Bicentenário de Nascimento de Allan Kardec IV
O Codificador se qualificava como um homem positivo, sem entusiasmo, que tudo julgava friamente, raciocinando de acordo com os fatos.
A sua postura, perante o Movimento era de grande nobreza e coragem. Alguns dos apontamentos que registrou na Revue Spirite, se fazem de muita relevância aos que laboramos na Seara Espírita.
Em 1858, deixou registrado, na revista do mês de novembro: Perguntam-nos frequentemente por que não respondemos, em nosso jornal, aos ataques de certas folhas dirigidos contra o espiritismo em geral, contra seus partidários e, às vezes, mesmo contra nós. Cremos que, em certos casos, o silêncio é a melhor resposta. Há, por outro lado, um gênero de polêmica que nos impomos a norma de abster-nos: é a que pode degenerar em personalismos. Ela não só nos repugna, como nos tomaria um tempo que podemos empregar mais utilmente, além do que seria bem pouco interessante para os nossos leitores, que assinam o jornal para se instruírem e não para ouvir diatribes mais ou menos espirituosas. Ora, uma vez embrenhado nesse caminho, dele seria difícil sair; eis por que preferimos aí não entrar, e julgamos que assim o Espiritismo só terá a ganhar em dignidade.1
Perfeitamente consciente de sua posição de trabalhador do Cristo, em Carta aberta aos correspondentes da Revue Spirite, assim expressa a sua fé inabalável na Providência Divina: Aos que se dignam fazer votos pela nossa estada aqui embaixo, no interesse do Espiritismo, diremos que ninguém é indispensável na execução dos desígnios de Deus.
O que fizemos, outros poderiam fazê-lo; e o que não pudermos fazer, outros o farão. Assim, quando lhe aprouver chamar-nos, Ele saberá prover a continuação de sua obra. Aquele que será chamado a tomar as rédeas cresce na sombra e se revelará, quando chegar o tempo, não por sua pretensão a uma supremacia qualquer, mas por seus atos, que o assinalarão à atenção de todos.4
Deixa aí, não somente a sua qualidade de homem de fé, quanto atesta da sua humildade, cônscio de que realizava uma tarefa importante, contudo não se arvorando como alguém que fosse insubstituível.
Dos apontamentos de 1862, ainda colhemos, de sua lavra: Considero como grande favor do céu ser testemunha do bem que ela (a Doutrina Espírita) já fez. Esta certeza, da qual diariamente recebo os mais tocantes testemunhos, me paga com usura todas as minhas aflições e fadigas.
Só uma graça peço a Deus, a de me dar a força necessária para ir até o fim de minha tarefa, que está longe de terminar. Mas, suceda o que suceder, terei sempre a consolação de haver assegurado a imperecibilidade da semeadura das ideias novas, agora espalhada por toda parte.
Se alguma coisa lamento, é que a exiguidade de meus recursos pessoais não me permita executar os planos que concebi para seu mais rápido progresso.
Mas, se Deus, na Sua sabedoria, achar por bem decidir de outra forma, legarei esses planos aos meus sucessores, que, sem dúvida, serão mais felizes.2
Essas considerações do mestre lionês nos reportam ao nosso Movimento Espírita atual em que muitos ainda não formam equipes, nem se preocupam com continuadores, esquecidos que somos transitórios neste mundo.
Tendo abraçado a tarefa que foi delegada, a ela se entrega Allan Kardec sem a presunção de se julgar o único capaz, ou mais capaz que qualquer outro, ou o único encarregado de cumprir os desígnios da Providência.3
Mostra-se, no entanto, disposto a dar de si tudo o que tem de melhor: Nesse grande movimento renovador, tenho minha parte de ação. Só falo, pois, do que me concerne; mas o que posso afirmar, sem vã jactância, é que, no papel a mim incumbido, nem a coragem nem a perseverança me faltarão. Jamais falhei, e hoje, que vejo a estrada iluminar-se de maravilhosa claridade, sinto minhas forças aumentadas.
Jamais duvidei, e hoje, graças às novas luzes que a Deus aprouve dar-me, estou certo; e digo a todos os nossos irmãos, com mais segurança do que nunca: coragem e perseverança, porque brilhante êxito coroará nossos esforços.3
Com certeza, nosso Modelo e Guia é Jesus, entretanto, grande exemplo é Allan Kardec, de espírita cristão e trabalhador incansável.
Sozinho para fazer tudo, naqueles dias iniciais da Doutrina Espírita, sacrifica o seu repouso para tudo atender, ao tempo mesmo que reconhece que o tempo e as forças do homem têm limites.
A sua postura, perante o Movimento era de grande nobreza e coragem. Alguns dos apontamentos que registrou na Revue Spirite, se fazem de muita relevância aos que laboramos na Seara Espírita.
