antônio Guiss, 2° Secretário; Manoel Pacheco de Carvalho, Tesoureiro e Félix Alves, Procurador.
A Comissão para redação dos estatutos foi constituída pelos associados Domingos Duarte Velloso, João Álvaro de Aguiar, Manoel Pacheco de Carvalho e Vicente Nascimento Junior.
Estava assim fundada a Casa Mater do Espiritismo no Paraná, iniciando a partir daí seus primeiros passos como sociedade civil. Doutrina, revista Espírita da época, em cuja redação se deu o ato da fundação, passou a ser órgão oficial da Federação Espírita do Paraná.
...DO INÍCIO DAS ATIVIDADES
A 14 de setembro, inicia-se o primeiro período administrativo-social e que vai até 4 de outubro de 1903, quando uma nova Assembleia Geral é realizada e elege o Dr. Sebastião Paraná para Presidente. Foram eleitos: Vice-Presidente, Domingos Duarte Veloso e 1° e 2° Secretários Virgílio Correia e Alfredo Alves da Silva, respectivamente; Domingos Greca é eleito Tesoureiro e Raymundo Ayres, Procurador. Na primeira reunião da Diretoria, em 31/01/1904, são incluídos novos associados, entre eles o Dr. Francisco Ribeiro de Azevedo Macedo, notável advogado, que mais tarde se constituiu em Benfeitor da Federação Espírita do Paraná. A 03/10/1904, por ser o mês em que se assinalava o aniversário de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec), a Federação realiza sua primeira sessão pública na sede da Associação dos Empregados do Comércio, tendo como orador oficial da noite o jornalista e espírita militante, Domingos Duarte Veloso. Foi uma reunião notável que, além de reunir apreciável número de adeptos e simpatizantes, contou também com a presença de autoridades civis e militares.
A sessão foi presidida pelo Prof. Dr. Sebastião Paraná, Presidente da FEP.
Em 22 de outubro de 1905, uma caravana da Federação vai à vizinha cidade de Piraquara, acompanhando o jovem José Lopes Neto, novo valor integrado nas fileiras do movimento, que ali iria proferir uma palestra sobre Espiritismo, abrindo assim, uma série de visitas que se realizariam em vários municípios, como Paranaguá, Ponta Grossa, Antonina, onde já havia núcleos de Espíritas que estudavam a nova Doutrina.
A 13 de outubro de 1906, tem lugar o lançamento da pedra fundamental da futura sede da Federação, em terreno situado no Alto São Francisco que lhe foi cedido pela Prefeitura Municipal de Curitiba, por proposta do jornalista Romário Martins, então camarista (que corresponde a vereador hoje em dia), sendo Prefeito, a esse tempo, o Coronel Joaquim Monteiro de Carvalho e Silva (Lei n°186, de 20/07/1906).
Por esse tempo, havia certa dificuldade para sediar a Federação, devido à falta de recursos econômicos e, por isso no ano de 1907, a Federação sediou-se gratuitamente, na residência de D. Maria de Jesus Araújo, ali permanecendo até a data de 6 de outubro, quando se transferiu para a primeira sede própria, ao mesmo tempo em que se comemorava mais um aniversário de reencarnação do ínclito Professor Denizard Rivail. Nessa ocasião, é colocado no salão nobre um retrato a óleo ainda hoje existente, do inimitável modelo de Amor que foi Jesus Cristo e executado pelo pintor e confrade Alfredo Anderson. Essa pintura foi calcada em uma efígie do Grande Mestre, atualmente no museu do Vaticano, que fora gravada numa joia, um anel enviado a Tibério César quando esse Imperador romano pretendeu a presença de Jesus Cristo, a fim de curá-lo de certo mal incurável que o afligia. (Carta de Públio Lentulus a Roma). Nesse ano de 1907, foi aprovada a primeira Constituição Social, dando nova forma estatutária à entidade mater e bem assim iniciando o movimento de evangelização com a criação da primeira Escola Dominical de ensino Espírita, para crianças. Encerra-se o ano social com eleição da nova Diretoria, ascendendo Domingos Greca à Vice-Presidência.
Em agosto de 1908 realiza-se memorável Assembleia Geral, que traça novos rumos ao movimento federativo e reorganiza a estrutura administrativa. É criada a Comissão Central, equivalente ao Conselho Deliberativo e desse poder passam a fazer parte os confrades Manoel Correia de Freitas, João Huy, João Pedro Schleder, Alfredo Alves da Silva, Domingos Fraxino, Antônio Vieira Neves, José Lopes Neto, Jesuino da Silva Ribas e outros. Essa Comissão Central, a 30 desse mesmo mês, elege, para Presidente da Federação Espírita do Paraná, João Pedro Schleder, José Lopes Neto e Antônio Vieira Neto, Secretário e tesoureiro, respectivamente. A esse tempo, o entusiasmo dos membros da Comissão Central, revitalizado, tentava novos métodos para aumentar o quadro associativo e para despertar maior interesse do público em geral pelas coisas da Doutrina Espírita, recorrendo inclusive ao incentivo do exercício sadio da prática mediúnica. Por esse motivo, programou a realização de reuniões de espíritas do Paraná e até mesmo de outros Estados, a que deu o nome de Congresso, ficando marcada a data de 3 de outubro, desse ano, para a realização do primeiro desses encontros.
Com o afastamento temporário do Presidente João Pedro Schleder, assume, interinamente, a Presidência, o Secretário João Lopes Neto.
Devido à premência de tempo entre a data da realização da reunião, o Congresso não alcançou seu principal objetivo. Tal fato porém não esmoreceu o ânimo de seus idealizadores. Algumas medidas foram tomadas pelo Presidente interino que foram, em seguida, ratificadas em reunião da Comissão Central de 18/04/1909. Sob a Presidência de João Pedro Schleder, com pequena modificação na Constituição Social, foi Criada uma Comissão Administrativa, composta de três membros, distinta da Comissão Central e escolhidos como seus membros os confrades José Lopes Neto – Presidente; Vicente Nascimento Júnior - Secretário e Antônio Vieira Neves - Tesoureiro.
Em 21 de março de 1909, foi fundada a Biblioteca da Federação Espírita do Paraná e iniciada sua instalação, a fim de facilitar e estimular a leitura das obras espíritas e daquelas que concorressem para melhor formação cultural dos seus associados.
No ano de 1910, entra em circulação um pequeno jornal espírita sob o título de Monitor Espírita, destinado à divulgação da Doutrina e para servir de meio de informação sobre o desenvolvimento do programa federativo. Como se vê por essas duas iniciativas, a preocupação da Federação, através de seus membros, sempre a de informar ao público, espírita ou não, aquilo a que se propunha a fazer como mandatária que era de caráter regional, uma vez que, obedecendo aos postulados de sua ata de fundação, não se tratava de um agrupamento fechado para tratar apenas dos interesses gerais ou particulares de seus adeptos, pois entendiam desde logo seus responsáveis, que o Espiritismo, em seus fundamentos, não aconselhava ninguém pretender usar a Doutrina em seu benefício, e, portanto, já em 10 de julho de 1910 é criada a Caixa de Socorro. Sua regulamentação se deu por ato da Comissão Central de 18 da outubro de 1910, e seu primeiro Diretor foi então o novo membro da mesma Comissão, Capitão Manoel Antônio Ferreira da Cunha. Essa Caixa foi o primeiro passo para a formação da grande rede de obras que, mais tarde, a Federação lançou em nosso Estado. Esses propósitos dos espíritas em divulgar as obras espíritas para tirar a imagem distorcida que até hoje fazem os inimigos da luz, motivou ciúmes e irritação de certos meios religiosos. Como a Revista do Espiritualismo Científico de Paris denunciasse a existência de Campanha que seria desenvolvida no Brasil contra o Espiritismo, em data de 6/11/1910, a Comissão Central aprova os termos de um manifesto lançado à Nação e ao Mundo Espírita em geral, advertindo das prováveis inventivas de que mais uma vez poderiam ser forjadas para denegrir a honra e a honestidade das Organizações Espíritas.
Em Janeiro de 1911, reúne-se a Comissão Central para a eleição do novo triunvirato, nome que davam aos membros eleitos para a Comissão Administrativa, bem como para apreciação do relatório da gestão anterior. José Lopes Neto, o jovem Presidente, faz excelente apreciação do valor daqueles companheiros que, ao seu lado, assumiram os trabalhos nessa marcha progressiva que vinha sendo desenvolvida pela Federação. Rende sua sincera homenagem aos mais chegados, tendo mesmo destacado a figura de Alfredo Alves da Silva que, além de colaborar na administração, era ainda o excelente médium a cujo encargo se encontrava o serviço de receituário da Casa e a Manoel Antônio Ferreira da Cunha, Diretor Tesoureiro da Caixa de Socorro aos Necessitados. São reeleitos José Lopes Neto, Vicente Nascimento e Antônio Vieira Neves, respectivamente para os cargos de Presidente, Secretário e Tesoureiro. Nesse ano, várias atividades são registradas, tais como a aprovação do projeto para a criação de um Sanatório para cura de obsidiados; a adesão da Federação ao 1° Congresso Espírita de São Paulo; a aprovação pela Comissão Central de normas para a organização e filiação de Grupos Espíritas; a transformação do trabalho Pró-Fundação, em Campanha para a construção do Albergue Noturno, tendo em vista que os contatos com a pobreza, através da Caixa de Socorros aos Necessitados, indicavam ser mais oportuno partir para a construção de um abrigo que oferecesse lugar mais humano para os homens batidos pela dureza da existência, proporcionando, dessa forma que, aqueles que transitassem por esta Capital em condições de real pobreza, recorressem à Federação Espírita, encontrassem onde reclinar a cabeça. Também foi registrada a passagem por Curitiba do tribuno espírita Dr. Manoel Viana de Carvalho, que proferiu várias conferências na sede da Associação dos Empregados da Comércio, sob os auspícios da Federação Espírita do Paraná.
