Resposta ao convite dos espíritas de Lyon e de Bordeaux
Meus caros irmãos e amigos espíritas de Lyon.
Apresso-me em vos dizer quanto sou sensível ao novo testemunho de simpatia que me acabais de dar, com o amável e grato convite para vos visitar este ano. Aceito-o com prazer, porque, para mim, é sempre uma felicidade encontrar-me em vosso meio. (...)
Continuai, meus amigos, a grande obra de regeneração, iniciada sob tão felizes auspícios e em breve colhereis o fruto da perseverança. Provai, sobretudo pela união e pela prática do bem, que o Espiritismo é a dádiva da paz e da concórdia entre os homens, e fazei que, vendo-vos, se possa dizer que seria desejável que todos fossem espíritas.
Meus amigos, sinto-me feliz por ver tantos grupos unidos no mesmo sentimento e marcharem de comum acordo para o nobre objetivo que nos propomos. Sendo tal objetivo o mesmo para todos, não poderia haver divisões: uma mesma bandeira vos deve guiar e nela está escrito: Fora da Caridade não há salvação. Ficai certos de que em torno dela é que a humanidade inteira sentirá necessidade de se unir, quando se cansar das lutas geradas pelo orgulho, pela inveja e pela cupidez. Esta máxima, verdadeira âncora de salvação, pois, será o repouso após a fadiga, o Espiritismo terá a glória de havê-la proclamado. Inscrevei-a em todos os locais de reunião, e em vossas casas. Que ela seja, de agora em diante, a palavra de união entre todos os homens que, sinceramente, querem o bem, sem segunda intenção pessoal. Mas fazei melhor ainda: gravai-a em vossos corações e, desde já, desfrutareis a calma e a serenidade que aí acharão as gerações futuras, quando a paz for a base das relações sociais. Sois os pioneiros: deveis dar exemplo, a fim de encorajar os outros a vos seguirem.
Não esqueçais que a tática dos vossos inimigos encarnados e desencarnados é dividir-vos. Provai-lhes que perdem o tempo na tentativa de suscitar, entre os grupos, sentimentos de inveja e rivalidades, que seriam uma apostasia da verdadeira doutrina espírita cristã.
As quinhentas assinaturas que subscrevem o convite que tivestes a bondade de me enviar representam um protesto contra essa tentativa: e ainda há outros que terei o prazer de aí ver. Aos meus olhos é mais que simples fórmula: é um estímulo à marcha que nos traçam os bons Espíritos. Eu as conservarei preciosamente, porque um dia constituirão os gloriosos arquivos do Espiritismo.
Ainda uma palavra, meus amigos. Indo ver-vos, uma coisa desejo: é que não haja banquete. E isto por vários motivos. Não quero que minha visita seja ocasião para despesas que poderiam impedir a presença de alguns e privar-me do prazer de ver todos reunidos. Os tempos estão duros. Não devemos fazer despesas inúteis. O dinheiro que isto custaria seria melhor empregado em auxílio aos que mais tarde necessitarão. Eu vo-lo digo com toda sinceridade: o pensamento naquilo que fizerdes por mim em tal circunstância poderia ser uma causa de privação para muitos e me tiraria o prazer da reunião. Nem vou a Lyon para exibição nem para receber homenagens, mas para me entender convosco, consolar os aflitos, encorajar os fracos, ajudar-vos com os meus conselhos até onde estiver em mim fazê-lo. E o que de mais agradável me podeis oferecer é o espetáculo de uma união boa, franca e sólida. Crêde: os termos tão afetuosos do vosso convite para mim valem mais que todos os banquetes do mundo, ainda que oferecido num palácio. Que me restaria de um banquete? Nada. Ao passo que vosso convite fica como preciosa lembrança e uma prova de vossa afeição.
Até breve, meus amigos; se Deus quiser terei o prazer de vos apertar as mãos cordialmente.
