Chico Xavier, o apóstolo do Espiritismo - Divaldo Pereira Franco
Ao entardecer do dia 30 de junho de 2002, na cidade mineira de Uberaba, apagou-se brilhante lâmpada de alta potência iluminativa, enquanto, no mesmo instante, no zimbório celeste, apareceu uma estrela novíssima de primeira grandeza.

Tratava-se do venerando apóstolo moderno de Jesus, que desencarnava aos 92 anos de idade e reiniciava o ministério sublime no Cosmo celeste de onde viera no dia 2 de abril do ano de 1910.

Figura ímpar e encantadora, toda a sua existência carnal foi assinalada pela fé inabalável no Mestre Sublime de Nazaré.

Desde o berço muito pobre, numa família numerosa, experimentou a orfandade materna desde os cinco anos, sendo transferido para os cuidados de uma senhora aparentemente gentil, mas perturbada mentalmente que o submeteu às mais pungentes aflições, até ocorrer o segundo matrimônio do seu genitor, cuja noiva generosa exigiu que ele reunisse a família separada por diversos lares, juntando todos no mesmo teto…

A mãezinha desencarnada que lhe aparecia desde os cinco anos de idade, numa tarde tempestuosa, acalmou-lhe o medo, falando-lhe que tudo era programado por Deus, e quando ele se referiu aos seus sofrimentos na ocasião, ela prometeu que iriam passar, e ele seria, com os seus irmãos, acarinhado por um verdadeiro anjo que o Senhor iria enviar para os ajudar a todos.

Assim aconteceu realmente, e a bondosa madrasta se lhe tornou verdadeiro anjo tutelar, até o dia que perversa enfermidade arrebatou-lhe a existência física, e ele passou a ajudar os irmãos de ambos os matrimônios antes dos dez anos de idade, trabalhando numa empresa que lidava com algodão.

Conseguiu, graças a um sacerdote católico generoso a quem narrava as suas visões e diálogos com o Mundo espiritual, trabalhar em uma modesta casa comercial, onde aprendeu a ter paciência com a clientela e o sofrimento humano, assim como o dos animais.

As dificuldades enfrentadas com a sua brilhante mediunidade foram incontáveis.
Aqueles eram dias muito difíceis para os espiritistas, que padeciam perseguição da polícia, de alguns bolsões religiosos mal-informados e politicamente armados contra o Espiritismo.

A verdade, porém, de que era portador, o espírito de caridade e os fenômenos mediúnicos valiosos dele fizeram um verdadeiro apóstolo.
Escreveu e foram publicados mais de 420 livros, traduzidos a mais de 15 idiomas e nunca se beneficiou de nada, havendo atendido pessoalmente durante toda a existência a mais de dois milhões de pessoas, salvando vidas do suicídio, dos dramas terríveis do cotidiano, das obsessões e da loucura.

Do Além-túmulo prossegue auxiliando as criaturas humanas e vivendo a doutrina de Jesus conforme o Evangelho que Lhe narra a existência.

Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 29.6.2023
Em 14.7.2023.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014