Falsos irmãos e amigos ineptos
(...) Do mesmo modo que ninguém pode impedir a queda daquilo que, pelas leis divinas, deve cair, - homens, povos ou coisas – ninguém pode travar a marcha daquilo que tem de avançar. Se o Espiritismo fosse uma simples teoria, um sistema, poderia ser combatido por outro sistema. Mas repousa numa lei da natureza, tão bem quanto o movimento da Terra. A existência do Espírito é inerente à espécie humana; não é possível evitar que exista, como não se pode impedir a sua manifestação, do mesmo modo que não se impede o homem de marchar. (...) Quem, pois, poderia opor-se ao desenvolvimento de uma lei da natureza? Sendo obra de Deus, insurgir-se contra essa lei é revoltar-se contra Deus. Estas considerações explicam a inutilidade dos ataques dirigidos contra o Espiritismo. O que têm os Espíritas a fazer em presença dessas agressões é continuar pacificamente seus trabalhos, sem basófia, com calma e confiança dadas pela certeza de chegar ao fim.
Contudo, se nada pode parar a marcha geral, há circunstâncias que podem determinar entraves parciais, como uma pequena barragem pode desacelerar o curso de um rio, sem o impedir de correr. Desse número são os movimentos inconsiderados de certos adeptos mais zelosos que prudentes, que não calculam bem o alcance de seus atos ou de suas palavras. Assim, produzem sobre as pessoas não iniciadas na doutrina uma impressão desfavorável, mais própria a afastá-las que as diatribes dos adversários. (...)
(...) Nunca seria demais recomendar aos Espíritas refletir maduramente antes de agir. Em tais casos, manda a prudência não se bastar à opinião pessoal. Hoje, que de todos os lados se formam grupos ou sociedades, nada mais simples que se reunir antes de agir. Não tendo em vista senão o bem da causa, o verdadeiro Espírita sabe fazer abnegação do amor próprio. Crer em sua infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é do verdadeiro Espírita. Seria dar prova de orgulho, senão de obsessão.
Entre as inabilidades colocam-se em primeira linha as publicações intempestivas ou excêntricas, por serem fatos de maior repercussão. Nenhum Espírita ignora que os Espíritos estão longe de possuir a ciência suprema: muitos dentre eles sabem menos que certos homens e, como certos homens também têm a pretensão de saber tudo. (...) Assim, em se tratando de publicidade, toda circunspecção é pouca e não se calcularia com bastante cuidado o efeito que talvez produzisse sobre o leitor. Em resumo, é um grave erro crer-se obrigado a publicar tudo quanto ditam os Espíritos, porque, se os há bons e esclarecidos, também os há maus e ignorantes. Importa fazer uma escolha muito rigorosa de suas comunicações, afastar tudo quanto for inútil, insignificante, falso ou de natureza a produzir má impressão. É necessário semear, sem dúvida, mas semear boa semente e em tempo oportuno.
(...) O Espiritismo se distingue de todas as outras filosofias por isso que não é concepção filosófica de um homem só, mas de um ensino que cada um pode receber em todos os cantos da Terra, e tal é a consagração recebida pelo O Livro dos Espíritos. Escrito sem equívocos possíveis e ao alcance de todas as inteligências, esse livro será sempre a expressão clara e exata da doutrina e a transmitirá intacta aos que viverem depois de nós. As cóleras que excita são indícios do papel que tem de representar, e a dificuldade de lhe opor algo de mais sério. O que fez o rápido sucesso da doutrina espírita são as consolações e as esperanças que dá. Todo sistema que, pela negação dos princípios fundamentais, tendesse a destruir a fonte mesma dessas consolações, não seria acolhido com mais fervor.
É preciso não perder de vista que estamos, como foi dito, em momento de transição e que nenhuma transição se opera sem conflito. Não se admirem de ver agitarem-se as paixões em jogo, as ambições comprometidas, as pretensões frustradas, e cada um tentar se ressarcir do que vê escapar, montando-se no passado. Pouco a pouco, tudo estará extinto, a febre se acalma, os homens passam e as ideias novas ficam. Espíritas, elevai-vos pelo pensamento, olhai vinte anos para a frente e o presente não vos inquietará.
Contudo, se nada pode parar a marcha geral, há circunstâncias que podem determinar entraves parciais, como uma pequena barragem pode desacelerar o curso de um rio, sem o impedir de correr. Desse número são os movimentos inconsiderados de certos adeptos mais zelosos que prudentes, que não calculam bem o alcance de seus atos ou de suas palavras. Assim, produzem sobre as pessoas não iniciadas na doutrina uma impressão desfavorável, mais própria a afastá-las que as diatribes dos adversários. (...)
(...) Nunca seria demais recomendar aos Espíritas refletir maduramente antes de agir. Em tais casos, manda a prudência não se bastar à opinião pessoal. Hoje, que de todos os lados se formam grupos ou sociedades, nada mais simples que se reunir antes de agir. Não tendo em vista senão o bem da causa, o verdadeiro Espírita sabe fazer abnegação do amor próprio. Crer em sua infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é do verdadeiro Espírita. Seria dar prova de orgulho, senão de obsessão.
Entre as inabilidades colocam-se em primeira linha as publicações intempestivas ou excêntricas, por serem fatos de maior repercussão. Nenhum Espírita ignora que os Espíritos estão longe de possuir a ciência suprema: muitos dentre eles sabem menos que certos homens e, como certos homens também têm a pretensão de saber tudo. (...) Assim, em se tratando de publicidade, toda circunspecção é pouca e não se calcularia com bastante cuidado o efeito que talvez produzisse sobre o leitor. Em resumo, é um grave erro crer-se obrigado a publicar tudo quanto ditam os Espíritos, porque, se os há bons e esclarecidos, também os há maus e ignorantes. Importa fazer uma escolha muito rigorosa de suas comunicações, afastar tudo quanto for inútil, insignificante, falso ou de natureza a produzir má impressão. É necessário semear, sem dúvida, mas semear boa semente e em tempo oportuno.
(...) O Espiritismo se distingue de todas as outras filosofias por isso que não é concepção filosófica de um homem só, mas de um ensino que cada um pode receber em todos os cantos da Terra, e tal é a consagração recebida pelo O Livro dos Espíritos. Escrito sem equívocos possíveis e ao alcance de todas as inteligências, esse livro será sempre a expressão clara e exata da doutrina e a transmitirá intacta aos que viverem depois de nós. As cóleras que excita são indícios do papel que tem de representar, e a dificuldade de lhe opor algo de mais sério. O que fez o rápido sucesso da doutrina espírita são as consolações e as esperanças que dá. Todo sistema que, pela negação dos princípios fundamentais, tendesse a destruir a fonte mesma dessas consolações, não seria acolhido com mais fervor.
É preciso não perder de vista que estamos, como foi dito, em momento de transição e que nenhuma transição se opera sem conflito. Não se admirem de ver agitarem-se as paixões em jogo, as ambições comprometidas, as pretensões frustradas, e cada um tentar se ressarcir do que vê escapar, montando-se no passado. Pouco a pouco, tudo estará extinto, a febre se acalma, os homens passam e as ideias novas ficam. Espíritas, elevai-vos pelo pensamento, olhai vinte anos para a frente e o presente não vos inquietará.
Extrato de Exortação de Allan Kardec.
Revista Espírita, ano VI, v. 3, março 1863.
Em 3.6.2019.
Revista Espírita, ano VI, v. 3, março 1863.
Em 3.6.2019.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014