Campanha Nacional de Evangelização Espírita Infantojuvenil - entrevista a Reformador
Revista Reformador/FEB: Como a Espiritualidade avalia os desafios e as possibilidades de atuação, dinamização e expansão da ação evangelizadora espírita infantojuvenil diante do cenário atual da Humanidade?

Joanna de Ângelis: Diante das incomparáveis conquistas do pensamento tecnológico unidas às abençoadas aquisições dos sentimentos nobres, cujos resultados têm sido magníficos, embora os tremendos desafios do comportamento moral da sociedade contemporânea, somos de parecer que a ação evangelizadora da infância e da juventude merecem alta consideração.

O Espiritismo não é apenas uma filosofia de comportamento, uma ciência que sempre investiga, uma doutrina moral de consequências religiosas, mas também um processo psicoterapêutico que proporciona a saúde integral de todo aquele que lhe dedica fidelidade e devotamento.

Isto porque penetra as raízes da existência humana e conduz o seu crescimento com responsabilidade e consciência iluminadas pelo Pensamento Divino.

No cenário atual pós-pandemia, que alterou o modus vivendi da sociedade, surgiram novos padrões educacionais e de conduta perigosos, porque ainda na sua fase experimental, facultando aberrações de toda ordem, já que necessárias para a felicidade. Em decorrência, confundem-se liberdade com libertinagem, abusos com usos, e desregramentos morais com experiências anarquistas e destrutivas.

Inevitavelmente, instalam-se nas mentes e nos sentimentos filosofias materialistas, ricas de crueldade e de indiferença, que o cinismo procura disfarçar como necessidades de realização pessoal.

A Evangelização Espírita Infantojuvenil oferece valiosíssima contribuição aos processos educacionais fundamentados na ética do Evangelho de Jesus, únicos capazes de proporcionar a integração do ser humano feliz na família universal.

Revista Reformador/FEB: Muitas crianças e jovens têm manifestado, nos últimos anos, quadros de maior sensibilidade e vulnerabilidade socioemocional, potencializados em razão da pandemia. Como a Evangelização Espírita Infantojuvenil pode auxiliá-los no fortalecimento de seus propósitos reencarnatórios e na superação dos desafios existenciais?

Joanna de Ângelis: O processo de evolução espiritual no planeta que habitamos tem facultado a reencarnação de Espíritos com maior sensibilidade e, consequentemente, predisposições socioemocionais mais acentuadas, que deverão ser utilizadas para os nobres fins das conquistas do amor e da fraternidade sem jaça. Estando a psicosfera geral sobrecarregada de energias perturbadoras e mescladas com as vibrações de entidades de baixo nível evolutivo, em tormentos obsessivos quase generalizados, mais facilmente são impregnados os seres não preparados para o inevitável enfrentamento.

A Evangelização Espírita Infantojuvenil proporcionará as informações hábeis da consoladora Doutrina, equipando crianças e jovens de conhecimentos específicos e recursos valiosos para lidar com as circunstâncias perturbadoras.

O conhecimento da verdade liberta e molda o pensamento para sintonizar com as Fontes do Bem no Universo.

Revista Reformador/FEB: Os cenários sociais da atualidade, potencializados pela pandemia sinalizam a relevância dos centros espíritas como verdadeiros “faróis” nos mares da existência, orientando os viajores e oferecendo-lhes segurança. Desafios emergem, por vezes, na (re)composição, incentivo e engajamento das equipes que atuam na Evangelização e em outros setores das instituições. Que mensagem poderia ser oferecida aos evangelizadores e demais colaboradores das instituições espíritas no intuito de sensibilizá-los e fortalecê-los para a continuidade das ações abraçadas?

Joanna de Ângelis: O Centro Espírita é santuário para a comunhão com Deus, é escola de aprendizagem dos Soberanos Códigos, é oficina de transformações morais para melhor, é hospital para todas as enfermidades... O trabalhador espírita é um discípulo de Jesus que aceitou o convite para servir na Sua Seara, o que lhe constitui uma verdadeira honra pelo aproveitamento do tempo e o júbilo de estar nas linhas da fraternidade.

Seja qual for o setor em que se encontre o servidor do Evangelho, a bênção do trabalho deve ser-lhe motivo de alegria, recordando-se que se a sua fé for do tamanho de um grão de mostarda, ela conseguirá mover os montes... Entretanto, se o seu labor for o de evangelizar a infância e a juventude, a sua é uma grande responsabilidade, porque está construindo o futuro do mundo melhor que a todos nos espera.

Revista Reformador/FEB: Cientes da relevância do papel dos pais e da família no desenvolvimento da criança e do jovem, quais orientações podem ser compartilhadas no sentido de fortalecê-los no cumprimento de sua missão?

Joanna de Ângelis: Jamais esquecer-se de que os filhos são empréstimos divinos que lhes são confiados pelo Pai Celestial, a fim de enriquecer-lhes o coração pelos sentimentos de amor, de paciência e coragem, que terão de cuidar e beneficiar-se.

A verdadeira família é construída nas bases da legítima fraternidade, que reunirá todas as criaturas como irmãos legítimos, construindo a plenitude do Reino dos Céus na Terra.

Entrevista psicografada por Divaldo Pereira Franco,
em Salvador, Bahia, em 25.2.2022.
Em 6.1.2023.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014