Iniciou-se o ano social de 1912, com um acontecimento muito importante, qual seja a decisão da Comissão Central de filiar a Federação Espírita do Paraná à Casa Mater do Espiritismo, no Brasil, cujo pedido foi datado de 29 de abril de 1912.
Alguns outros registros não podiam deixar de figurar nos anais de nossa querida Casa. É nesse ano que Artur Lins de Vasconcellos Lopes é incluído no quadro social da Federação assumindo, desde logo, a redação do jornal Monitor Espírita, que passava a ser órgão oficial da entidade. Integravam a redação os confrades Nascimento Júnior e Vieira Neves. No mês de março, a Assembleia Legislativa do Estado concede um auxílio em dinheiro para ajuda da construção do Albergue Noturno. Esse auxílio deveu-se a um projeto apresentado pelo Deputado Romário Martins. Assim, em 24 de julho, são iniciadas as obras do Albergue Noturno, sob a orientação da Comissão presidida pelo então Major Manoel Antônio Ferreira da Cunha, que contava com a colaboração da fiscalização técnica do engenheiro militar, Capitão José Osório. O entusiasmo do Major Ferreira da Cunha era de tal maneira que o levava a visitar as obras diariamente e chegar ao ponto de, por muitas vezes, substituir sua farda pelas vestes de simples operário e passar a ajudar na mão de obra como se fora um servente braçal.
Em 1913, Artur Lins de Vasconcellos Lopes passa a integrar a Comissão Central, como representante do Centro Espírita de Imbituva. Nesse ano são reeleitos Nascimento Júnior e Vieira Neves, respectivamente Presidente e Tesoureiro e eleito Antônio Alexandre Braga - Secretário Geral. E Lins de Vasconcellos assume a Direção de Monitor Espírita. Ingressa na Comissão Central como Delegado do Centro Espírita Paz e Luz, de Paranaguá, o Prof. José Nogueira dos Santos. Ainda, nesse ano, a Comissão Central toma para si o encargo da execução das obras do Albergue Noturno, ficando o Major Ferreira da Cunha como fiscal.
Como reconhecimento e gratidão ao valoroso serviço prestado à causa Espírita pelo confrade Major Manoel Antônio Ferreira da Cunha é o mesmo elevado à categoria de Benfeitor.
Tendo sido proposta pela Prefeitura Municipal a desapropriação do terreno do Alto São Francisco, onde se situava a sede da Federação, foi adquirido o terreno da rua Saldanha Marinho, esquina da Alameda Cabral, e em janeiro foi lançada a pedra fundamental da nova sede. O confrade Artur Lins de Vasconcellos é incluído como membro efetivo da Comissão Central e eleito Secretário Geral, ficando José Lopes Neto e Antônio Vieira Neves, respectivamente, como Presidente e Tesoureiro.
O ano de 1914, repleto com a continuação das obras do Albergue e a realização do programa doutrinário, tem muitas atividades. Entre outras resoluções importantes figurou o encaminhamento de um trabalho da Federação para participação ao Congresso alemão de médiuns a reunir-se em 21.6.1914, em Mannheim. E a aprovação da proposta de Lins de Vasconcellos para a convocação do 2° Congresso Espírita, a realizar-se em Ponta Grossa, no início de 1915.
Em 1915 inicia-se o ano social com a eleição do prof. José Nogueira dos Santos, para Presidente, tendo como Secretário Geral, Lins de Vasconcellos e Tesoureiro, Antônio Vieira Neves. José Leprevost é incluído na Comissão Central, como representante do Centro Espírita Antônio de Pádua, de Imbituva. Foi designada Comissão preparatória do Congresso a realizar-se em Ponta Grossa, sob a supervisão da diretoria. A 11 de Abril, foi inaugurado o Albergue Noturno, com a presença de autoridades federais, estaduais e municipais. O confrade Manoel Antônio Ferreira da Cunha, uma da mais efetivas contribuições na construção da obra, lê seu discurso dando contas de seu trabalho, com agradecimentos profundos a todos quantos colaboraram para que ele e a Federação pudessem ter alcançado o término da empreitada. Falaram ainda: o confrade José Lopes Neto e o Presidente José Nogueira dos Santos. Após os atos públicos da inauguração, tem lugar a realização de uma sessão mediúnica em que se manifestou o Espírito Manoel Cunha, o velho pioneiro da Federação.
Por motivo de sua transferência para a Capital Federal, o Major Ferreira da Cunha demite-se da Comissão Central. Como medida de justiça e gratidão a Comissão Central concede-lhe o título de Presidente Honorário da Federação, cuja posse lhe foi dada na mesma sessão, sob calorosos aplausos dos presentes.
O jovem José Lopes Neto incansável à frente de suas tarefas doutrinárias também como médium de excelentes qualidades, passa a receber o concurso de José Leprevost no consultório mediúnico.
Afastados da Comissão Central os confrades Ferreira da Cunha e Alfredo Alves da Silva, que além de fundador e trabalhador da primeira hora, exerceu por longos anos cargos na Diretoria, suas vagas são preenchidas por dois novos valores - o Dr. Flávio Ferreira da Luz e João Antônio de Barros Neto. Inicia-se o ano com a eleição do triunvirato, sendo que, pela renúncia de Lopes Neto é, então, eleito José Nogueira dos Santos, ficando Lins de Vasconcellos e Vieira Neves como Secretário e Tesoureiro, respectivamente. Dessa maneira continuando Lopes Neto integrado à Comissão Central como representante do Centro Espírita Paz e Luz, de Paranaguá. Como se tratasse de preparar as reuniões para o Congresso programado para a cidade de Ponta Grossa, foi designada uma comissão composta pelos confrades Vicente Nascimento Junior, José Leprevost e Pedro Eugênio de Freitas.
De 23 a 25 de setembro desse ano, reúne-se em Ponta Grossa, na Sociedade Espírita Francisco de Assis e sob os auspícios da Federação, o 2° Congresso Espírita Paranaense. Os preparativos, tanto por parte da Comissão preparatória e organizadora, como dos cooperadores da cidade de Ponta Grossa, favorecem o ambiente para sua realização. A presença do então Presidente da Federação Espírita Brasileira, Sr. Manoel Quintão, deu nota alta ao encontro que, entre outros objetivos, visava a confraternização da família espírita paranaense e o fortalecimento federativo em torno da Casa de Ismael. O incentivo da palavra autorizada de Manoel Quintão aos congressistas, para o apoiamento das normas disciplinares das práticas nas casas filiadas à Federação do Paraná, coroou o trabalho que vinha sendo desenvolvido pelos membros da Comissão Central no campo da pregação doutrinária.
Como fato digno de registro, nesse ano, ainda temos o seguinte: Federación de los Espiritistas, de Porto Rico, conseguindo junto ao poder legislativo daquele País a aprovação de um projeto de lei abolindo a pena de morte, a Federação Espírita do Paraná congratulou-se com aquela entidade, enviando-lhe expressivo telegrama.
O ano de 1917 começa com a eleição de um novo Presidente. É o Dr. Flávio Ferreira da Luz que, conforme se vê nas mini-biografias em apêndice, prestou os mais assinalados serviços à Causa Espírita, além de ser um homem respeitável e de grande valor intelectual. Lins de Vasconcellos, que já se tornara verdadeiro líder no movimento, era amigo pessoal de Flávio, o novo Presidente, e de José Leprevost, que agora assumia a Tesouraria, compondo, assim o triunvirato. José Nogueira, embora afastado da Presidência, continuava firme, sendo agora eleito Presidente da Sociedade Publicadora Kardecista. Nesse ano, ingressa como delegado de entidade filiada o confrade Sebastião Barbosa Gondim, elemento que veio enriquecer as fileiras dos longínquos baluartes do Espiritismo em terras paranaenses, caldeando as qualidades daqueles que foram os primeiros trabalhadores da hora da fundação com os que ainda hoje guardam o valor dessa têmpera doutrinária, como veremos na sucessão dos companheiros que passam pela administração de nossa Casa Mater. José Lopes Neto, que havia assumido as funções de Diretor do Albergue Noturno e de Monitor Espírita, desencarna em Outubro desse ano, abrindo uma verdadeira lacuna difícil de ser preenchida, pois desde os primeiros momentos da Fundação até a data de sua partida para o mundo espiritual revelou-se sempre um trabalhador incansável, desempenhando tarefas da mais alta relevância, nos seu quinze anos quase ininterruptos de Membro da Direção maior de nossa Casa. Perdia, assim, a Federação, uma das joias de sua preciosa coleção de valores humanos que, não demorou muito, foi desfalcada de mais um de seus grandes exemplares. Também Alfredo Vieira Neto, outro trabalhador de méritos, após quinze anos ininterruptos em cargos de Diretoria, alternando funções de destaque e responsabilidade, parte rumo ao mundo dos desencarnados, deixando saudades profundas entre seus companheiros e uma falta bem grande às fileiras do Espiritismo.
Prossegue a caminhada federativa; no mês de janeiro de 1918 há uma renovação na Presidência cabendo, desta vez, o cargo a Artur Lins de Vasconcellos, voltando à Secretaria Geral, o fundador Vicente Nascimento Júnior, enquanto na Tesouraria permanecia o infatigável Vieira Neves. É incluído na Comissão, como membro efetivo, o médium José Leprevost e Álvaro da Silva Azevedo é investido como delegado da Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz, desta Capital. Hugo Borja dos Reis, elemento destacado na propaganda doutrinária é incluído no quadro de sócio-benfeitores, como reconhecimento à sua valiosa atuação. Há ainda, neste ano, algumas modificações na administração.
Antônio de Barros Neto, excelente companheiro de trabalho, conhecedor da doutrina e possuidor de virtudes peregrinas, deixou a Direção do Albergue Noturno, a qual vinha exercendo, desde sua inauguração, sendo substituído pelo confrade Romão Rocha, outro colaborador a quem a Federação também muito deve. José Lopes Neto assume as funções de procurador, cumulativamente com seu trabalho nos setores doutrinários em geral. Nesse ano, são incluídos no quadro social os confrades: acadêmico de medicina e professor Luiz Parigot de Souza e o Dr. José Henrique de Santa Rita, cujo respeito sempre mereceu dos círculos jurídicos do Paraná e na Magistratura, onde atingiu o cargo de Desembargador.
