Rei Triunfante - Joanna de Ângelis
Roma distendera o seu manto esmagador sobre o mundo conhecido, e as legiões temíveis dominavam os povos afligidos...
O poder da águia perigosa estava em toda parte, e o sofrimento humano era a consequência natural da sua grandeza.
Júlio César substituíra os deuses-lares e tornara-se divino, embora viesse a sucumbir sob o punhal traiçoeiro de Brutus e de outros senadores infiéis, no apogeu das suas glórias.
A decadência do Primeiro Triunvirato deixara marcas de horror em toda parte, e o Segundo esvaira-se em face do suicídio de Antônio, após vencido na segunda Batalha de Filipos por Cássio, e da supremacia de Otávio, governador de Roma.
Era, naquele momento atroz, um império esfacelado, mas que estava em lutas de reabilitação.
Nesse novo regime começou a pairar uma onda de harmonia onde antes os abutres das guerras devoravam os cadáveres dos povos vencidos.
Uma psicosfera de paz espraiava-se pela paisagem humana, e filósofos, poetas, artistas e sábios preenchiam os imensos espaços com lições de altruísmo e beleza.
As rebeliões, sempre esmagadas com impiedade, amainaram, e o progresso passou a derramar bênçãos de alegria e de esperança...
Foi nesse clima de relativo equilíbrio social, político e artístico, que nasceu Jesus, numa gruta modesta na pequena Belém de Judá.
Israel experimentava, há mais de quatrocentos anos, um silêncio sepulcral a respeito das revelações em torno do seu Messias, produzindo uma grande expectativa de esperança e de alegrias, de modo que pudesse atenuar as dores e as amarguras do seu povo.
Repentinamente houve um tumulto produzindo renovação dos costumes e receios sob a arbitrária governança de Herodes, o Grande, portador de uma crueldade jamais conhecida. Ele não era judeu, e sim idumeu, detestando o povo que governava, enquanto, por sua vez, era odiado por aqueles que lhe sofriam o jugo impiedoso.
A matança tornara-se quase natural, fosse no palácio suntuoso em Jerusalém ou em qualquer burgo dos mais miseráveis...
A Humanidade não podia compreender o que se estava passando, quando se Lhe ouviu a voz dúlcida e forte envolta em paz, enfrentando os abutres das guerras que devoram os cadáveres das nações vencidas.
Uma psicosfera de harmonia encontrava-se instalando na paisagem humana a oportunidade do amor e da fraternidade, com novos padrões éticos existenciais.
As rebeliões, antes esmagadas com impiedade, amainavam, e o progresso começou a derramar bênçãos inesperadas.
Uma revolução de ideias, como nunca antes acontecera, passou a soar de quebrada em quebrada, alterando a geografia dos corações humanos antes em desespero...
Tratava-se de uma voz que nenhuma tempestade lograva silenciar ou diminuir-lhe o impacto incomum.
Nesse comenos, um pequeno grupo de homens amorosos constituiu o modelo de uma sociedade feliz.
A mensagem era qual lâmina aguçada que penetrava as carnes do coração, e todos que a ouvissem não mais conseguiam permanecer indiferentes.
Apesar de ser dirigida aos abandonados pelo mundo, alcançava patamares elevados e contribuía para a instalação da justiça e da solidariedade entre os que se hostilizavam terrivelmente.
Avançando das praias do lago de Genesaré, ou mar da Galileia, região pobre e desprezada por muitos judeus, atravessava o deserto escaldante e as montanhas, alcançando o Sinédrio formal e hipócrita e abalando-lhe as estruturas frágeis.
As multidões sempre perseguidas e exaustas pelos impostos injustos, a avareza e o poder temporal perversos, chamava a atenção de todos e despertava o rancor dos dominadores servis.
Ninguém ficava insensível à Sua música incomparável.
Vestido de peregrina luz, os Seus vassalos multiplicavam-se, aureolados de paz.
Jamais alguém se apresentara com tanta autoridade que se exteriorizava sem a necessidade de armas, de grupos defensores, dos miserandos recursos terrestres que atemorizam.
Ele aparecia com os Seus de repente em lugar estranho e, ao distender as Suas mãos, alterava a existência daqueles que passavam a conhecê-lO.
