Espírito imortal - Joanna de Ângelis
Desde priscas eras o Espírito, mesmo nos primórdios do seu processo de evolução, procurou demonstrar a sobrevivência através dos variados fenômenos paranormais de que se utilizou para entrar em contato inteligente com os caminhantes carnais.

Na intimidade da caverna, ignorando a realidade em que se encontrava envolto, procurou manifestar-se utilizando os fluidos da natureza e da sua própria constituição.

Manifestações grosseiras apresentaram-se apavorantes na furna, deixando marcas incontestáveis mediante efeitos ectoplásmicos nas escritas e formas rupestres, que nos chamam a atenção pela maneira clara e lúcida das expressões.

O desenvolvimento intelectual permitiu-lhe engendrar a ideia de vida após a desencarnação, e lentamente as crenças fundamentadas em superstições deram lugar às questões espirituais brutalizadas semelhantes aos sacrifícios humanos com o holocausto da própria vida.

Por meio da História foi submetendo as ocorrências ao exame da razão, formando escolas de sabedoria nas quais o conhecimento do Além-Túmulo auxiliou nos comportamentos sociais e de conduta.

As primitivas instituições passaram a ser de grande valor e surgiram as escolas de iniciação, oferecendo, entre mistérios e cerimônias, os aglomerados culturais responsáveis pelas diretrizes das massas, que passaram dos tronos para os altares de sacrifícios, dando lugar às reuniões que se multiplicaram de acordo com as necessidades e realizações históricas de cada povo.

Com o desenvolvimento cultural e o surgimento da Ciência como um todo de especificações que separavam as necessidades, os valores éticos e filosóficos, tornou-se fácil a análise das informações chamadas mistérios.

Com o advento do Cristianismo e de algumas doutrinas orientais se pôde estabelecer que a Vida é um todo com características bem definidas sobre a morte e sua legitimidade ou não.

O processo de crescimento espiritual do ser humano ofereceu-lhe a instrumentação para a pesquisa, e a mediunidade surgiu como uma função orgânica separando o joio do trigo.

O Espiritismo trouxe as respostas lógicas necessárias para o melhor entendimento da jornada humana e os recursos utilizados para alcançar a harmonia interior, a solução dos conflitos psicológicos e outros que foram sendo acumulados através dos tempos.

A vida, portanto, não cessa e jamais se aniquila. A lei de transformações moleculares a tudo altera e modifica, trabalhando com os elementos à disposição, inclusive a capacidade de se movimentar e penetrar novas áreas ocultas que são o Além-Túmulo.

Tudo que existe teve um princípio e naturalmente se transfere para outras  formas e expressões.

Por mais breve se faça a existência, o seu ponto terminal é o infinito.

A realidade é, também, sem dúvida, relativa. Aquilo que hoje se apresenta de uma forma e com determinadas características prossegue em contínua modificação, dando lugar a transformações incessantes.

Com Jesus – o excelente Médium de Deus – aprendemos como fazer para esbater a escuridão e a ignorância.
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Quando a morte visitar a tua existência, arrebatando algum ser amado, chora, mas não te desesperes.

Esse fenômeno não é uma surpresa na vida de todos, porquanto, desde o momento em que se começa a viver, também, se começa a desencarnar. A morte faz parte da vida e o ser que se desenlaça da matéria obedece à Lei, transferindo-se de área. Passou de uma esfera orgânica para outra de natureza energética.

Mantém a vinculação afetiva, tenta contatar com esse amor que permanece, redescobre que voltarás a viver e a sentir a sua ternura.

Ele partiu para outra dimensão vinculado àquela em que esteve contigo, mas permanece vivo e atuante, crescendo em valores espirituais transcendentes e ajudando-te também a evoluir.

Alonga a tua mente na direção da imortalidade e alegra-te com a esperança do reencontro.

O amor em tudo e em todos presente alimentar-te-á nessa ausência física, e nutrirá o viajante querido até o seu momento de despertar além do corpo, vindo confirmar-te a vida depois da vida...

Nesse ínterim, faze todo o bem que esteja ao teu alcance, sem reclamação ou mágoa do fenômeno que um dia também te alcançará.

Morrer é viajar de volta à Espiritualidade de onde todos viemos.

Vive de tal forma que ao ocorrer a tua desencarnação experimentes as bênçãos da alegria e da paz pela existência formosa que realizaste.

Não há exceção nesse processo de nascer, viver, morrer e renascer sempre.


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Quem visse Jesus na cruz em agonia indefinível, despedindo-se de todos, não poderia imaginar que logo mais estivesse de volta, cantando as delícias do Reino dos Céus e convidando todos a segui-lO.

O Evangelho é um poema de luz dedicado à imortalidade, à plenitude da vida após a morte do corpo, seu instrumento de evolução.

Ama e serve, transformando as tuas horas em bênçãos incessantes, a fim de desencarnares ornado pela alegria da imortalidade.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
na sessão mediúnica de 2.10.2023, no
Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 15.1.2024

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014