Crescia aos poucos o número de Grupos Espíritas a se filiarem à Federação, ensejando a presença de novos elementos a participarem da Comissão Central como delegados dos mesmos.
O ano de 1918 recebe a colaboração de Antônio Duarte Veloso que, além de ingressar na Comissão Central é eleito Tesoureiro Geral, incorporando-se ao Triunvirato, tendo Flávio Ferreira da Luz como Presidente e Lins de Vasconcellos como Secretário Geral. João Eugênio Justen, outro elemento que estava fadado a dar excelente contribuição, é designado para Diretor da Biblioteca. Irrompendo no País, em consequência da guerra mundial, a grande epidemia de gripe que atingiu o povo brasileiro, nossa Capital se viu assoberbada com sérios problemas de hospitalização das classes menos favorecidas; esse fato levou a direção da Federação, em gesto de justa solidariedade, a oferecer suas dependências para abrigar os doentes pobres.
Domingos Greca que esteve afastado da Comissão Central, volta à mesma como Delegado do Centro Espírita Apóstolo Pedro.
No ano de 1919, é promovida uma reforma estatutária e aí, depois de longos estudos, é elaborada a Constituição Social que, afinal, recebe sua aprovação em reunião da Comissão Central, em 5 de janeiro. A Comissão Central é substituída pelo Conselho Federal, poder deliberativo, constituída por um número de membros permanentes que apresentavam o quadro social, agora composto de Núcleo Central e de tantos Delegados quantos fossem as sociedades espíritas filiadas. Era de fato, poder representativo. A eleição a ser procedida pelo novo Conselho escolheria o Presidente, o primeiro e o segundo Vice-Presidente, sendo os demais cargos preenchidos por nomeação do Presidente, pela livre escolha entre os espíritas militantes. Procedida a eleição, foram eleitos: Presidente, Flávio Ferreira da Luz; 1° Vice-Presidente, José Nogueira dos Santos; 2° Vice-Presidente, Olímpio Lisboa. O período social era agora bienal. Para os demais cargos foram designados os seguintes diretores: Secretaria Geral - José Leprevost; Tesoureiro Geral - Artur Lins de Vasconcellos; Diretor do Núcleo Central - Prof. José Nogueira dos Santos; Secretário - Dr. Rômulo Gutierrez; Bibliotecário - João Eugênio Justen. Marcolino Monteiro, Nascimento Junior e Sebastião Barbosa Gondim foram nomeados para outros cargos. Ingressam no quadro social Antônio Borges de Moura e Antônio José de Oliveira. Tendo-se afastado da Secretaria Geral, o Sr. José Leprevost foi substituído pelo Prof. Luiz Parigot de Souza. Passam a integrar o Conselho os confrades Domingos Greca e Sebastião Barbosa Gondim. Depois de vários anos de prestação de serviços, renuncia ao cargo de Conselheiro Vicente Nascimento Júnior. No dia 1° de julho desse ano, é incluído no quadro social o livreiro João Ghignone e, em agosto, Pedro Augusto Pereyron e Antônio Bedene Júnior, elementos esses que desde logo se engajaram no trabalho. A 24 de agosto, data do aniversário da fundação da Federação, é instalada a Escola Doutrinária denominada Bezerra de Menezes, a cargo do Conselheiro e Prof. José Nogueira dos Santos, sempre presente nos setores de trabalho, desde seu ingresso nos quadros sociais. Em outubro, tendo deixado o cargo de Professor da Escola Elementar Noturna, que há muito funcionava na sede federativa, o Prof. Felisberto Augusto Farracha é substituído pelo Prof. e acadêmico de medicina, Luiz Parigot de Souza. Assume o cargo de Diretor do Albergue Noturno, Sebastião Barbosa Gondim, cumulativamente com outras funções que já vinha exercendo. Passam a integrar o Conselho, nesse ano, os confrades Luiz Parigot de Souza e Antônio José de Oliveira.
Em 1920, desenvolvendo sempre o mesmo programa de atividades, o Conselho realiza suas reuniões, sendo que, na primeira delas, faz a escolha do Presidente e 1° e 2° Vices, elegendo, respectivamente, Olímpio Lisboa, José Nogueira dos Santos e José Leprevost. Dessa maneira, permanecem como Secretário Geral e Tesoureiro Geral, Lins de Vasconcellos e Antônio Duarte Veloso. Também, em sua primeira sessão, foi fundado um Hospital Espírita, atendendo proposta de vários Conselheiros, entre eles Luiz Parigot de Souza e José Leprevost. A 1ª Comissão para iniciar os trabalhos de organização do Hospital contou com os confrades Flávio Ferreira da Luz, Lins de Vasconcellos, Parigot de Souza, J. P. Schleder, Domingos Greca, Nogueira dos Santos, Mário Barros, Rômulo Gutierrez, Carlos Macedo, Zacarias de Paula e Hugo Reis. No mês de julho, João Ghignone passa a integrar o Conselho como representante do Centro Espírita Teodoro Hasmann e é designado para o cargo de Diretor do Albergue Noturno (reunião de 22/07/1920). Artur Lins de Vasconcellos é designado para Diretor da Escola de Doutrina Bezerra de Menezes. Em reunião de 11 de outubro, são incluídos na categoria de sócio-benfeitores os confrades João Urbano de Assis Rocha e Dona Amélia Lopes.
Em 9 de janeiro de 1921 são eleitos, respectivamente, Flávio Luz, José Leprevost e Olímpio Lisboa para os cargos de Presidente, 1° e 2° Vice-Presidentes. Os auxiliares permanecem os mesmos; deixa a Biblioteca em 5 de março, por motivo de transferência, Justen. Nesse ano, desencarna o sócio fundador e ex-presidente, João Pedro Schleder, que era o Conselheiro n° 1°.
No ano de 1922, são eleitos Presidentes, 1° e 2° Vice-Presidentes, respectivamente, Olímpio Lisboa, José Leprevost e José Nogueira dos Santos. Passa a fazer parte do Conselho, Pedro Augusto Pereyron.
Em 1923, renova-se a Diretoria, indo Lins de Vasconcellos para a Presidência, Pedro Augusto Pereyron e José Nogueira dos Santos, respectivamente, para 1ª e 2ª Vice-Presidência. Para a Secretaria Geral foi designado Flávio Ferreira da Luz e para Diretor do Albergue, Sebastião Barbosa Gondim, tendo como sub-diretor Olegário Ayres de Arruda, Pereyron e Barros Neto, diretores do N. Central.
Em 1924, são eleitos Artur Lins de Vasconcellos, José Nogueira e Antônio Veloso para os cargos de Presidente, 1° e 2° Vice-Presidentes, respectivamente. Os auxiliares permanecem os mesmos, em sua maioria, sendo que o Prof. José Nogueira dos Santos exercia outras funções, juntamente com o seu cargo eletivo. Gondim continuava como Tesoureiro desde 1922. Flávio Ferreira da Luz permanece como Secretário Geral e João Urbano de Assis Rocha, que retornou ao Conselho, é designado para diretor do Núcleo Central. São incluídos como sócios benfeitores Gabriel Ribeiro e Cecília Barbato.
O ano de 1925 foi um ano marcado para a Federação Espírita do Paraná. Em janeiro, deu-se a reeleição do Presidente e Vice-Presidente. Os auxiliares permaneceram. Em 5 de março, entretanto, o Conselho reúne-se e toma conhecimento do andamento na Assembleia Legislativa do Estado, de um projeto de Lei mandando instalar, pelos cofres públicos, dois Bispados: um em Ponta Grossa e outro em Jacarezinho. Deliberou o Conselho, em nome da liberdade de culto e da separação entre a Igreja e o Estado, telegrafar ao Presidente da República protestando contra tal medida. Em 12 de abril, o Conselho aprova moção de solidariedade aos confrades Artur Lins de Vasconcellos e Flávio Ferreira da Luz, Presidente e Secretário Geral, pela atitude assumida, assinando, pessoalmente, o telegrama de protesto. Esta atitude desassombrada desses dois confrades custou-lhe as maiores perseguições por parte do Governo Estadual. Sendo ambos serventuários da Justiça, sofreram o esbulho de seus cargos, embora a lei lhes assegurasse estabilidade. Mais tarde, porém, foram reparados, Flávio ainda se utilizou do cargo; Lins de Vasconcellos, porém, apenas poderia ser ressarcido em valor econômico, porque, quando teve ganho de causa, já não mais lhe interessava sequer o próprio valor da questão, da qual abriu mão em favor dos cofres estaduais.
Em 1926, Artur Lins de Vasconcellos é reeleito Presidente e Flávio Ferreira da Luz deixa a Secretaria Geral e assume a 1ª Vice-Presidência, enquanto João Urbano de Assis Rocha ficava na 2ª Vice-Presidência. Os demais cargos, da designação, são atendidos por Olegário, Gondim e o próprio Prof. Nogueira, à frente do Núcleo Central.
Em 1927, Flávio Ferreira da Luz assume a Presidência, ficando a 1ª e 2ª Vice-Presidências com Lins de Vasconcellos e Prof. José Nogueira.
Em 1928, é eleito Presidente Marcolino Monteiro, e Domingos Greca, 1° Vice-Presidente, sendo reeleito José Nogueira, 2° Vice-Presidente.
Em 1928, é eleito Presidente Marcolino Monteiro, e Domingos Greca, 1° Vice-Presidente, sendo reeleito José Nogueira, 2° Vice-Presidente.
Nesse ano, João Ghignone é incluído como membro efetivo do Conselho, enquanto Antônio Duarte Veloso, antigo colaborador, se afasta, motivado por força maior, depois de haver exercido várias funções durante longos anos. Flávio Ferreira da Luz passa a dirigir o setor de publicidade da Federação. Em 8 de abril de 1928, é criado o Sanatório para tratamento de Obsidiados, por projeto de autoria de Flávio Luz, José Nogueira e Barbosa Gondim. Em 14 de outubro é incluído no Conselho o confrade Antônio Borges de Moura, velho comerciante de Curitiba que é desde logo nomeado para Presidente da Comissão executiva Pró-construção do Sanatório.