Ninguém que O encontrasse ficava insensível ao Seu magnetismo: amavam-nO ou odiavam-nO de imediato.
Não havia dúvida: Ele era o Rei que se esperava, mas para cujo Reino não se estava preparado.
Não atemorizava ninguém, exceto pela nobreza dos Seus argumentos, evitava quaisquer manifestações infelizes e disseminava o amor, renegava a intriga, enquanto sustentava os caídos e padecentes de toda natureza.
Pouco a pouco, dividiram-se aqueles que O ouviam.
Ele falava dos Céus, e quase todos queriam a Terra.
Ele denunciava o crime; a maioria, porém, se comprazia na sua prática.
Ele cantava a humildade e a renúncia, vivendo com total simplicidade, e desagradava aos que cultivavam o orgulho e a posse.
A inveja e a sordidez humanas passaram a segui-lO.
Não para aprender a Sua mensagem, mas para surpreendê-lO em qualquer dito que se Lhe pudesse transformar em acusações, criando armadilhas e sedições para O aniquilarem.
...E Ele a todos surpreendeu, porque viera para amar e servir, edificando um Reino de Bênçãos no ádito dos corações, embora nem sempre recebesse amor, fidelidade e gratidão.
Essa conduta não O surpreendia, porque Ele sabia que a sementeira é imediata, mas o resultado exige tempo e oportunidade.
O Seu era o ministério de ensementar na História da Humanidade o poder do amor em confronto com as sombras dominadoras em toda parte.
Por isso, foi traído, negado, chibatado cruelmente e depois arrastado pelas estreitas ruas por onde passara antes em triunfo de mentira na direção do Calvário, que Lhe serviria de cenário para a ascensão a Deus.
Porque soubesse, desde então, que não havia lugar para Ele, prometeu enviar os Seus mensageiros, em momento grave da sociedade a fim de que a pudesse conduzir sob Sua tutela ao Reino dos Céus.
Surgiu o Espiritismo no Século das Luzes, que ora se expande e altera definitivamente a conduta da Humanidade para melhor.
Neste Natal, evoca-O, celebra-Lhe o nascimento, fazendo do próprio coração a Manjedoura para que Ele renasça e esparza a musicalidade sublime de que é portador, neste mundo em sombras que O aguarda.
O poder da águia perigosa estava em toda parte, e o sofrimento humano era a consequência natural da sua grandeza.
Júlio César substituíra os deuses-lares e tornara-se divino, embora viesse a sucumbir sob o punhal traiçoeiro de Brutus e de outros senadores infiéis, no apogeu das suas glórias.
A decadência do Primeiro Triunvirato deixara marcas de horror em toda parte, e o Segundo esvaira-se em face do suicídio de Antônio, após vencido na segunda Batalha de Filipos por Cássio, e da supremacia de Otávio, governador de Roma.
Era, naquele momento atroz, um império esfacelado, mas que estava em lutas de reabilitação.
Nesse novo regime começou a pairar uma onda de harmonia onde antes os abutres das guerras devoravam os cadáveres dos povos vencidos.
Uma psicosfera de paz espraiava-se pela paisagem humana, e filósofos, poetas, artistas e sábios preenchiam os imensos espaços com lições de altruísmo e beleza.
As rebeliões, sempre esmagadas com impiedade, amainaram, e o progresso passou a derramar bênçãos de alegria e de esperança...
Foi nesse clima de relativo equilíbrio social, político e artístico, que nasceu Jesus, numa gruta modesta na pequena Belém de Judá.
Israel experimentava, há mais de quatrocentos anos, um silêncio sepulcral a respeito das revelações em torno do seu Messias, produzindo uma grande expectativa de esperança e de alegrias, de modo que pudesse atenuar as dores e as amarguras do seu povo.
Repentinamente houve um tumulto produzindo renovação dos costumes e receios sob a arbitrária governança de Herodes, o Grande, portador de uma crueldade jamais conhecida. Ele não era judeu, e sim idumeu, detestando o povo que governava, enquanto, por sua vez, era odiado por aqueles que lhe sofriam o jugo impiedoso.
