Um amigo fiel
Diz o Eclesiástico (6:14) que o amigo fiel é uma forte proteção; quem o encontrou, encontrou um tesouro.
O Meigo Rabi da Galileia, Modelo e Guia, não prescindiu dos amigos, antes exemplificou e falou a respeito da amizade.
Um deles se revelaria, especialmente, logo após a morte de Jesus. Chamava-se José e era de Arimateia, cidade da Judeia. Lucas (23:51) a ele se refere como quem também esperava o reino de Deus.
Homem rico, segundo o identifica o Evangelista Mateus, era membro do Sinédrio, o Colégio dos mais altos magistrados do povo judeu. Também conhecido como Sanhedrin, formava a suprema magistratura judaica. Ao tempo da condenação de Jesus, denota-se que tinha poder para pronunciar a condenação à morte, que devia, então, ser ratificada e executada pelo Procurador da Judeia.
Era composto de setenta e um membros, de três classes: os anciãos, representantes da aristocracia leiga; os pontífices e os escribas, geralmente do partido dos fariseus. O Sumo Sacerdote era o Presidente.
Conforme os apontamentos de Lucas (23:50-53), José era um homem bom e justo e durante a audiência que condenou Jesus, não concordou com a determinação dos demais, nem com os seus atos.
Embora, ocultamente, por medo dos judeus, era discípulo de Jesus, afirma João
(19:38).
Ele havia mandado esculpir em rocha o seu sepulcro, o que era costume entre aquele povo. Não raro, registre-se, ligavam maior importância e dispensavam mais carinhosos requintes à moradia do corpo morto do que à casa do corpo vivo.
O sepulcro se encontrava em um jardim da sua propriedade, numa esplanada do Gólgota, há cerca de trinta metros do local, da crucifixão.
Estudos arqueológicos demonstram que os sepulcros cavados na rocha, obedeciam quase sempre a um padrão semelhante: uma porta de pouco mais de um metro de altura, por quase setenta centímetros de largura, dando acesso a uma câmara interna de pouco mais de dois metros de comprimento por quase um metro de largura. De um dos lados, havia um nicho ou sarcófago bastante amplo para caber um corpo humano, elevando-se cerca de sessenta e cinco centímetros do nível do solo da câmara.
Nos séculos XII-XI a.C. o cadáver era colocado com a cabeça orientada para leste e o corpo para o sul.
No caso de Jesus, tudo se deu muito depressa, pois que estava para iniciar o preceito sabático do repouso absoluto. Tão logo concretizada a morte, José de Arimateia foi ter com Pilatos e destemidamente requereu dele o corpo do amigo.
Temia, sim, que o lançassem em vala comum, junto com os corpos de outros celerados.
Pilatos cedeu de imediato. Talvez porque ainda estivesse um tanto perturbado pelo recado de sua esposa, que sonhara com o acusado daquele dia fatídico; ou com as palavras misteriosas do condenado, ou por não ter achado nEle culpa alguma.
Interessante anotar-se que, se durante a vida pública do Nazareno, José de Arimateia se manteve discreto, oculto, como afirma o Evangelista João, após a morte do Amigo, ele tudo enfrenta, sem temor.
Com a aquiescência do Procurador, José retorna apressadamente ao Calvário para frustrar qualquer tentativa brutal dos soldados, com respeito ao corpo que desejava resgatar.
Antes do pôr do sol, ele providenciou, junto com Nicodemos, a retirada do corpo da cruz. Eram dois amigos do Cristo que ali se manifestavam. Estranhamente evidencia-se, sem nenhum propósito de crítica, que não foram os parentes que diligenciaram o sepultamento, nem os discípulos que com Ele haviam convivido por quase três anos.
Os dois homens trabalharam afanosamente, mas de forma apressada, embalsamando o corpo, cobrindo-o todo com uma mescla de mirra e aloés, resinas aromáticas muito comuns no Oriente. Parte dessas substâncias era reduzida a pó, parte a líquido ou pasta glutinosa.3
Embebidas as tiras de pano nessas essências, eram enfaixados cuidadosamente os membros, um a um, começando pelos pés, depois os braços e terminando pelo tronco. O corpo ficava todo envolto em ataduras e faixas empastadas em goma odorífera.
Alguns textos apontam que teria sido o próprio José de Arimateia quem trouxe o lençol de linho e o sudário para envolver o corpo e cobrir o rosto, outros dizem ter sido Nicodemos.
Com todo cuidado, depositaram o corpo no túmulo e volveram a pesada laje, fechando a boca da câmara rochosa.
Os Evangelhos nada mais relatam a respeito de José de Arimateia, após a morte de Jesus. Em outras fontes existem poucas informações. Uma delas o identifica como quem seguiu o discípulo Filipe, até a Gália, atual França, de onde teria chefiado um destacamento para a Britânia.
Na mitologia celta, ele portaria consigo uma taça que o folclore posterior transformou no cálice da Última Ceia, vindo a perder-se misteriosamente. A busca do cálice (denominado o Santo Graal) é o tema central das histórias que envolvem o também lendário rei Artur.
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O Meigo Rabi da Galileia, Modelo e Guia, não prescindiu dos amigos, antes exemplificou e falou a respeito da amizade.
Um deles se revelaria, especialmente, logo após a morte de Jesus. Chamava-se José e era de Arimateia, cidade da Judeia. Lucas (23:51) a ele se refere como quem também esperava o reino de Deus.
Homem rico, segundo o identifica o Evangelista Mateus, era membro do Sinédrio, o Colégio dos mais altos magistrados do povo judeu. Também conhecido como Sanhedrin, formava a suprema magistratura judaica. Ao tempo da condenação de Jesus, denota-se que tinha poder para pronunciar a condenação à morte, que devia, então, ser ratificada e executada pelo Procurador da Judeia.
