Perfil do mestre lionês
Poucos são os registros acerca das características físicas de Allan Kardec. Raras as fotos.
Miss Anna Blackwell1, responsável pela tradução das obras de Allan Kardec para a língua inglesa, teve oportunidade de assim deixar registradas suas impressões a respeito do Codificador:
Pessoalmente Allan Kardec era de estatura média. Compleição forte, com uma cabeça grande, redonda, maciça, feições bem marcadas olhos pardos, claros, mais se assemelhando a um alemão do que a um francês. Enérgico e perseverante, mas de temperamento calmo, cauteloso e não imaginoso até a frieza, incrédulo por natureza e por educação, pensador seguro e lógico, e eminentemente prático no pensamento e na ação. Era igualmente emancipado do misticismo e do entusiasmo...Grave, lento no falar, modesto nas maneiras, embora não lhe faltasse uma certa calma dignidade, resultante da seriedade e da segurança mental, que eram traços distintos de seu caráter. Nem provocava nem evitava a discussão mas nunca fazia voluntariamente observações sobre o assunto a que havia devotado toda a sua vida, recebia com afabilidade os inúmeros visitantes de toda a parte do mundo que vinham conversar com ele a respeito dos pontos de vista nos quais o reconheciam um expoente, respondendo a perguntas e objeções, explanando as dificuldades, e dando informações a todos os investigadores sérios, com os quais falava com liberdade e animação, de rosto ocasionalmente iluminado por um sorriso genial e agradável, conquanto tal fosse a sua habitual seriedade de conduta que nunca se lhe ouvia uma gargalhada.(...)
A OUTRA FACE DO CODIFICADOR - O HOMEM NO LAR
De sua parte, Léon Denis2, que o conheceu e com ele teve contato pessoal por três vezes, assim relata a conferência de Allan Kardec em Tours:
Para recebê-lo e ouvi-lo tínhamos alugado uma sala na rua Paul-Louis Courrier e solicitado à Prefeitura alvará para uma concentração, pois no tempo do Segundo Império qualquer reunião de mais de vinte pessoas era rigorosamente proibida por lei. No momento fixado para a reunião, o nosso pedido foi formalmente indeferido. Fui então encarregado de ficar na porta do local, avisar os convidados de que a reunião tinha sido transferida para a Spirite-Ville, na casa do Sr. Rebondin, rua do Sentier, onde a assembleia iria realizar-se no jardim.
Éramos mais ou menos trezentos ouvintes, de pé, apinhados sob as árvores, pisando nos canteiros do nosso hospedeiro. Sob a luz das estrelas, elevava-se a voz grave e suave de Allan Kardec, e a sua fisionomia meditativa, iluminada por pequena lâmpada colocada sobre uma mesinha, no centro do jardim, assumia aspecto fantástico.(...)
No dia seguinte, voltei à Spirite-Ville para visitar o Mestre. Encontrei-o de pé sobre pequeno banco, junto a uma grande cerejeira, a colher frutos que atirava à Sra. Allan Kardec. Era uma cena bucólica, contrastando alegremente com as suas graves preocupações.
Do mundo espiritual, Guaracy Paraná Vieira3, assim teceu o perfil de Allan Kardec: Portador de um caráter diamantino, a verdade nele transparecia no raciocínio e na ação.
Prudente, não se permitia avançar sem a segurança do êxito.
Em uma época de transição cultural e de afirmação da ciência, ele permaneceu fiel ao compromisso com Jesus, contribuindo para a libertação das criaturas, oferecendo-lhes os recursos do laboratório e do pensamento fixados nas bases morais do Evangelho.
Agredido, desculpou; caluniado, não revidou; perseguido, compreendeu.
No entanto, nunca se acovardou, e a sua foi uma existência digna, pura, trabalhadora, rica de experiências luminosas.
Não se permitindo o repouso antes do tempo, desencarnou sob o excesso de esforço, deixando incorruptível a Doutrina Espírita que lhe perpetua o nome, a vida e a missão.
Allan Kardec é o apóstolo dos tempos novos, de todos os tempos futuros, exemplo de herói discreto e de abnegado missionário de Jesus na Terra.
