Presidente: 1907; 1912 – 1913
Nascido em 24 de janeiro de 1880, em Guaratuba, Paraná, desencarnou em 4 de fevereiro de 1958, em Curitiba, Capital do Estado do Paraná. Ainda jovem e com grandes pendores literários foi um dos fundadores da Federação Espírita do Paraná, representando, ao mesmo tempo, os Grupos Espíritas Allan Kardec e Luz nas Trevas, da cidade de Antonina.
Participou, como Vice-Presidente, da Diretoria Provisória, eleita ao ensejo da fundação da Federativa. Sempre em atividade, integrou a Comissão fiscal em 1906. Foi eleito Presidente em 20 de janeiro de 1907, reeleito em dezembro do mesmo ano. De 1908 a 8 de janeiro de 1911, foi Secretário Geral e, em 1912 e 1913, eleito e reeleito Presidente.
Autor de um trabalho enviado ao Congresso alemão sobre mediunidade, foi um dos preparadores e participantes do Congresso Espírita reunido em Ponta Grossa, em 1915. Exerceu, também o cargo de Secretário Geral, de 17 de janeiro de 1915 a 14 de janeiro de 1917. Permaneceu no Conselho até 13 de julho de 1919 e sua última presença na Secretaria Geral foi em 1921.
Sua vida pública foi intensa e, entre outras funções de relevo, exerceu o cargo de Prefeito de Paranaguá.
Durante o longo período em que pertenceu aos quadros da Federação, especialmente como Secretário, muito realizou em favor da Causa Espírita.
Teve grande projeção no meio jornalístico paranaense e foi um gigante das letras nas colaborações que prestou durante sua existência.
Em 4.7.2013.
A revista trimestral do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, nº 13, de 1958, com trinta e seis páginas, foi toda dedicada a homenagear Vicente Nascimento Júnior, como era mais conhecido. Dessa revista foi retirada a seguinte biografia:
Vicente Nascimento Júnior
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, da Academia Paranaense de Letras, do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Paraná, do Centro de Letras e da Academia José de Alencar.
Vicente Nascimento Júnior, nascido na vila de São Luís de Guaratuba, mas criado e educado em Paranaguá. Nasceu a 24 de janeiro de 1880, filho do casal Vicente M. Nascimento e Maria Júlia da Silva Nascimento.
Faleceu em Curitiba a 4 de fevereiro de 1958. Frequentou escolas primárias: a da sua progenitora e a do Professor Alfredo Alves da Silva, onde prestou exames finais.
Começou a vida prática no comércio, inclusive na Capital do Estado, passando depois a exercer a sua atividade jornalística no Diário da Tarde, na A República, Tribuna (Redator Secretário) e Comércio do Paraná (como diretor). Iniciando sua vida pública, serviu como oficial de gabinete do Secretário da Agricultura. Mudando sua residência para Antonina, serviu como Secretário da Prefeitura e da Câmara e, nessa cidade, fundou seu primeiro jornal, O Município. Como funcionário estadual acompanhou a missão Yonosuke Yamada, que fundou a primeira colônia de japoneses em Cacatú, naquele município. Tendo alguns órgãos de imprensa combatido essa colonização, por julgarem inassimilável à sociedade brasileira, defendeu-a como fator de trabalho inteligente e produtivo, e sobre os aspectos etnográficos e sociológicos, logrando seus artigos serem reproduzidos numa revista de Tóquio, com a tiragem de um milhão de exemplares.
Retornando a Paranaguá, desempenhou cargos públicos municipais e integrou a redação do Diário do Comércio, por várias vezes. Ali fundou, com o Dr. Hugo Corrêa e Professor Manoel Viana, o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá.
Por nomeação do Interventor Federal exerceu, em 1948, o cargo de Prefeito de Paranaguá, aposentando-se com trinta e três anos de grandes serviços ao Estado e municípios.
Sua produção literária foi vasta, estando dispersa em jornais, revistas e folhetos. Elevado a sócio honorário do Clube Literário, por serviços à cultura, do Rotary Clube de Paranaguá e de diversas outras instituições. De suas diversas publicações destacam-se Gabriel de Lara, estudando a individualidade desse bandeirante e 1º capitão-mor de Paranaguá e o drama histórico A conquista do Itiberê, em homenagem ao tricentésimo aniversário do município, em 1948.
Soneto dedicado a Vicente Nascimento Júnior, por Euclydes de Freitas Rocha, no início da década de 1950.
Nascimento Júnior
Quem o vê, assim, roupa em desalinho,
à cabeça inclinada um chapéu posto
no mais extravagante e arcaico gosto,
nem olha ao passo firme do velhinho
Seguindo, indiferente, o seu caminho...
No alquebrado e moreno e esguio rosto,
infinito saber na ideia exposto,
o indica um sábio, cujo pergaminho
nas páginas da imprensa tem honrado,
através pensamento inigualado,
descrevendo a existência parnaguara!
E qual Fernando Amaro, ou Cleto, ou Lara,
simbolizando a nossa excelsa glória,
ele é a história da nossa própria História!...
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014