Gratidão perene - Amélia Rodrigues
Impossível não recordar as incomparáveis bênçãos que vivenciei na minha passada existência ao seu lado.
Você era, mãezinha, uma jovem frágil e inexperiente, quando foi felicitada pelo matrimônio miraculoso.
A sua existência tornou-se um festival de beleza e de encantamento.
Tudo respirava harmonia e felicidade, menos o seu corpo débil não construído para suportar a maternidade, pela qual muito anelava.
Todas as questões lhe pareciam fáceis de compreender, menos essa ânsia de ser mãe, para o que você estava predestinada.
Já havíamos convivido juntas na condição, eu sua filha e você a minha genitora.
Naquela oportunidade, os vendavais do processo evolutivo criaram um abismo entre nós e eu optei pelo suicídio.
Antes de você voltar à Terra, nesta última jornada, houve um programa traçado pelos guias espirituais e você aceitou receber-me com as mutilações que eu deveria possuir como resultado da insânia suicida.
Nesse período da sua atual alegria fui colocada junto ao seu coração amigo e generoso e pedi-lhe, num dos seus sonhos, para retornar, a fim de redimir-me mediante seu carinho e a bênção da reencarnação...
Quando estava delineado o momento da fecundação, meu pai, convocado espiritualmente, sabendo das minhas futuras limitações, negou-se a aceitar-me, justificando que você não teria condições de experimentar uma gravidez de risco e uma jornada de desafios...
Os benfeitores explicaram-lhe quanto à necessidade do meu renascimento e o seu desejo imenso de tornar-se mãe.
Logo após a concepção, aos primeiros meses, você sofreu muito e todos, inclusive o médico, sugeriam o aborto como recurso para salvar sua vida delicada.
Sofremos muito. Você, que tanto queria a bênção da maternidade e eu que a necessitava com urgência, ainda mais durante aquele período muito difícil.
Nada lhe diminuiu o entusiasmo, tendo em vista as dificuldades que seriam piores, à medida que o tempo transcorresse.
Quando as sombras do desespero tomaram conta do nosso lar, você resolveu ficar em repouso quase absoluto, durante sete meses e eu ainda nasci, renasci com antecedência.
O espanto foi geral e a lamentação de todos tornou-se um coro de desencanto, diante das minhas limitações.
O veneno que me destruíra antes, deixou-me sinais terríveis, com lábios leporinos bifocais, problemas na face, culminando com um estrabismo assustador.
Todos me chamavam de deformada, enquanto você me envolveu em deslumbramento e afeto.
Ambas passamos largos meses de enfermidades de vária espécie, que nos assaltaram, tudo consequência da loucura suicida, a que, de certo modo, você teria contribuído na ignorância que nos assinalava.
O tempo, porém, é um gentil algodão que tudo abafa e é oportunidade de tudo fazer e recomeçar.
À medida que fui crescendo, papai anuiu em operar-me a boca e a face. Óculos cuidadosamente escolhido melhorou a minha visão e eu cresci sempre doentinha, mas, terna e agradecida.
As Leis de Deus funcionam com exatidão e justiça, mas essa é feita sob as bênçãos da misericórdia e da compaixão.
Eu me tornei uma senhorita aos 15 anos, quando, então, começou o martírio para o meu retorno.
Por fim, uma pneumonia trouxe-me de volta ao Grande Lar, onde me encontro esperando-a e ao meu pai, igualmente amado.
Deus continue amparando-a, mãe querida e ímpar, após concluído esse santo ministério que você abraçou com alegria e dedicação incomuns.
Bendita seja entre as mulheres, conforme a Mãe de Jesus foi saudada.
Com infinito carinho a sua bebê devotada e afetuosa.
Você era, mãezinha, uma jovem frágil e inexperiente, quando foi felicitada pelo matrimônio miraculoso.
A sua existência tornou-se um festival de beleza e de encantamento.
Tudo respirava harmonia e felicidade, menos o seu corpo débil não construído para suportar a maternidade, pela qual muito anelava.
Todas as questões lhe pareciam fáceis de compreender, menos essa ânsia de ser mãe, para o que você estava predestinada.
Já havíamos convivido juntas na condição, eu sua filha e você a minha genitora.
Naquela oportunidade, os vendavais do processo evolutivo criaram um abismo entre nós e eu optei pelo suicídio.
Antes de você voltar à Terra, nesta última jornada, houve um programa traçado pelos guias espirituais e você aceitou receber-me com as mutilações que eu deveria possuir como resultado da insânia suicida.
Nesse período da sua atual alegria fui colocada junto ao seu coração amigo e generoso e pedi-lhe, num dos seus sonhos, para retornar, a fim de redimir-me mediante seu carinho e a bênção da reencarnação...
Quando estava delineado o momento da fecundação, meu pai, convocado espiritualmente, sabendo das minhas futuras limitações, negou-se a aceitar-me, justificando que você não teria condições de experimentar uma gravidez de risco e uma jornada de desafios...
Os benfeitores explicaram-lhe quanto à necessidade do meu renascimento e o seu desejo imenso de tornar-se mãe.
Logo após a concepção, aos primeiros meses, você sofreu muito e todos, inclusive o médico, sugeriam o aborto como recurso para salvar sua vida delicada.
Sofremos muito. Você, que tanto queria a bênção da maternidade e eu que a necessitava com urgência, ainda mais durante aquele período muito difícil.
Nada lhe diminuiu o entusiasmo, tendo em vista as dificuldades que seriam piores, à medida que o tempo transcorresse.
Quando as sombras do desespero tomaram conta do nosso lar, você resolveu ficar em repouso quase absoluto, durante sete meses e eu ainda nasci, renasci com antecedência.
O espanto foi geral e a lamentação de todos tornou-se um coro de desencanto, diante das minhas limitações.
O veneno que me destruíra antes, deixou-me sinais terríveis, com lábios leporinos bifocais, problemas na face, culminando com um estrabismo assustador.
Todos me chamavam de deformada, enquanto você me envolveu em deslumbramento e afeto.
Ambas passamos largos meses de enfermidades de vária espécie, que nos assaltaram, tudo consequência da loucura suicida, a que, de certo modo, você teria contribuído na ignorância que nos assinalava.
O tempo, porém, é um gentil algodão que tudo abafa e é oportunidade de tudo fazer e recomeçar.
À medida que fui crescendo, papai anuiu em operar-me a boca e a face. Óculos cuidadosamente escolhido melhorou a minha visão e eu cresci sempre doentinha, mas, terna e agradecida.
As Leis de Deus funcionam com exatidão e justiça, mas essa é feita sob as bênçãos da misericórdia e da compaixão.
Eu me tornei uma senhorita aos 15 anos, quando, então, começou o martírio para o meu retorno.
Por fim, uma pneumonia trouxe-me de volta ao Grande Lar, onde me encontro esperando-a e ao meu pai, igualmente amado.
Deus continue amparando-a, mãe querida e ímpar, após concluído esse santo ministério que você abraçou com alegria e dedicação incomuns.
Bendita seja entre as mulheres, conforme a Mãe de Jesus foi saudada.
Com infinito carinho a sua bebê devotada e afetuosa.
Amélia Rodrigues
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia, em 10.2.2022.
Em 6.1.2023.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia, em 10.2.2022.
Em 6.1.2023.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014