Miss Anna Blackwell1, responsável pela tradução das obras de Allan Kardec para a língua inglesa, teve oportunidade de assim deixar registradas suas impressões a respeito do Codificador:
Pessoalmente Allan Kardec era de estatura média. Compleição forte, com uma cabeça grande, redonda, maciça, feições bem marcadas olhos pardos, claros, mais se assemelhando a um alemão do que a um francês. Enérgico e perseverante, mas de temperamento calmo, cauteloso e não imaginoso até a frieza, incrédulo por natureza e por educação, pensador seguro e lógico, e eminentemente prático no pensamento e na ação. Era igualmente emancipado do misticismo e do entusiasmo...Grave, lento no falar, modesto nas maneiras, embora não lhe faltasse uma certa calma dignidade, resultante da seriedade e da segurança mental, que eram traços distintos de seu caráter. Nem provocava nem evitava a discussão mas nunca fazia voluntariamente observações sobre o assunto a que havia devotado toda a sua vida, recebia com afabilidade os inúmeros visitantes de toda a parte do mundo que vinham conversar com ele a respeito dos pontos de vista nos quais o reconheciam um expoente, respondendo a perguntas e objeções, explanando as dificuldades, e dando informações a todos os investigadores sérios, com os quais falava com liberdade e animação, de rosto ocasionalmente iluminado por um sorriso genial e agradável, conquanto tal fosse a sua habitual seriedade de conduta que nunca se lhe ouvia uma gargalhada.(...)
A OUTRA FACE DO CODIFICADOR - O HOMEM NO LAR
De sua parte, Léon Denis2, que o conheceu e com ele teve contato pessoal por três vezes, assim relata a conferência de Allan Kardec em Tours:
Para recebê-lo e ouvi-lo tínhamos alugado uma sala na rua Paul-Louis Courrier e solicitado à Prefeitura alvará para uma concentração, pois no tempo do Segundo Império qualquer reunião de mais de vinte pessoas era rigorosamente proibida por lei. No momento fixado para a reunião, o nosso pedido foi formalmente indeferido. Fui então encarregado de ficar na porta do local, avisar os convidados de que a reunião tinha sido transferida para a Spirite-Ville, na casa do Sr. Rebondin, rua do Sentier, onde a assembleia iria realizar-se no jardim.
Éramos mais ou menos trezentos ouvintes, de pé, apinhados sob as árvores, pisando nos canteiros do nosso hospedeiro. Sob a luz das estrelas, elevava-se a voz grave e suave de Allan Kardec, e a sua fisionomia meditativa, iluminada por pequena lâmpada colocada sobre uma mesinha, no centro do jardim, assumia aspecto fantástico.(...)
No dia seguinte, voltei à Spirite-Ville para visitar o Mestre. Encontrei-o de pé sobre pequeno banco, junto a uma grande cerejeira, a colher frutos que atirava à Sra. Allan Kardec. Era uma cena bucólica, contrastando alegremente com as suas graves preocupações.
Do mundo espiritual, Guaracy Paraná Vieira3, assim teceu o perfil de Allan Kardec: Portador de um caráter diamantino, a verdade nele transparecia no raciocínio e na ação.
Prudente, não se permitia avançar sem a segurança do êxito.
Em uma época de transição cultural e de afirmação da ciência, ele permaneceu fiel ao compromisso com Jesus, contribuindo para a libertação das criaturas, oferecendo-lhes os recursos do laboratório e do pensamento fixados nas bases morais do Evangelho.
Agredido, desculpou; caluniado, não revidou; perseguido, compreendeu.
No entanto, nunca se acovardou, e a sua foi uma existência digna, pura, trabalhadora, rica de experiências luminosas.
Não se permitindo o repouso antes do tempo, desencarnou sob o excesso de esforço, deixando incorruptível a Doutrina Espírita que lhe perpetua o nome, a vida e a missão.
Allan Kardec é o apóstolo dos tempos novos, de todos os tempos futuros, exemplo de herói discreto e de abnegado missionário de Jesus na Terra.
1.Doyle, Arthur Conan. História do Espiritualismo.cap. 21.
2.Luce, Gaston. Léon Denis, vida e obra. pt. 1, cap. I.
3.Franco, Divaldo Pereira. Perfis da vida. cap. 1.
Em 10.4.2017.
2.Luce, Gaston. Léon Denis, vida e obra. pt. 1, cap. I.
3.Franco, Divaldo Pereira. Perfis da vida. cap. 1.
Em 10.4.2017.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014