Era composto de setenta e um membros, de três classes: os anciãos, representantes da aristocracia leiga; os pontífices e os escribas, geralmente do partido dos fariseus. O Sumo Sacerdote era o Presidente.
Conforme os apontamentos de Lucas (23:50-53), José era um homem bom e justo e durante a audiência que condenou Jesus, não concordou com a determinação dos demais, nem com os seus atos.
Embora, ocultamente, por medo dos judeus, era discípulo de Jesus, afirma João
(19:38).
Ele havia mandado esculpir em rocha o seu sepulcro, o que era costume entre aquele povo. Não raro, registre-se, ligavam maior importância e dispensavam mais carinhosos requintes à moradia do corpo morto do que à casa do corpo vivo.
O sepulcro se encontrava em um jardim da sua propriedade, numa esplanada do Gólgota, há cerca de trinta metros do local, da crucifixão.
Estudos arqueológicos demonstram que os sepulcros cavados na rocha, obedeciam quase sempre a um padrão semelhante: uma porta de pouco mais de um metro de altura, por quase setenta centímetros de largura, dando acesso a uma câmara interna de pouco mais de dois metros de comprimento por quase um metro de largura. De um dos lados, havia um nicho ou sarcófago bastante amplo para caber um corpo humano, elevando-se cerca de sessenta e cinco centímetros do nível do solo da câmara.
Nos séculos XII-XI a.C. o cadáver era colocado com a cabeça orientada para leste e o corpo para o sul.
No caso de Jesus, tudo se deu muito depressa, pois que estava para iniciar o preceito sabático do repouso absoluto. Tão logo concretizada a morte, José de Arimateia foi ter com Pilatos e destemidamente requereu dele o corpo do amigo.
Temia, sim, que o lançassem em vala comum, junto com os corpos de outros celerados.
Pilatos cedeu de imediato. Talvez porque ainda estivesse um tanto perturbado pelo recado de sua esposa, que sonhara com o acusado daquele dia fatídico; ou com as palavras misteriosas do condenado, ou por não ter achado nEle culpa alguma.
Interessante anotar-se que, se durante a vida pública do Nazareno, José de Arimateia se manteve discreto, oculto, como afirma o Evangelista João, após a morte do Amigo, ele tudo enfrenta, sem temor.
Com a aquiescência do Procurador, José retorna apressadamente ao Calvário para frustrar qualquer tentativa brutal dos soldados, com respeito ao corpo que desejava resgatar.
Antes do pôr do sol, ele providenciou, junto com Nicodemos, a retirada do corpo da cruz. Eram dois amigos do Cristo que ali se manifestavam. Estranhamente evidencia-se, sem nenhum propósito de crítica, que não foram os parentes que diligenciaram o sepultamento, nem os discípulos que com Ele haviam convivido por quase três anos.
Os dois homens trabalharam afanosamente, mas de forma apressada, embalsamando o corpo, cobrindo-o todo com uma mescla de mirra e aloés, resinas aromáticas muito comuns no Oriente. Parte dessas substâncias era reduzida a pó, parte a líquido ou pasta glutinosa.3
Embebidas as tiras de pano nessas essências, eram enfaixados cuidadosamente os membros, um a um, começando pelos pés, depois os braços e terminando pelo tronco. O corpo ficava todo envolto em ataduras e faixas empastadas em goma odorífera.
Alguns textos apontam que teria sido o próprio José de Arimateia quem trouxe o lençol de linho e o sudário para envolver o corpo e cobrir o rosto, outros dizem ter sido Nicodemos.
Com todo cuidado, depositaram o corpo no túmulo e volveram a pesada laje, fechando a boca da câmara rochosa.
Os Evangelhos nada mais relatam a respeito de José de Arimateia, após a morte de Jesus. Em outras fontes existem poucas informações. Uma delas o identifica como quem seguiu o discípulo Filipe, até a Gália, atual França, de onde teria chefiado um destacamento para a Britânia.
Na mitologia celta, ele portaria consigo uma taça que o folclore posterior transformou no cálice da Última Ceia, vindo a perder-se misteriosamente. A busca do cálice (denominado o Santo Graal) é o tema central das histórias que envolvem o também lendário rei Artur.
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01.CHOURAQUI, André. Viver e sobreviver. In:___. Os homens da Bíblia. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. porta 2, cap. 2. item e – A sepultura.
02.READER’S DIGEST. Seguindo os passos de Jesus. In:___.Depois de Jesus. O triunfo do cristianismo. 1999, cap. 1.
03.ROHDEN, Huberto. A sepultura de Jesus. In:___. Jesus Nazareno. 6.ed. São Paulo: União Cultural. v. 2, cap. 190.
04.S. GAROFALO et all. A ressurreição. In:___.Vida de Cristo. São Paulo: Paulinas, 1982. cap. 17.
05.VAN DEN BORN, A . José. In:___. Dicionário enciclopédico da Bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.
06.______. Sinédrio. Op. cit.
Em 29.3.2016
02.READER’S DIGEST. Seguindo os passos de Jesus. In:___.Depois de Jesus. O triunfo do cristianismo. 1999, cap. 1.
03.ROHDEN, Huberto. A sepultura de Jesus. In:___. Jesus Nazareno. 6.ed. São Paulo: União Cultural. v. 2, cap. 190.
04.S. GAROFALO et all. A ressurreição. In:___.Vida de Cristo. São Paulo: Paulinas, 1982. cap. 17.
05.VAN DEN BORN, A . José. In:___. Dicionário enciclopédico da Bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.
06.______. Sinédrio. Op. cit.
Em 29.3.2016
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014