Em 1929, inicia-se o ano social com a eleição de Lins de Vasconcellos para a Presidência, Prof. José Nogueira dos Santos e Marcolino Monteiro, respectivamente, como 1° e 2° Vice-Presidentes. Barbosa Gondim continua à frente da Tesouraria e Jacob Holzmann e Esmeraldo Brasil são nomeados para Diretor e Sub-Diretor do Albergue Noturno.
Na Comissão Pró-construção do Sanatório é incorporado o confrade Domingos Greca, ao lado de Flávio Luz e Antônio Borges de Moura. O Presidente Lins de Vasconcellos procurou dinamizar o Movimento Espírita nesse ano. Assim, através de muitos atos, proclamou os Espíritas à aceitação dos princípios que poderão tornar o Espírita uma criatura respeitável e considerada. Não um homem à parte da sociedade humana, porém, um cidadão do povo cujos exemplos de dignidade deixariam antever que o Espiritismo dá rumos seguros ao ser humano para nortear sua vida de relação. Esse ato do Presidente, que tomou o n° 180, é uma renovação daquilo que, desde seu ingresso na Federação, caracterizou seu entusiasmo pela Doutrina e a vontade que ia em seu espírito a ponto de querer fazer as demais pessoas sentirem a mesma alegria que ele sentia em ser Espírita. Em 9 de dezembro, o Presidente aprova a edição de mil exemplares do trabalho organizado pelo Prof. Sebastião Paraná, intitulado Vade-mecum (preces e ensinos espíritas). Em 1930, no dia 12 de janeiro, Artur Lins de Vasconcellos renuncia ao cargo de Presidente, por motivo de transferência para fora da Capital, uma vez que os resíduos em consequência de sua atitude assumida como membro da Diretoria da Federação no chamado caso dos Bispados causaram-lhe muitos prejuízos, inclusive a perda do cargo de Oficial maior do1° Tabelionato da Capital. O Conselho, considerando os reais serviços prestados ao Espiritismo do Paraná, resolve, por proposta do confrade Flávio Ferreira da Luz, criar o cargo de Presidente Honorário da Federação Espírita do Paraná e confere essa honra ao preclaro irmão Lins de Vasconcellos. Tem lugar após, a eleição dos novos membros da Diretoria, recaindo a escolha de José Nogueira dos Santos, Flávio Ferreira da Luz e João Ghignone, respectivamente, para Presidente 1° e 2° Vice-Presidentes. Barbosa Gondim continua como Tesoureiro Geral. Em 11 de janeiro de 1931, José Nogueira é reeleito, juntamente com Flávio Luz, retornando ao Conselho Pedro Augusto Pereyron, que é eleito 2° Vice-Presidente. Nesse ano, passa a fazer parte do Conselho o confrade Abibe Isfer, como delegado do Centro Espírita Anjos Fiéis. Permanece na mesma comissão Pró-Sanatório e, em outubro, retorna às suas funções de Diretor da Biblioteca o confrade João Eugênio Justen, que passa a integrar o Conselho como representante do Centro Espírita Teodoro Hasmann.
Em 1932, renova-se a Diretoria, em janeiro, sendo escolhido para Presidente o Confrade João Ghignone e assumindo a 1° e 2° Vice-Presidências, respectivamente, Antônio Viegas e Flávio Ferreira da Luz. Abibe Isfer assume a direção do Núcleo Central e João Pina é admitido como representante da Sociedade Francisco de Assis, de Ponta Grossa. Nesse ano, é dado um novo impulso à propaganda doutrinária com a presença de valores intelectuais espíritas que até então não estavam muito ativos no Movimento, entre eles o Dr. Lindolfo Barbosa Lima, Dr. Luiz Parigot de Souza, Major Jorge Augusto Sounís, Capitão Severino Prestes Filho que, ao lado do velho batalhador e culto Dr. Flávio Luz, desenvolveram excelente trabalho. Também Clotário, Cruz, Odilon Negrão, Nerval Silva, João Antônio de Barros e Dr. Aristóteles Pereira, contribuíram muito com seu talento e boa vontade nessa fase de renovação do processo federativo. Em maio, foi remodelada a Escola de Evangelização, tendo-se engajado nesse setor de trabalho as professoras Flaviana Gonçalves da Mota, Marcolina Pina, Osminda Cornelsen e Ondina Rodrigues, entre outras. Em 10 de julho, é incluído no Conselho, como membro efetivo, o confrade Abibe Isfer. Nesse ano, a Federação recebe a visita do grande tribuno Arnaldo Fortes, que realiza uma série de palestras doutrinárias sob os auspícios da entidade.
Chegamos ao ano de 1933 e, na escolha da direção da Federação, muito embora continuassem, Nogueira dos Santos e Flávio Luz, veem a Presidência ser entregue novamente a João Ghignone. Barbosa Gondim e Eugênio Justen continuam em seus cargos e Antônio Borges de Moura assume a Direção do Albergue Noturno em 25 de maio.
Vem o ano de 1934 e agora, muito embora a reeleição da João Ghignone e de José Nogueira dos Santos, respectivamente, Presidente e 1° Vice-Presidente, o Conselheiro Esmeraldo Blasi é eleito 2° Vice-Presidente. É eleito membro do Conselho, João Eugênio Justen, até aqui representante.
Como no ano anterior, João Ghignone é reeleito, desta vez levando Abibe Isfer para 1° Vice-Presidente, permanecendo Blasi como 2° Vice-Presidente. O confrade João Pina, então representante, é incluído como membro efetivo do Conselho.
Agora chegamos ao ano de 1936: são reeleitos Ghignone e Abibe, passando a ocupar a 1ª Vice-Presidência o Conselheiro João Pina. Como reconhecimento pelos longos e relevantes anos de serviço prestados à Federação e à causa, em mais de vinte anos em cargos de Presidência e Vice-Presidência, o Prof. José Nogueira é simultaneamente incluído no quadro de Benfeitores e eleito membro Honorário do Conselho, cuja honra é igualmente concedida ao Dr. Flávio Ferreira da Luz. Na mesma reunião de 12 de janeiro, o Dr. Francisco Raitani é incluído no Conselho como representante, para se tornar membro efetivo em abril, quando passa a representação a Clotário Carvalho Cruz.
Chegamos ao ano em que a Federação completaria seus 35 anos de fundação e, no ano anterior, despediam-se dois dos seus mais antigos membros, restando apenas Domingos Greca que, embora tenha se afastado por certo tempo, teve sua primeira investidura em 1903, como Tesoureiro. Na reunião de janeiro, João Ghignone e João Pina são reeleitos, passando Clotário da Luz a exercer a 1ª Vice-Presidência. Clotário Cruz e Carlos de Ferrante passam a integrar o Conselho como membros efetivos, enquanto Honório Melo e Primo Crolanti são incluídos como representantes da Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz e do Centro Espírita Mário de Barros. Em 11 de abril de 1937, é elevado à categoria de membro honorário do Conselho Augusto Pereyron.
Em 1938, nova reeleição de João Ghignone, levando como 1° e 2° Vice-Presidentes os confrades Humberto Loiola e Carlos de Ferrante. Depois de dezesseis anos consecutivos no exercício das funções de Tesoureiro Geral, o confrade Sebastião Barbosa Gondim é substituído por Abibe Isfer. Clotário Cruz assume o cargo de Diretor no Núcleo Central e Honório Melo é designado para a Secretário Geral. João Eugênio Justen permanece à frente da Biblioteca. Em 26 de fevereiro, o Conselho, reunido extraordinariamente, autoriza o reinício das obras do Sanatório Bom Retiro, permitindo à Diretoria contrair um empréstimo de cem contos de réis. Em 2 de abril, realiza-se uma nova reunião do Conselho e, agora com a presença do confrade Artur Lins de Vasconcellos Lopes. Durante a sessão, o confrade Lins de Vasconcellos pede a palavra e faz um retrospecto do que foi a luta para sustentar a posse da gleba onde se situavam as obras do Sanatório. Diz, com emoção, que sempre acalentou a esperança de levantar as paredes do Abrigo Bom Retiro e que, para isso, em seu nome e no de sua esposa, D. Hercília de Vasconcellos, entregava à Federação Espírita do Paraná, naquela ocasião, a quantia de cem contos de réis, para reinício das obras do Sanatório. A oferta causou um verdadeiro impacto, tendo o Conselho se mantido silencioso por algum tempo. Presente à reunião o Prof. José Nogueira dos Santos, membro honorário do Conselho, aquele que, quando no exercício da Presidência em anos anteriores, efetuara o ato da compra do terreno, propôs como reconhecimento, fosse o nome do Sanatório trocado para Lins de Vasconcellos, tendo esse se recusado a receber a homenagem. Então, o confrade Honório Melo, propôs, por sua vez, fosse o nome do pavilhão feminino denominado Hercília de Vasconcellos. O Conselho aprovou por unanimidade. Em 10 de julho, é incluído no Conselho o Dr. Lauro Schleder. Estamos no ano em que o Paraná começa a apresentar um surto de desenvolvimento de suas terras de boa qualidade para o plantio de café e outras variedades de bom rendimento econômico. Há um notável aumento populacional, com a procura de novas regiões. Consequentemente, começou também, a formação de novos grupos espíritas.
Pedidos constantes de adesão à Federação, por parte de novos Centros Espíritas. Por esse motivo, a fim de preparar a regularização dessas adesões, tornava-se indispensável estabelecer as condições de tal agregação à entidade mater estadual. Daí porque foram elaboradas pela Diretoria, e submetidas à aprovação do Conselho, instruções para a filiação de agremiações espíritas. Para constituir a Comissão, que deveria receber tais pedidos e instruí-los devidamente, foram designados os confrades Lauro Schleder, Honório Melo, João Pina e Ernesto Carlberg Filho.