A matança tornara-se quase natural, fosse no palácio suntuoso em Jerusalém ou em qualquer burgo dos mais miseráveis...
A Humanidade não podia compreender o que se estava passando, quando se Lhe ouviu a voz dúlcida e forte envolta em paz, enfrentando os abutres das guerras que devoram os cadáveres das nações vencidas.
* * *
As rebeliões, antes esmagadas com impiedade, amainavam, e o progresso começou a derramar bênçãos inesperadas.
Uma revolução de ideias, como nunca antes acontecera, passou a soar de quebrada em quebrada, alterando a geografia dos corações humanos antes em desespero...
Tratava-se de uma voz que nenhuma tempestade lograva silenciar ou diminuir-lhe o impacto incomum.
Nesse comenos, um pequeno grupo de homens amorosos constituiu o modelo de uma sociedade feliz.
A mensagem era qual lâmina aguçada que penetrava as carnes do coração, e todos que a ouvissem não mais conseguiam permanecer indiferentes.
Apesar de ser dirigida aos abandonados pelo mundo, alcançava patamares elevados e contribuía para a instalação da justiça e da solidariedade entre os que se hostilizavam terrivelmente.
Avançando das praias do lago de Genesaré, ou mar da Galileia, região pobre e desprezada por muitos judeus, atravessava o deserto escaldante e as montanhas, alcançando o Sinédrio formal e hipócrita e abalando-lhe as estruturas frágeis.
As multidões sempre perseguidas e exaustas pelos impostos injustos, a avareza e o poder temporal perversos, chamava a atenção de todos e despertava o rancor dos dominadores servis.
Ninguém ficava insensível à Sua música incomparável.
Vestido de peregrina luz, os Seus vassalos multiplicavam-se, aureolados de paz.
Jamais alguém se apresentara com tanta autoridade que se exteriorizava sem a necessidade de armas, de grupos defensores, dos miserandos recursos terrestres que atemorizam.
Ele aparecia com os Seus de repente em lugar estranho e, ao distender as Suas mãos, alterava a existência daqueles que passavam a conhecê-lO.
Ninguém que O encontrasse ficava insensível ao Seu magnetismo: amavam-nO ou odiavam-nO de imediato.
Não havia dúvida: Ele era o Rei que se esperava, mas para cujo Reino não se estava preparado.
Não atemorizava ninguém, exceto pela nobreza dos Seus argumentos, evitava quaisquer manifestações infelizes e disseminava o amor, renegava a intriga, enquanto sustentava os caídos e padecentes de toda natureza.
Pouco a pouco, dividiram-se aqueles que O ouviam.
Ele falava dos Céus, e quase todos queriam a Terra.
Ele denunciava o crime; a maioria, porém, se comprazia na sua prática.
Ele cantava a humildade e a renúncia, vivendo com total simplicidade, e desagradava aos que cultivavam o orgulho e a posse.
A inveja e a sordidez humanas passaram a segui-lO.
Não para aprender a Sua mensagem, mas para surpreendê-lO em qualquer dito que se Lhe pudesse transformar em acusações, criando armadilhas e sedições para O aniquilarem.
...E Ele a todos surpreendeu, porque viera para amar e servir, edificando um Reino de Bênçãos no ádito dos corações, embora nem sempre recebesse amor, fidelidade e gratidão.
Essa conduta não O surpreendia, porque Ele sabia que a sementeira é imediata, mas o resultado exige tempo e oportunidade.
O Seu era o ministério de ensementar na História da Humanidade o poder do amor em confronto com as sombras dominadoras em toda parte.
Por isso, foi traído, negado, chibatado cruelmente e depois arrastado pelas estreitas ruas por onde passara antes em triunfo de mentira na direção do Calvário, que Lhe serviria de cenário para a ascensão a Deus.
* * *
Surgiu o Espiritismo no Século das Luzes, que ora se expande e altera definitivamente a conduta da Humanidade para melhor.
Neste Natal, evoca-O, celebra-Lhe o nascimento, fazendo do próprio coração a Manjedoura para que Ele renasça e esparza a musicalidade sublime de que é portador, neste mundo em sombras que O aguarda.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica de 24.9.2018, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 30.3.2023.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica de 24.9.2018, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 30.3.2023.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014