Em 1858, deixou registrado, na revista do mês de novembro: Perguntam-nos frequentemente por que não respondemos, em nosso jornal, aos ataques de certas folhas dirigidos contra o espiritismo em geral, contra seus partidários e, às vezes, mesmo contra nós. Cremos que, em certos casos, o silêncio é a melhor resposta. Há, por outro lado, um gênero de polêmica que nos impomos a norma de abster-nos: é a que pode degenerar em personalismos. Ela não só nos repugna, como nos tomaria um tempo que podemos empregar mais utilmente, além do que seria bem pouco interessante para os nossos leitores, que assinam o jornal para se instruírem e não para ouvir diatribes mais ou menos espirituosas. Ora, uma vez embrenhado nesse caminho, dele seria difícil sair; eis por que preferimos aí não entrar, e julgamos que assim o Espiritismo só terá a ganhar em dignidade.1
Perfeitamente consciente de sua posição de trabalhador do Cristo, em Carta aberta aos correspondentes da Revue Spirite, assim expressa a sua fé inabalável na Providência Divina: Aos que se dignam fazer votos pela nossa estada aqui embaixo, no interesse do Espiritismo, diremos que ninguém é indispensável na execução dos desígnios de Deus.
O que fizemos, outros poderiam fazê-lo; e o que não pudermos fazer, outros o farão. Assim, quando lhe aprouver chamar-nos, Ele saberá prover a continuação de sua obra. Aquele que será chamado a tomar as rédeas cresce na sombra e se revelará, quando chegar o tempo, não por sua pretensão a uma supremacia qualquer, mas por seus atos, que o assinalarão à atenção de todos.4
Deixa aí, não somente a sua qualidade de homem de fé, quanto atesta da sua humildade, cônscio de que realizava uma tarefa importante, contudo não se arvorando como alguém que fosse insubstituível.
Dos apontamentos de 1862, ainda colhemos, de sua lavra: Considero como grande favor do céu ser testemunha do bem que ela (a Doutrina Espírita) já fez. Esta certeza, da qual diariamente recebo os mais tocantes testemunhos, me paga com usura todas as minhas aflições e fadigas.
Só uma graça peço a Deus, a de me dar a força necessária para ir até o fim de minha tarefa, que está longe de terminar. Mas, suceda o que suceder, terei sempre a consolação de haver assegurado a imperecibilidade da semeadura das ideias novas, agora espalhada por toda parte.
Se alguma coisa lamento, é que a exiguidade de meus recursos pessoais não me permita executar os planos que concebi para seu mais rápido progresso.
Mas, se Deus, na Sua sabedoria, achar por bem decidir de outra forma, legarei esses planos aos meus sucessores, que, sem dúvida, serão mais felizes.2
Essas considerações do mestre lionês nos reportam ao nosso Movimento Espírita atual em que muitos ainda não formam equipes, nem se preocupam com continuadores, esquecidos que somos transitórios neste mundo.
Tendo abraçado a tarefa que foi delegada, a ela se entrega Allan Kardec sem a presunção de se julgar o único capaz, ou mais capaz que qualquer outro, ou o único encarregado de cumprir os desígnios da Providência.3
Mostra-se, no entanto, disposto a dar de si tudo o que tem de melhor: Nesse grande movimento renovador, tenho minha parte de ação. Só falo, pois, do que me concerne; mas o que posso afirmar, sem vã jactância, é que, no papel a mim incumbido, nem a coragem nem a perseverança me faltarão. Jamais falhei, e hoje, que vejo a estrada iluminar-se de maravilhosa claridade, sinto minhas forças aumentadas.
Jamais duvidei, e hoje, graças às novas luzes que a Deus aprouve dar-me, estou certo; e digo a todos os nossos irmãos, com mais segurança do que nunca: coragem e perseverança, porque brilhante êxito coroará nossos esforços.3
Com certeza, nosso Modelo e Guia é Jesus, entretanto, grande exemplo é Allan Kardec, de espírita cristão e trabalhador incansável.
Sozinho para fazer tudo, naqueles dias iniciais da Doutrina Espírita, sacrifica o seu repouso para tudo atender, ao tempo mesmo que reconhece que o tempo e as forças do homem têm limites.
01.KARDEC, Allan. Polêmica espírita. Revista Espírita. Rio de Janeiro: FEB, v. 1, nov.1858.
02.______. Resposta à mensagem de ano novo dos espíritas lioneses. Revista Espírita. São Paulo: EDICEL, v. 5, fev.1862.
03.______. A sociedade Espírita de Paris aos Espíritas da França e do estrangeiro. Revista Espírita. São Paulo: EDICEL, v. 8, nov.1865.
04.______. Aos nossos correspondentes. Revista Espírita. São Paulo: EDICEL, v. 10, jan.1867.
Revisado em 12.4.2017.
02.______. Resposta à mensagem de ano novo dos espíritas lioneses. Revista Espírita. São Paulo: EDICEL, v. 5, fev.1862.
03.______. A sociedade Espírita de Paris aos Espíritas da França e do estrangeiro. Revista Espírita. São Paulo: EDICEL, v. 8, nov.1865.
04.______. Aos nossos correspondentes. Revista Espírita. São Paulo: EDICEL, v. 10, jan.1867.
Revisado em 12.4.2017.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014