No ano seguinte, 1939, são reeleitos Presidente e 1º e 2º Vice-Presidentes. Na Tesouraria continua Abibe Isfer, enquanto para a Secretaria Geral é escolhido o confrade João Hartmann, que também passa a integrar a Comissão de filiação de Centros Espíritas, ao lado dos componentes nomeados no ano anterior. Em 9 de abril de 1939, é fundada a Associação Protetora do Recém-nascido Pobre, como departamento assistencial da própria Federação. A Comissão criada com a função de disciplinar a adesão das entidades espíritas à Federação, passou, também, a ter a incumbência de visitação e orientação doutrinária. Grande foi a atividade dessa Comissão junto aos Centros Espíritas da Capital e dos municípios adjacentes.
No ano de 1940, reeleito o Presidente, são escolhidos Abibe Isfer e Primo Crolanti como 1º e 2º Vice-presidentes. Os demais auxiliares permaneceram, salvo quanto a João Pina que assume a Tesouraria.
Em 1941, em janeiro, foram reeleitos Presidente e Vice-presidentes, sendo mantidos todos os auxiliares. A partir desse ano o mandato da Diretoria passou a ser de dois anos. Em 12 de outubro, Honório Melo, que pertencia ao Conselho como representante, passou a integrá-lo como membro efetivo.
Em 1942, em 12 de janeiro, é criado, pelo Conselho, o Departamento de Divulgação, sendo designado para Diretor o Conselheiro Honório Melo que, ao mesmo tempo, é autorizado a editar um jornal noticioso e doutrinário denominado Boletim Espírita.
Em reunião de outubro, o Conselho toma conhecimento da desencarnação do confrade Conselheiro Domingos Greca. São incluídos no Conselho, os confrades Plínio Schleder de Araújo e Otávio Cruz, que até aqui vinham participando como representantes de sociedades filiadas.
Em 1943 dá-se nova reeleição dos cargos de Presidente, 1º e 2º Vice-Presidentes, sendo mantidos em seus cargos todos os auxiliares.
Em 1944, de 28 de setembro a 3 de outubro, realiza-se uma Semana Espírita na Capital, em homenagem à data de aniversário de reencarnação de Allan Kardec, contando a Federação com a presença de Osvaldo Melo, de Santa Catarina, e do Prof. Leopoldo Machado, da cidade de Nova Iguaçu. Em reunião de 11 de dezembro, o Conselho aprova a convocação de um Congresso Espírita, a se reunir em Curitiba no ano de 1945, sob os auspícios da Federação Espírita Amor e Humildade do Apóstolo, de Florianópolis, e que se denominaria Congresso Espírita Paraná - Santa Catarina.
Em 1945, em reunião de janeiro, são novamente reeleitos Presidente e Vice-Presidentes e mantidos em seus cargos os auxiliares de nomeação. Em reunião de 5 de março, o Conselho reúne-se, extraordinariamente, para programar a realização do Congresso Espírita Paraná - Santa Catarina, cujos trabalhos preliminares haviam sido executados pelo Conselho Diretor, com a colaboração de outros auxiliares. Em 28, 29 e 30 de março realizou-se o Congresso na sede da Federação, com a participação de representantes de entidades espíritas dos dois Estados e a presença de outros Estados, bem como de órgãos de imprensa espírita. Em adendo, estão registrados os atos do Congresso. Contudo, em 8 de abril, em reunião do Conselho, o Presidente da Federação congratula-se com seus membros pelas felizes e oportunas conclusões firmadas pelo Congresso e pela inauguração do Sanatório "Born Retiro", que se deu no dia 28 de março, como parte da realização da grande reunião, que foi um movimento de intensa vibração vivido pelos espíritas que dele participaram. Em 8 de julho, como reconhecimento aos bons serviços prestados à Federação Espírita do Paraná é incluído no seu quadro de benfeitores o confrade Osvaldo Melo. Em 1º de setembro, desencarna o Conselheiro Eugênio Justen, o Bibliotecário que muito serviu à Causa Espírita e foi sempre exemplo em sua assiduidade e no trato com todos aqueles que lhe recorriam aos préstimos, onde quer que fosse útil sua ajuda ou colaboração. Em 14 de outubro é incluído no Conselho o confrade Armando Blum.
Em 1946, em 28 de abril, realiza-se a fundação da União da Mocidade Espírita de Curitiba, congregando a juventude vibrante e estudantil que gravitava em torno da Federação Espírita. Seu primeiro Presidente foi o acadêmico de medicina, Altivo Ferreira. Em 3 de julho, o Conselheiro João Hartmann, depois de prestar assinalados serviços à Secretaria Geral, assume a Tesouraria Geral. No dia 24 de julho, entra em funcionamento o Sanatório Bom Retiro, tendo como Diretor Clínico o Dr. Alô Guimarães, abalizado médico psiquiatra e professor da Universidade Federal do Paraná. Administrativo, o Conselheiro Abibe Isfer, também Vice-Presidente da Federação, que foi um dos mais destacados membros da Comissão encarregada da construção do referido nosocômio. Além de outros membros do corpo clínico, a médica Dra. Gilka Ghignone, filha do Presidente João Ghignone, é designada para a chefia da enfermaria feminina do mesmo estabelecimento hospitalar. Em 13 de outubro, a Federação confere poderes ao Coronel Pedro Delfino Ferreira para representá-la no Congresso Espírita Panamericano a realizar-se neste mês, em Buenos Aires.
A 12 de janeiro, de 1947, fundou-se a Caixa de Assistência ao Tuberculoso – Departamento Assistencial da Federação. Na mesma data, foram reeleitos e mantidos por nomeação todos os membros da Diretoria da FEP. Em 18 de março, o acadêmico Altivo Ferreira deixa a Presidência da União da Mocidade Espírita, sendo substituído por Hercílio Maes, voltando, porém, a reassumir o cargo em 22 de setembro.
Em 1948, em reunião ordinária do Conselho Deliberativo, do dia 11 de janeiro, é incluído como seu membro efetivo o representante Natálio Santos e como representante do Centro Espírita João Batista, de Jacarezinho, o Dr. Genaro de Menezes Povoa. Nessa data, o Conselho aprova a proposta da Federação Espírita de São Paulo, para convocação de um Congresso Espírita Nacional, tendo em vista o trabalho de unificação. A 11 de julho, é incluído no quadro de Benfeitores o pregador João Leão Pita, que através de suas visitas constantes ao interior do Paraná, prestou excelentes serviços na visitação de Sociedades Espíritas e carreando sempre informações para o conhecimento da Federação.
Em 11 de julho, o Conselho aprova um programa de lições do Evangelho à luz do Espiritismo, destinado às crianças, de autoria do Dr. Francisco Raitani. Em 21 de novembro, o Conselho toma conhecimento das conclusões a que chegou o Primeiro Congresso Brasileiro de Unificação Espírita, reunido de 31 de outubro a 3 de novembro, no qual foi representada a Federação pelos confrades João Ghignone, Abibe Isfer e Dr. Francisco Raitani. Também, em 1948, a Federação realiza uma reforma no seu estatuto e assim, em sua reunião de janeiro de 1949, além de reeleitos o Presidente e 1º e 2º Vice-Presidentes, também passaram a integrar o quadro de Diretores, como 3º Vice-Presidente, os confrades Honório Melo e Carlos de Ferrante.
Em 1949, em reunião de 9 de janeiro, é designado o confrade Dr. Francisco Raitani para participação do Congresso de Educadores Espíritas a realizar-se em São Paulo. Em 10 de abril, a Federação adere ao 2º Congresso Panamericano de Espiritismo a realizar-se em outubro, no Rio de Janeiro. Em 24 de abril, inaugura-se o Lar Icléa, construído pela Federação, no Bairro Bom Retiro. Ao ato de inauguração compareceram altas personalidades do mundo oficial e espíritas militares. Lá estavam o Presidente e demais membros da Diretoria da Federação, o Dr. Artur Lins de Vasconcellos Lopes, Sr. Jaime Canet, o Prefeito da Capital e o Comandante da Força Pública. O discurso de inauguração foi proferido pelo Dr. Lauro Schleder, membro do Conselho Deliberativo, que produziu página de alto valor intelectual e doutrinário, ao mesmo tempo. Foi uma festa de verdadeiro enlevo, na conclusão de uma obra destinada ao amparo de meninas e que teve em Abibe Isfer um dos seus maiores trabalhadores. Em 9 de outubro, o Dr. Daniel Borges dos Reis e incluído no Conselho, como representante de entidade espírita. Em 3 de outubro, instala-se no Rio de Janeiro, o Congresso Panamericano e a Federação Espírita do Paraná foi representada pelos confrades João Ghignone e Dr. Francisco Raitani. A presença desses dois confrades, no Rio de Janeiro, enseja a sua participação na reunião que, no dia 5 desse mesmo mês e ano, realizou-se na sede da Federação Espírita Brasileira onde, em boa hora, foi firmado o Pacto Áureo, que se constituiu no grande marco da Unificação, dos Espíritas Brasileiros e a Criação do Conselho Federativo Nacional, cujo primeiro representante do Paraná foi o Dr. Artur Lins de Vasconcellos. A Federação, que havia participado do Congresso de Unificação em São Paulo, com João Ghignone, Abibe Isfer e Dr. Francisco Raitani, sentia-se por demais feliz em participar da assinatura do Pacto Áureo, que representava a canalização dos esforços ensaiados nesse Congresso e no Congresso Espírita Paraná - Santa Catarina. Ainda em 1949, um dos assuntos importantes na vida da Federação foi a deliberação de Artur Lins de Vasconcellos, de transferir para Curitiba, sob a responsabilidade da entidade Mater no Paraná, o jornal Mundo Espírita. Em reunião de 29 de outubro, o Conselho toma conhecimento e estuda a questão proposta. Naquela época, em virtude de grandes dificuldades que assoberbaram a editora desse jornal, a Gráfica Mundo Espírita SA, fundada e mantida por muito tempo pelo advogado e militante espírita Dr. Henrique de Andrade, teve que recorrer a Lins de Vasconcellos para não ir à falência. Como se tratava de um patrimônio de alguma tradição e que sua falência poderia ter repercussão desagradável e, ainda, como Artur Lins de Vasconcellos ali havia investido apreciável soma de dinheiro, teve que assumir a total responsabilidade e como tal, a direção, pagando pequeno saldo a Henrique de Andrade e cobrindo as demais dívidas com os diversos editores. Como, também, já nesse ano, Lins de Vasconcellos sentisse sua saúde física seriamente abalada e tendo na Federação Espírita a força de suas esperanças para o prosseguimento do programa espírita que sonhara para o jornal, foi que solicitou e insistiu mesmo para que a Federação aceitasse a proposta.
