Nascido em 18 de abril de 1922, no Recife, Pernambuco, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1948, quando, junto com um grupo de 12 companheiros, foi representar o seu Estado no 1º Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil.
Fotógrafo de primeira linha, não demorou a ter o seu talento reconhecido pelas estrelas do rádio, que então vivia a sua época de ouro.
Trabalhou para as rádios Tupi, Nacional, Mayrink Veiga, e gravadoras como a RCA e a CBS.
Por suas lentes passaram nomes como Altemar Dutra, Ângela Maria, Bibi Ferreira, Carmem Miranda, Dalva de Oliveira, Dircinha Batista, Emilinha Borba, Lana Bittencourt, a grande amiga Linda Batista, Luiz Gonzaga, Marlene, Maysa e Roberto Carlos.
De berço católico, interessou-se pelo Espiritismo depois de ver um parente próximo curado de um grave problema obsessivo. Já no Rio, ingressou na Mocidade do Centro Espírita Cristófilos, no bairro de Botafogo, na Zona Sul da cidade. E, não parou mais.
De espírito entusiasta, mobilizou-se em campanhas do quilo, visitas fraternas, no trabalho de Evangelização e terminou por colaborar na fundação de várias Casas Espíritas. Dentre elas, o Centro Espírita Seara Fraterna, no bairro do Catete, e, junto com Deolindo Amorim e outros tarefeiros, a Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas (Abrajee) - que mais tarde se transformou na Associação Brasileira dos Divulgadores do Espiritismo (Abrade) - o Museu Espírita do Brasil - na extinta Liga Espírita do Brasil - e o Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB).
Também viu nascer em 1958, o Lar Fabiano de Cristo, tendo sido, inclusive, um dos que assinaram a sua ata de fundação, junto com Chico Xavier, Carlos Torres Pastorino e Jayme Rolemberg de Lima.
No Serviço Espírita de Informações assumiu há várias décadas a responsabilidade pelas biografias, encontrando tempo ainda para gerar materiais biográficos para os demais veículos da imprensa espírita.
Sua contribuição à memória espírita é, sem dúvida, incalculável.
Sua preocupação em preservar a história dos espíritas era tanta que não titubeava em pedir uma entrevista aos companheiros de lide que dele se aproximavam e, é claro, fazer uma foto.
Sabia o quanto era importante conhecer-lhes a história para que seus exemplos pudessem ser seguidos.
Foi assim que, ao longo do tempo, conseguiu reunir em seu acervo mais de 2.500 biografias e fotos, algumas de sua autoria e outras colhidas em fontes diversas.
Tudo isso fez dele um ponto de referência, sobretudo para instituições e órgãos doutrinários, que lhe buscavam a ajuda frequentemente.
Publicou dois livros: Personagens do Espiritismo (Edições Feesp), em parceria com Paulo Alves Godoy, e Pioneiros de uma nova era: espíritas do Brasil (Edições Celd).
Lucena vinha sofrendo, desde 2008, com uma forte angina que, vez por outra, lhe visitava o peito, e as vistas também já não estavam muito boas. Mas, mesmo assim, sempre que possível deixava o lar para levar a alegria do seu espírito aos muitos amigos do Lar Fabiano de Cristo e, sobretudo, aos companheiros do Serviço Espírita de Informações.
Até os seus últimos dias trabalhou, empenhado em repassar o seu acervo ao ICEB, que em 6 de dezembro prestou-lhe uma homenagem em vida, com a inauguração do Memorial Antonio Lucena.
Antonio de Souza Lucena desencarnou na madrugada de 26 de janeiro, no Rio de Janeiro. Deixou a esposa Deusarina Matos Lucena, a Dona Deusa, com quem completaria 50 anos de casado, e mais quatro filhos e quatro netos.
O sepultamento do seu corpo aconteceu no mesmo dia, às 16h., no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro, RJ.
Em 27.02.2009.
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