Matilde Rivera de Villar

No ano de 1899, na cidade de Cuautla, Morelos, México, contraem matrimônio o senhor Victor Villar, negociante mercantil, culto, originário de Laguardia, Província de Ávila, Espanha, com a Srta. Matilde Rivera, mulher educada e delicada personalidade, médium falante e escrevente, de nacionalidade mexicana.

 

O casal Villar era constituído por duas almas muito afins que, no México, desenvolveu a nobre missão de semear o Espiritismo, iniciando uma etapa de ouro que se prolongou pelo espaço de 20 anos.

 

No mesmo ano, de 1899, fundam o Centro Espírita "Amor y Progreso en Cuantla" e a Revista Obrero Espírita, órgão que difundia a doutrina e instruía obreros e artesãos com conhecimentos úteis para a superação.

 

Tinham relações de amizade com dom Rufino Juanco, nascido em Pamplona, Espanha, culto sacerdote jesuíta que havia vindo ao México para, logo, ordenar-se mas que, ao compenetrar-se da verdade espírita, desistiu de voltar à sua pátria. Com o matrimônio, Villar adquiriu grande convicção, ao ponto de constituir-se, depois, fervoroso propagador. O Sr. Francisco I. Madero também era amigo espírita e, com outras pessoas, se iniciaram na tarefa de organizar o Primeiro Congresso Espírita de 1906, brilhante Congresso, no qual o sr. Villar foi nomeado por seu perseverante trabalho e estudos, merecedor de ser Delegado do "Primeiro Congresso", nascendo, deste, a Junta Permanente como primeira organização Espírita no México. Durante as funções de trabalho desta Junta, nasce a primeira "Sociedad Femenina" instituída por Matilde Rivera de Villar.

 

As dificuldades políticas do país em 1912 obrigaram o casal Villar a sair de Cuantla e instalar-se na capital, fundando aqui uma nova Sociedade "Amor e Progreso", na qual recolheram psicografias, comunicações de Espíritos perturbados. Este livro intitula-se Álbum de Ultratumba, com prólogo de dom Rufino Juanco e Introdução de Matilde Rivera de Villar.

 

No ano de 1913, em 22 de fevereiro, ocorre no México a Dezena Trágica em que é sacrificado Dom Francisco I. Madero, que havia sido aclamado pelo povo como Presidente da República derrotando o governo de Dom Porfirio Dias, que, durante 33 anos havia governado o país sob uma ditadura.

 

Nos fins de 1913, dirigem-se, novamente, para o interior do país; em vários Estados, fundam Sociedades e Centros de Estudo, defendendo a doutrina.

 

O número de espíritas cresce. Relacionam-se com Sociedades da Espanha e Portugal, destacam-se novos valores e cresce a figura de Dom Rufino Juanco, que, com sua eloqüência e dinamismo, dá vida ao Espiritismo.


Amparo Morgado Estrada
Fonte:Rumo às estrelas, ed. IDE, 1992.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014