Em 1950 a Federação, prosseguindo em suas atividades doutrinárias, sem perder a sua vocação de dotar o Paraná de obras que significassem a implantação de bem-estar aos necessitados, realiza, em 21 de abril, uma Concentração Espírita, trazendo oradores de fora, entre eles o Prof. Godói Paiva, de São Paulo e, no dia 23, faz inaugurar um novo prédio para o Albergue Noturno e uma creche, que foi denominada Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. A essa festa compareceram várias autoridades e o mundo espírita radicado na Capital, tendo como sempre presente a figura muito querida de Lins de Vasconcellos e o não menos estimado Prof. José Nogueira dos Santos, antigo Presidente e Conselheiro honorário. Em 28 de agosto, revitaliza-se a Comissão de Assistência e Difusão Doutrinária com a presença dos confrades Dr. Lauro Schleder, Honório Melo e Atílio Pisa.
Em 1951, continua a Federação seu trabalho de Confraternização e, em 14 de abril, ao Conselho é relatado o que, durante o primeiro trimestre, fora realizado nesse terreno. Em Ponta Grossa, berço da formação de legítimos valores espíritas e cujo movimento federativo-doutrinário sempre se identificou com a Capital e a Casa Mater, desde os idos de 1915, realiza-se uma Concentração da Mocidade Espírita que se constituiu num movimento de intensa vibração espiritual e que marcou, acentuadamente, linhas diretrizes na formação daquela juventude que ali se reunia, para um futuro promissor no trabalho que lhe seria dado em tempo oportuno, em substituição aos mais velhos que teriam que ceder-lhes as rédeas do Movimento. Uma caravana da Federação, composta de João Ghignone, Abibe Isfer, Lauro Schleder e Honório Melo, esteve presente, colaborando e prestigiando o Movimento. Logo após suas participações nessa festa de fraternidade, João Ghignone, Abibe Isfer e Honório Melo rumaram para a cidade de Londrina, onde deveria dar-se a inauguração da nova sede social da União Espírita de Londrina. Foi outra festa de intensa vibração e de Confraternização, pois ali estavam reunidos os valentes participantes do Movimento Espírita do Norte do Paraná, representando as cidades de Cambé, Arapongas, Apucarana, Mandaguari, Rolândia e tantas outras, inclusive, delegações de São Paulo. Nesse ano, ainda, temos a registrar a doação feita à Federação pelo Dr. Francisco Ribeiro de Azevedo Macedo, em seu nome e no de sua filha Anete Macedo, da quantia de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros), para ampliação do Sanatório Bom Retiro. Em outubro desse ano, realiza-se em Porto Alegre, o 2º Congresso Espírita do Rio Grande do Sul. A Federação teve sua delegação composta pelos confrades João Ghignone, Abibe Isfer, Dr. Francisco Raitani e Honório Melo, os quais tiveram atuação destacada nos trabalhos em geral. Não obstante ter-se dado o primeiro passo para a Unificação em torno da Federação Espírita Brasileira, com a assinatura do Pacto Áureo, evidencia-se, ainda, o aprimoramento do processo federativo-doutrinário. Foi uma festa de intensa vibração e fraternidade, cujos detalhes figuram nos Anais publicados pela Federação Espírita do Rio Grande do Sul.
Vem, afinal, o ano de 1952, em que o maior acontecimento festivo foi, sem dúvida, a Comemoração do cinquentenário da Federação Espírita do Paraná. Não obstante esse ano foi marcado pela perda irreparável do grande batalhador e presidente honorário da Federação, que foi Artur Lins de Vasconcellos Lopes. A festa de aniversário trouxe a Curitiba muitos amigos e confrades dos vizinhos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Várias palestras foram realizadas em auditórios de grande capacidade e muitos outros atos de natureza social deram colorido ao acontecimento. Presenças amigas de Francisco Spineli, Miranda Ludof e tantos outros, conforme se vê do registro da ata do Conselho de 11 de outubro. Em virtude da desencarnação de Lins de Vasconcellos, e de conformidade com suas últimas vontades, foi, nesse ano, acertada com a Diretoria da Gráfica Mundo Espírita S.A., a transferência de todo o acervo para Curitiba. Antes, porém, da transferência, a Assembleia, reunida no Rio de Janeiro, elegeu nova Diretoria, que ficou assim constituída: Presidente – João Ghignone, Secretário - Honório Melo, Tesoureiro – Abibe Isfer. João Ghignone, que fora nomeado testamenteiro, realizou todo trabalho necessário para a liquidação do espólio de Lins de Vasconcellos, cujo legado à Federação Espírita do Paraná se constituiu em bens de diversas naturezas e em valor apreciável. Em duas reuniões extraordinárias, de 15 e 20 de novembro, é estudada a reforma da Constituição Social, que modifica a Constituição de 1919, cuja transformação consiste em modificação do antigo Conselho Federal, passando os poderes Centrais a se comporem do Conselho Deliberativo, Conselho Federativo e Conselho Diretor. Os representantes de Sociedades Espíritas, até então integrantes do Conselho Federal (órgão supremo) passaram a se congregar no Conselho Federativo, com atribuições próprias e sobretudo na orientação do programa federativo- doutrinário, enquanto, ao Conselho Deliberativo, cujo número de componentes se fixou em vinte e um, caberia o poder deliberativo, legislativo em geral e fiscal. Em reunião de 29 de novembro, obedecendo às disposições estatutárias vigentes, são eleitos os seguintes confrades para os cargos adiante indicados.
Para Presidente do Conselho Deliberativo - Lauro Schleder; para Presidente, 1º e 2º Vice-Presidentes - João Ghignone, Abibe Isfer e Genaro de Menezes Povoa, respectivamente.
Inicia-se o ano de 1953 e, na primeira reunião de 2 de fevereiro, examinam-se assuntos de relevante importância, tais como o não apoiamento à sugestão do Presidente da Federação Espírita Brasileira, A. Wantuil de Freitas, pretendendo incluir no Conselho Federativo representação dos Umbandistas, e a orientação da União da Mocidade Espírita de Curitiba, que continuava a fazer parte da Federação. Em reunião de 7 de maio, o Conselho vê o resultado de sua reação à sugestão de Wantuil (conduta igualmente adotada por São Paulo e outros Estados federados), com a publicação do Conselho Federativo Nacional: Esclarecendo dúvidas. Em consequência, foi decidido que se telegrafasse à Federação Espírita Brasileira, por ter solucionado o assunto em benefício do bom nome da Doutrina.
Em 14 de maio, tomam posse no cargo de Conselheiros os confrades Manoel Antônio Isfer, Olívio Ronconi, Humberto Grassi e Carlos Gambus. Em 28 de maio, o Conselho aprova uma Resolução criando uma Comissão Supervisora da Infância e Mocidade Espíritas do Paraná, subordinada ao mesmo órgão e com as atribuições de organizar, orientar e assistir as entidades infantojuvenis espíritas. Foram designados pelo Conselho, para compor a Comissão, em reunião de 26 de junho, os confrades Dr. Genaro de Menezes Povoa, Carlos Ciola Gambus, Honório Melo, Olívio Ronconi e Luiz Gaitani. A 24 de agosto, por ocasião das comemorações do 51º aniversário de fundação da Federação Espírita do Paraná, presentes os confrades representantes das entidades estaduais de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, estabeleceram, entre si, conversações a propósito de uma publicação da Diretoria da Federação Espírita Brasileira, pelas colunas do Reformador e deliberaram enviar àquela entidade uma mensagem, nos termos que a cópia da ata dessa reunião registrou, devidamente.
Os anos de 1954, 1955 e 1956, mantidas as mesmas estruturas da Federação e à frente de seus Departamentos os mesmos confrades, em sua maioria, tendo no Conselho Diretor os veteranos João Ghignone e Abibe Isfer, prosseguiram os trabalhos federativos com a movimentação pelo interior do Estado. Destacando-se duas grandes jornadas, em 1954 - uma no Norte do Paraná e outra, no Litoral. Ainda, a 3ª Semana Espírita do Norte do Paraná, em 1956.
Em 1957, além dos primeiros atos de rotina administrativa temos, no 1º semestre, as festividades de comemoração do 1º Centenário do lançamento de O Livro dos Espíritos, quando, ao lado de palestras, foi realizada excelente exposição de livros e jornais Espíritas em uma das ruas principais da Capital. No segundo semestre, sem prejuízo dos programas federativos e doutrinários, a Federação participa, em outubro, do 1º Congresso de Orientação de Escolas de Evangelização, em Juiz de Fora, tendo a caravana paranaense sido composta pelos confrades João Ghignone, Francisco Raitani, Honório Melo, Maria da Paz Ribeiro, Maura Barcelos, Lucy Teresinha Lourenço e Renê Rizental. Em nome da Federação, os confrades João Ghignone, Francisco Raitani, Honório Melo e René Rizental visitaram Francisco Cândido Xavier, em Pedro Leopoldo, e o médium José Pedro de Freitas (Arigó), em Congonhas.