Apresso-me em vos dizer quanto sou sensível ao novo testemunho de simpatia que me acabais de dar, com o amável e grato convite para vos visitar este ano. Aceito-o com prazer, porque, para mim, é sempre uma felicidade encontrar-me em vosso meio. (...)
Continuai, meus amigos, a grande obra de regeneração, iniciada sob tão felizes auspícios e em breve colhereis o fruto da perseverança. Provai, sobretudo pela união e pela prática do bem, que o Espiritismo é a dádiva da paz e da concórdia entre os homens, e fazei que, vendo-vos, se possa dizer que seria desejável que todos fossem espíritas.
Meus amigos, sinto-me feliz por ver tantos grupos unidos no mesmo sentimento e marcharem de comum acordo para o nobre objetivo que nos propomos. Sendo tal objetivo o mesmo para todos, não poderia haver divisões: uma mesma bandeira vos deve guiar e nela está escrito: Fora da Caridade não há salvação. Ficai certos de que em torno dela é que a humanidade inteira sentirá necessidade de se unir, quando se cansar das lutas geradas pelo orgulho, pela inveja e pela cupidez. Esta máxima, verdadeira âncora de salvação, pois, será o repouso após a fadiga, o Espiritismo terá a glória de havê-la proclamado. Inscrevei-a em todos os locais de reunião, e em vossas casas. Que ela seja, de agora em diante, a palavra de união entre todos os homens que, sinceramente, querem o bem, sem segunda intenção pessoal. Mas fazei melhor ainda: gravai-a em vossos corações e, desde já, desfrutareis a calma e a serenidade que aí acharão as gerações futuras, quando a paz for a base das relações sociais. Sois os pioneiros: deveis dar exemplo, a fim de encorajar os outros a vos seguirem.
Não esqueçais que a tática dos vossos inimigos encarnados e desencarnados é dividir-vos. Provai-lhes que perdem o tempo na tentativa de suscitar, entre os grupos, sentimentos de inveja e rivalidades, que seriam uma apostasia da verdadeira doutrina espírita cristã.
As quinhentas assinaturas que subscrevem o convite que tivestes a bondade de me enviar representam um protesto contra essa tentativa: e ainda há outros que terei o prazer de aí ver. Aos meus olhos é mais que simples fórmula: é um estímulo à marcha que nos traçam os bons Espíritos. Eu as conservarei preciosamente, porque um dia constituirão os gloriosos arquivos do Espiritismo.
Ainda uma palavra, meus amigos. Indo ver-vos, uma coisa desejo: é que não haja banquete. E isto por vários motivos. Não quero que minha visita seja ocasião para despesas que poderiam impedir a presença de alguns e privar-me do prazer de ver todos reunidos. Os tempos estão duros. Não devemos fazer despesas inúteis. O dinheiro que isto custaria seria melhor empregado em auxílio aos que mais tarde necessitarão. Eu vo-lo digo com toda sinceridade: o pensamento naquilo que fizerdes por mim em tal circunstância poderia ser uma causa de privação para muitos e me tiraria o prazer da reunião. Nem vou a Lyon para exibição nem para receber homenagens, mas para me entender convosco, consolar os aflitos, encorajar os fracos, ajudar-vos com os meus conselhos até onde estiver em mim fazê-lo. E o que de mais agradável me podeis oferecer é o espetáculo de uma união boa, franca e sólida. Crêde: os termos tão afetuosos do vosso convite para mim valem mais que todos os banquetes do mundo, ainda que oferecido num palácio. Que me restaria de um banquete? Nada. Ao passo que vosso convite fica como preciosa lembrança e uma prova de vossa afeição.
Até breve, meus amigos; se Deus quiser terei o prazer de vos apertar as mãos cordialmente.
Allan Kardec.
Revista Espírita, ano V, v. 9, setembro 1862.
Em 3.6.2019.
Revista Espírita, ano V, v. 9, setembro 1862.
Em 3.6.2019.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014