Pedro Álvarez y Gasca

O professor Pedro Álvarez y Gasca nasceu na cidade de Moroléon, Estado de Guanajuato em 4 de novembro de 1913.

 

Foi o sexto filho do matrimônio constituído pela senhora sua mãe, Maria Gasca de Alvarez, mestre de escola e Dom Primitivo Alvarez, farmacêutico originário de Michoacán.

 

Seus primeiros anos de estudo primário e secundário realizou-os na cidade de Morelia, Michoacán, com muito esforço pois, desde seu nascimento, na época da revolução, seu organismo foi débil e enfermiço; à diferença de outras crianças que gostavam dos jogos ativos, ele buscava a quietude e, em outras ocasiões, o isolamento.

 

Mas não se pense que ele era triste; seu caráter era afável e bondoso e costumava, em muitas ocasiões, fazer brincadeiras ingênuas ou perspicazes a seus companheiros. Como era muito observador das pessoas, fazia-lhes versos sérios ou jocosos. Os "dias dos mortos" eram propícios para escrever galhofas e com muita agudeza crítica escreveu alguns muitos simpáticos que eram levados à imprensa da cidade e logo reproduzidos no periódico local. Na época, o irmão Pedrito contava com dez anos de idade.

 

Ao terminar sua instrução secundária, ampliou seus estudos tomando aulas de biologia e dos idiomas: inglês, francês e alemão; (português estudou mais tarde, quando adulto), assim como de música, com o professor Eugenio Escalante com quem aprendeu tocar bandolim, banjo e violino. O estudo da História da Arte e História Pré-hispânica e Colonial, apaixonou-o muito e, posteriormente, constituiu, ao longo de sua vida, sua vocação principal.

 

O esforço pela superação o realizava, apesar da deficiente saúde que padecia. Seus pais e familiares sempre estavam preocupados por ele, levando-o a consultas com vários médicos, sem encontrar esperanças satisfatórias.

 

Certo dia, desesperado por não encontrar alívio, aceitou que seu irmão José o levasse a um Centro Espírita da cidade de Morelia; nesse Centro encontrou seu alívio através de curas fluídicas que lhe foram proporcionadas pelo Espírito do Dr. Enrique G. de la Garza. Este acontecimento determinou sua conversão ao Espiritismo.

 

O irmão Pedrito tinha uma importante missão a cumprir, missão que se perfilou desde seus primeiros anos de vida e, com a recuperação de sua saúde a revelação de seu destino. A formação religiosa católica-cristã que recebeu em sua infância no lar, contribuiu no desenvolvimento de sua sensibilidade e, por conseqüência, na compreensão do conteúdo moral e espiritual do Espiritismo. Dizia o irmão Pedro: "O Espiritismo chegou a mim sem causar-me assombro. Desde o primeiro momento, aceitei-o de forma muito natural e foi-me fácil sua compreensão. Comecei a estudar nos livros de Allan Kardec e descobri, desde então, a causa de todos os meus padecimentos."

 

Nesse tempo, Pedrito contava com vinte anos de idade e encontrava-se trabalhando como Ajudante Administrativo na Casa de Morelos, convertida, mais tarde, em Museu. Era o ano de 1933.

 

Três anos depois, em 1936, seu irmão José, que então se encontrava no México, convidou o irmão Pedrito a mudar-se para essa capital pois era-lhe oferecida uma nomeação como Etnólogo na Direção de Monumentos Coloniais da Secretaria de Educação Pública.

 

No ano de 1945, o irmão Pedro contraiu matrimônio na cidade de Morelia, com a Srta. Juana Sánchez Hernández.

 

Tanto o irmão Pedrito como o irmão José, na época, já tinham uma formação espírita muito sólida; freqüentavam Centros e eram convidados a proferir conferências; lembramo-nos, precisamente, do irmão Pedrito quando, no mês de novembro de 1941, na então Sociedade Heliosóphica "Amigos de la Verdad", que se localizava na rua Protásio Tagle, 45, em Tacubaya, D.F., participou de um ciclo de conferências que incluiu uma semana, na qual participaram os irmãos Alfredo Lorenz, Dom Ramón Guzmán, Dom Rufino Juanco, José Alvarez e Gasca perante um numeroso auditório, sustentando brilhante conferência.

 

Em 1950, restabeleceu-se a "Central Espírita Mexicana" com o irmão Rufino Juanco, colaborando destacados espíritas do interior como Dom Mariano Salem, de Tampico; Agustín P. Carranza e Dom Benjamin Salazar, da Ciudad Juarez; Dom Rosendo Ramirez, Dom Agustín Pérez, Miguel Lezama, Aristeo e Angel Calva, de Tlaxcala; o professor Jesús Garcia Lucio, de Tampico e muitos mais. Nesta etapa de reorganização da C.E.M., o irmão Pedrito manifestou seu empenho e ampla colaboração. Recordamos, com muita emoção as reuniões que, mensalmente, se realizavam no "Salón de Actos de la Escuela de Comercio y Administración" que, na época se encontravam na Cidadela, época importante que reuniu os esforços que, posteriormente, deram início à atual "Central Espírita Nacional Mexicana", protocolada perante a Secretaria do Governo.


Amparo Morgado Estrada
Dados extraídos da revista Alborada nº 68 e 69, abril e julho de 1981, México.
Fonte: Rumo às estrelas, ed.IDE,1992.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014