No mesmo ritmo de atividades, a Federação inicia seus trabalhos, nesse ano, com a reeleição de João Ghignone, Abibe Isfer, Genaro Povoa e Primo Crolanti, nos cargos de Presidente (o primeiro) e Vice-Presidentes os demais, pois uma nova reforma da Constituição, aprovada em março, cria o cargo de 3º Vice-Presidente e introduz algumas modificações na estrutura administrativa, permanecendo os confrades Honório Melo, João Hartmann e outros a colaborarem nos setores doutrinários e federativos, inclusive o primeiro como orientador da União da Mocidade Espírita que, há mais de dez anos, se constituía em excelente movimento de arregimentação e estudo para os jovens espíritas. Nesse ano, a Federação perde por desencarnação, três de seus bons colaboradores: Vicente Nascimento Júnior que, além de fundador, foi, inegavelmente, um dos trabalhadores eficientes até o ano de 1921; Capitão Ernesto Carlberg Filho, que militou por longos anos no Movimento Espírita da Capital, como participante da Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz e integrante dos quadros da Federação, e Renê Rizental que, após muitos anos de atividades no Movimento Espírita de Paranaguá e outras localidades do interior paranaense, foi excelente colaborador como auxiliar da direção do Sanatório Bom Retiro e diretor do Lar Infantil Hercília de Vasconcellos, em Paranaguá. Foi ainda nesse ano que ingressa novamente, no Conselho Deliberativo, o confrade Carlos Ciola Gambus.
Em 1959, foram registradas muitas atividades no Movimento Espírita e, principalmente, nos setores de Infância e Juventude. No mês de abril, nos dias 26 a 29, na cidade de Londrina, a Capital do Café, realizou-se monumental Confraternização Espírita de jovens, reunindo muitas centenas de pessoas de várias localidades. Com a presença de excelentes oradores como Divaldo Pereira Franco, da Bahia, e Newton Boechat, do Rio de Janeiro, ao lado de muitos moços do Paraná, essa Confraternização tomou conta da cidade e, em praça pública (na Concha Acústica), enorme multidão se concentrava para ver e ouvir os programas ali apresentados e a palavra fluente dos oradores que eram entusiasticamente aplaudidos. Em julho, na cidade de Cambé, com a presença de algumas dezenas de participantes, realizou-se um Curso para Orientadores de ensino de evangelização para a Infância, a cargo de uma equipe constituída pelos confrades Carlos Ciola Gambus e Honório Melo e as Professoras Maria da Paz Ribeiro e Maria de Lourdes Corrêa.
Chegamos, afinal, ao ano de 1960. Entre os principais atos realizados no Movimento Espírita, tivemos uma Confraternização entre os Espíritas do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, objetivando maior esforço no campo da Unificação.
Foi convidado para visitar o Paraná o Presidente da Federação Espírita Brasileira, Dr. Antônio Wantuil de Freitas. Assim, com a presença de destacados elementos das federadas estaduais e o Presidente da FEB, conforme programação organizada em fins de 59, realizou-se, em julho, o Encontro, cujo tema principal foi o estudo de programação para escolas de evangelização, à luz do Espiritismo. A visita do Presidente foi de extraordinário alcance nas relações fraternais entre a FEB e suas federadas principalmente pelo alto sentido dado por Wantuil de Freitas ao Encontro. Nesse ano, outros trabalhos tiveram curso no seio do Conselho Deliberativo, com vistas ao estudo e a prática da Doutrina Espírita. Dificilmente, passa-se qualquer período de tempo mais longo no comportamento administrativo-social da Federação Espírita do Paraná, uma providência de caráter federativo ou doutrinário. Quando não há uma Confraternização, ou uma semana de palestras para assinalar determinadas efemérides de Espiritismo ou de seus vultos, há a formalização de programas de estudos. Assim, além dos trabalhos que levaram ao exame de programas para a evangelização, também o Conselho Deliberativo apreciou um estudo apresentado pelo Conselheiro Honório Melo, consubstanciado nas recomendações das obras básicas do Espiritismo, visando a Orientação para a Prática da Doutrina. Ainda nesse ano, muitos atos administrativos e doutrinários marcaram a sempre vigilante e estimuladora ação da direção da Federação. E, no afã de colaborar com a sociedade paranaense, a Federação funda uma Escola Profissional, à qual dá o nome de Maria Ruth Junqueira, em homenagem à uma excelente colaboradora de seus quadros federativos.
Iniciamos o ano de 1961 com a reeleição do novo mandato administrativo para os confrades João Ghignone, Abibe Isfer, Genaro Povoa e Primo Crolanti. Cumulativamente com outros encargos, os auxiliares de nomeação continuam integrando o Conselho Diretor. De 19 a 25 de janeiro, reúnem-se na sede da Federação, em Confraternização, que teve verdadeiro caráter de seminário, grupos de confrades dos Estados da Guanabara, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, para estudo do programa para orientação da Infância e Juventude espírita.
Deve-se destacar a presença do Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira, na pessoa do Dr. Armando de Assis, que muito valorizou as reuniões. A equipe do Paraná constituiu-se pelos Diretores João Ghignone, Abibe Isfer e Honório Melo, Maria da Paz Ribeiro, Walter do Amaral, Francisco Raitani, Carlos Gambus e outros. Rio Grande Sul esteve representado por Cecília Rocha e Dinah Rocha e outros. José Liberato Souto Maior e sua esposa, Carmem, representaram Santa Catarina. Edson Mega e Izaltino, figuravam na equipe de Minas Gerais, enquanto Fábio Souza e Alvina Souza, participaram da delegação de São Paulo. Enfim, ainda outros nomes ligados ao Movimento de evangelização estiveram integrando os trabalhos que, finalmente, constituíram ponto alto no encaminhamento das diretrizes para alcançar o objetivo desejado, que é a educação das gerações novas. Esse ano foi de grandes atividades nos setores federativos - doutrinários. Uma excursão, abrangendo cerca de dois mil e quarenta e dois quilômetros de percurso, foi o que realizou a caravana da Federação Espírita do Paraná nas pessoas de seus Diretores João Ghignone, Abibe Isfer e Honório Melo que, partindo de Curitiba, iniciaram sua pregação em Joaquim Távora, Wenceslau Braz e prosseguiram realizando palestras em Santo Antônio da Platina, Jacarezinho, Ribeirão Claro e Cambará, usando para tanto, auditórios de Estações de rádios e Teatros. Não parou aí a caravana, estendeu-se, porém, de Londrina a Paranavaí, passando antes por Cambé e Mandaguari, convocando sempre os confrades das diversas localidades para o trabalho de Unificação. De 30 de março a 2 de abril, realiza-se a 4º Confraternização de Mocidades Espíritas do Paraná, na cidade de Mandaguari e aí novamente, além dos jovens integrantes da União da Mocidade Espírita de Curitiba, estavam também os Diretores da Federação e do Departamento de Mocidades. Nessa ocasião dá-se a inauguração do Lar Infantil Amélie Boudet, constituído pela União Espírita Allan Kardec, de Mandaguari. O trabalho de divulgação da Doutrina nunca parou. Em 30 de abril, novamente João Ghignone, Abibe Isfer, Honório Melo, Walter do Amaral, Carlos Ciola Gambus e outros, dirigem-se para a cidade da Lapa, a fim de participarem de uma festa de confraternização. Em 11 de julho, inaugura-se a sede própria do Centro Espírita Fraternidade, na cidade de Guaratuba, em terreno doado pela Prefeitura, sendo a construção realizada pela Federação. Foi mais uma tarde festiva, quando a Federação esteve representada pela sua Diretoria, inclusive seu Presidente, João Ghignone e o orador confrade Honório Melo. Em novembro de 1961, o Presidente dá conhecimento ao Conselho da provável reunião do Conselho Federativo Nacional, com a presença de todos os Presidentes de Órgãos Regionais, para intensificar o trabalho em torno da Unificação, cujo contato sobre o assunto já vem sendo mantido.
Com a anuência da Federação Espírita Brasileira, a União das Sociedades Espíritas de São Paulo (USE), representada por seu Presidente, Carlos Jordão da Silva, articula um trabalho com as federadas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, para a realização de um Simpósio Espírita, que se denominaria Simpósio Centro Sulino e iniciaria uma série de reuniões dessa ordem, para o trabalho de Unificação e Estudo da Doutrina Espírita.
Em 1962, ganhando a confiança da Federação Espírita Brasileira e como seu representante, o Presidente da USE, Carlos Jordão da Silva convoca a reunião para 20 e 21 de abril, em Curitiba. De acordo com as preliminares estabelecidas, reúne-se na data aprazada, em Curitiba, o Simpósio Centro Sulino, que tratou de assuntos de interesse geral para o Movimento Espírita, que versaram sobre os temas: Doutrina, Unificação, Educação, Mocidade Espírita e Assistência Social. Além do Presidente da Federação, participaram das Comissões de Estudos do Simpósio os Conselheiros Francisco Raitani, Lauro Schleder, Honório Melo, Walter do Amaral, Lúcio Kafka e os confrades Adolfo Rickes Júnior, Maria da Paz Ribeiro, Octávio Ulisséia e outros. As conclusões foram enviadas ao Conselho Federativo Nacional e devidamente publicadas.
Foi esse o maior acontecimento do ano, não obstante os trabalhos desenvolvidos nos setores administrativos e doutrinários mantidos pela Federação.
Em 1963, inicia-se o ano administrativo com a reeleição do Conselho Diretor e a manutenção dos auxiliares em cargos de nomeação. Entra em funcionamento o Instituto Lins de Vasconcellos, situado no arrabalde do Bom Retiro e é designado para Direção o Prof. Walter do Amaral. São incluídos no Conselho Deliberativo os confrades Walter do Amaral, Alceu Coelho Martins e João de Matos Lima.
Em 1964, é promovida uma reforma da Constituição estabelecendo nova estrutura com a criação do Conselho Federativo, órgão incumbido do trabalho no campo doutrinário. Com a nova sistemática, o Estado do Paraná foi dividido em Regiões e foram criadas as Uniões Regionais Espíritas, que agrupavam certo número de municípios. As Uniões Regionais teriam Diretoria e seus Presidente e Vice-Presidente seriam membros do Conselho Federativo. Uma Secretaria Geral coordenaria o Movimento federativo, subordinada ao Presidente da Federação. O primeiro Secretário Geral designado foi o confrade Flávio Pasquinelli, que muito fez para implantação do novo esquema de trabalho que visava a Unificação e a maior aplicação das recomendações das conclusões do Simpósio Centro Sulino. Na reunião de novembro, do Conselho Deliberativo, conforme prevê a nova Constituição, é precedida a eleição para 65/66, sendo reeleitos os confrades João Ghignone, Abibe Isfer e Genaro de Menezes Povoa.
Em 26 de fevereiro de 1965, em reunião do Conselho Deliberativo, a divisão prevista em 1964 foi aprovada e instalado o Conselho Federativo e as respectivas Uniões Regionais. Com a reforma, assumem a Secretaria Geral do Conselho Diretor e a 1ª Tesouraria, respectivamente os confrades Honório Melo e João de Matos Lima, ficando o Departamento de Infância e Juventude a cargo do confrade Newton de Meira Albach.
Em sua primeira reunião de 1966, o Conselho Deliberativo toma conhecimento da desencarnação, no mês de janeiro, do Conselheiro Carlos de Ferrante e de pedido de demissão do Conselheiro Olegário Aires de Arruda, após trinta anos de serviços prestados. São incluídos no Conselho Deliberativo os confrades Geraldo Trombini e Issam Farhat. Em 19, 20 e 21 de fevereiro, reúne-se o Conselho Federativo, que, além da presença de seus membros, conta com a presença do Presidente de Federação e dos confrades Abibe Isfer e Honório Melo, como representantes do Conselho Deliberativo. Carlos Ciola Gambus é eleito para 2º Vice-Presidente e reeleitos João Ghignone e Abibe Isfer para o biênio 67/68.
Em 1967, inicia-se o ano administrativo, sendo nomeados os auxiliares que ocupavam anteriormente os cargos de Secretaria e Tesouraria. O Departamento de Infância e Juventude é desdobrado em dois, continuando Newton Albach a dirigir o Setor da Mocidade e Maria da Paz Ribeiro, o Departamento de Infância. O cargo de Secretário Geral do Conselho Federativo passa a ser exercido por Guaracy Paraná Vieira, de Ponta Grossa. Em abril, inicia-se na sede da Federação, aos domingos e quartas-feiras, programas de divulgação doutrinária sob a denominação de cursos – Básico de Doutrina Espírita e de Preparação à Prática Mediúnica. Nesse ano, passa a integrar o Conselho Deliberativo o confrade Guaracy Paraná Vieira.
No ano de 1968, foram realizadas programações normais do Congresso Federativo, a que compareceram o Presidente da Federação e os representantes do Conselho Deliberativo. Nesse ano, Curitiba sediou o IV Congresso de Jornalistas e Escritores Espíritas, de 15 a 18 de fevereiro, tendo como Presidente de honra o Dr. Carlos Imbassahy. Também no 1º semestre, a pedido da União das Sociedades Espíritas de São Paulo (USE), realizou-se o 1º Encontro de Educadores Espíritas Centro Sulino, que foi presidido pelo Professor e Conselheiro Walter Amaral e reuniu elementos destacados nas atividades educacionais. Também, em 1968, foram reeleitos os Presidentes e Vice-Presidentes e mantidos os Diretores de Departamentos e auxiliares de nomeação.
Em 1969, o Cargo de Secretário Geral do Conselho Federativo é preenchido por Hugo Gonçalves, elemento destacado no Movimento Espírita do Norte Novo, com mais de vinte anos de atuação efetiva, sobretudo no eixo Londrina-Apucarana, além de dirigir as obras sociais espíritas de Cambé. No tocante às atividades do Conselho Federativo, foi intenso o movimento por parte das Uniões Regionais, esboçando-se, assim, maior dinamização nos programas doutrinários por todo o Estado.
No ano de 1970, foram reeleitos o Presidente e 1º Vice-Presidente e, em substituição a Carlos Ciola Gambus, é eleito 2º Vice-Presidente o Dr. Genaro de Menezes Povoa, Conselheiro há vinte anos e que ocupou vários cargos na administração nesse período de tempo. Na Secretaria Geral é substituído o Conselheiro Honório Melo, que nesse cargo se encontrava desde 1965, pelo Conselheiro Dr. Issam Farhat. E, contando com a colaboração dos auxiliares que se distribuíram pelos vários setores, inclusive, nas Comissões administrativas do Sanatório Bom Retiro, Instituto Lins de Vasconcellos e demais departamentos associativos, inicia-se o biênio social 71/73, tendo também como Secretário Geral do Conselho Federativo o jovem médico Dr. Alexandre Sech, elemento atuante no Movimento Doutrinário desde sua juventude, na União da Mocidade Espírita de Ponta Grossa, posteriormente na União da Mocidade de Curitiba e no Departamento da Mocidade da Federação.
Contando com a colaboração de uma equipe respeitável de confrades, o programa social da Federação atinge os seus setenta anos de fecunda cooperação nos campos doutrinário e assistencial. Através de um grupo de Obras Sociais espalhadas por todo o Estado do Paraná e cobrindo-o em sua área territorial com o programa federativo, que é mantido pelo Conselho Federativo constituído pelas Uniões Regionais, promove Encontros entre os Diretores de entidades Espíritas com a finalidade de confraternizar e incentivar o estudo da Doutrina. Com o concurso de seus Departamentos de Mocidade e Evangelização, são realizados Encontros de estudos e aprimoramento de trabalhos nessas áreas. Uma plêiade de jovens expositores de Doutrina visita, como sonhara Lins de Vasconcellos, as várias cidades do Interior, levando sua palavra de estímulo, exortando os confrades que, à frente das organizações, deem, a cada passo, o testemunho de sua fé. É um Movimento de esperança, porque sem a outorga de títulos especiais, todos se irmanam num ideal comum, dando de graça o que de graça recebem. Ninguém pode negar o idealismo que anima o Movimento Espírita de nossa terra onde, sem salários profissionais da doutrina, cada qual se desloca para distribuir fraternidade, ao mesmo tempo que procura ajudar na conquista do conhecimento.
A Administração da Federação Espírita do Paraná, com sua grande rede de sociedades espíritas que lhe são federadas e de obras sociais de várias naturezas de atuação no campo social, como albergue, lares etc., continua tendo à frente de sua Diretoria o confrade João Ghignone, velho livreiro desta Capital, e como companheiro imediato o confrade Abibe Isfer, que ocupa a 1ª Vice-Presidência. Ambos, desde longa data, participando da Diretoria da Federação, tiveram sempre a seu lado muitos colaboradores ocupando os demais cargos da administração.
De 1972 a 1974 ocupou a Vice-Presidência o Dr. Genaro de Menezes Povoa, já anteriormente nessas funções, e de novembro de 1964 até 1979, o confrade Honório Melo, que anteriormente foi também Secretário Geral.
A tesouraria Geral ocupada pelo confrade João de Matos Lima, ex-funcionário fazendário, enquanto à frente da 1ª Secretaria estava o confrade Walter do Amaral, professor e advogado, até 1980.
Com a desencarnação de João Ghignone, Abibe Isfer, o incomparável trabalhador nos campos administrativos e mediúnicos, passa a ocupar a Presidência e, após um período eletivo de fevereiro de 1979 a 31 de Janeiro de 1981, deixa o comando e passa a integrar o quadro de Presidentes Honorários ao lado de Artur Lins de Vasconcellos.
Eleitos pelo Conselho Deliberativo, assumem, em 31 de janeiro de 1981, os cargos de Presidente, 1º e 2º Vices, respectivamente, os confrades Honório Melo, Issam Farhat e Napoleão Araújo. Às funções de Secretário Geral, voltou Newton de Meira Albach e à Tesouraria Geral, Olívio Augusto Ronconi, antigo participante do Conselho Deliberativo e dinâmico elemento que foi da União da Mocidade Espírita de Curitiba.
No seu ritmo de trabalho no campo federativo doutrinário, a Federação se fez representar em todas as Zonais realizadas pelo Conselho Federativo Nacional, ao lado de suas co-irmãs do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Estado do Rio de Janeiro, USE de São Paulo, o das plenárias em Brasília, ao calor de todos os denodados companheiros das demais federativas estaduais, em cuja última reunião, de 4 a 6 de julho de 1980, estudou-a e aprovou o valioso trabalho destinado a orientação aos Centros Espíritas.
Internamente, componentes de sua Diretoria trabalharam constantemente sobre as recomendações do Conselho Federativo Nacional, enfeixadas no documento acima referido.
Na sequência para a gestão de 1984/1986, assume a Presidência Napoleão Araújo, juntamente com os Vices: João de Mattos Lima e Guaracy Paraná Vieira.
Presidente: Walter do Amaral
1º Vice-Presidente: João de Mattos Lima
2º Vice-Presidente: João Virgílio Góes.
E as Diretorias:
Departamento Doutrinário: Antônio Greca
Departamento de Difusão Doutrinária: Maurício Roberto Silva.
Departamento de Infância e Juventude: Maria Helena Marcon.
Departamento de Administração: Francisco Alceu Coelho Martins.
Departamento de Planejamento: Daniel Fraxino
Departamento de Relações Públicas: João Irany Vieira.
JORNAL MUNDO ESPÍRITA:
Diretor: Maurício Roberto Silva
Secretário: Hilton Gomes
CONSELHO FEDERATIVO:
Honório Melo
Daniel Borges dos Reis
João de Mattos Lima
Francisco Alceu Coelho Martins
Walter do Amaral
Guaracy Paraná Vieira
Napoleão Araújo
Célio Trujillo Costa
Alexandre Sech
Nadil Furlan
Newton de Meira Albach
Sérgio Araquém de M. Ferreira
Maria da Paz Ribeiro
Rubens Denisar F. dos Santos
Octavio Melchiades Ulysséa
Jose Virgílio Góes
Franklin Wagner
Nilson Ricetti Xavier Nazareno
Antonio Greca
Cléa Miranda
João Maria Martins
Ivan Dutra
Antônio Rodrigues
Jaime Moura Jorge
José Remi Pietsch
João José Dorociak
César Coelho Folador
Valter Luis Divardin
João Irany Vieira
Valdemar Reikdal
José Luiz Vinhas
Em 26.7.2017.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014