Complexidade do fenômeno mediúnico - Manoel Philomeno de Miranda
À primeira vista, o intercâmbio seguro entre os Espíritos desencarnados e os homens parece revestir-se de muita simplicidade.
Considerando-se que, após a morte do corpo, o ser apresenta-se com todos os atributos que lhe caracterizavam a existência física, é de crer-se que o processo da comunicação mediúnica torna-se natural e rápido, fácil e simples.
Como em qualquer procedimento técnico, no entanto, vários requisitos são-lhe exigíveis, o que torna a sua qualidade difícil de ser conseguida, ao mesmo tempo complexa para a sua realização.
O processo de comunicação dá-se somente através da identificação do Espírito com o médium, perispírito a perispírito, cujas propriedades de expansibilidade e sensibilidade, entre outras, permitem a captação do pensamento, das sensações e das emoções, que se transmitem de uma para outra mente através do veiculo sutil.
O médium é sempre um instrumento passivo, cuja educação moral e psíquica lhe concederá recursos hábeis para um intercâmbio correto. Nesse mister, inúmeros impedimentos se apresentam durante o fenômeno, que somente o exercício prolongado e bem dirigido consegue eliminar.
Dentre outros, vale citar as fixações mentais, os conflitos e os hábitos psicológicos do sensitivo, que ressumam do seu inconsciente e, durante o transe, assumem com vigor os controles da faculdade mediúnica, dando origem às ocorrências anímicas.
Em si mesmo, o animismo é ponte para o mediunismo, que a prática do intercâmbio termina por superar. Todavia, vale a pena ressaltar que no fenômeno anímico ocorrem os de natureza mediúnica, assim como nos mediúnicos sucedem aqueles de caráter anímico.
Qualquer artista, ao expressar-se, na música, sempre dependerá do instrumento de que se utilize. O som provirá do mecanismo utilizado, embora o virtuosismo proceda de quem o acione.
O fenômeno puro e absoluto ainda não existe no mundo orgânico relativo...
Os valores intelectuais e morais do médium têm preponderância na ocorrência fenomênica, porquanto serão os seus conhecimentos, atuais ou passados, que vestirão as ideias transmitidas pelos desencarnados.
Desse modo, a qualidade da comunicação mediúnica está sempre a depender dos valores evolutivos do seu intermediário.
Quando se tratar de médium com excelentes registros e grande fidelidade no conteúdo da mensagem recebida, eis que defrontamos alguém que repete experiências transatas, havendo sido instrumento mediúnico anteriormente.
Na variada gama das faculdades, as conquistas pessoais armazenadas contribuem para que o fenômeno ocorra com o sucesso desejado.
Seja no campo das comunicações intelectuais, seja naqueles de natureza física, o contributo do médium é relevante.
Não seja, portanto, de estranhar que um médium, psicógrafo ou psicofônico, tenha maior facilidade para o registro de mensagens de um tipo literário ao invés de outro, logrando, por exemplo, admiráveis romances e deploráveis poemas, belas pinturas e más esculturas, facilidade para expressar-se em idiomas que não apenas aquele que hoje lhe é familiar, em razão de experiências vivenciadas em reencarnações anteriores.
Também há médiuns com aptidão para receber Espíritos sofredores, o que lhes deve constituir uma bênção, facilitando-lhes a aquisição de títulos de enobrecimento, pela ação caridosa que desempenhem. Não obstante, haverá, igualmente, a mesma predisposição para sintonizar com as Entidades Nobres, delas haurindo e transmitindo a inspiração, a sabedoria e a paz.
A ideia, o impulso procedem sempre do Espírito desencarnado, porém o revestimento, a execução vem dos cabedais arquivados no inconsciente do médium.
A luz do Sol ou outra qualquer, ao ser coada por uma lâmina transparente, reaparecerá no tom que lhe é conferido pelo filtro.
No fenômeno mediúnico sucede da mesma forma.
Assim considerando, o exercício, que educa os impulsos e comanda a passividade, é de capital importância.
À medida que vão sendo eliminados os conflitos pessoais, mais transparentes e fiéis se farão as mensagens, caracterizando os seus autores pelo conteúdo, estilo, elaboração da ideia e, nas manifestações artísticas, pelas expressões de beleza que apresentam.
A educação mediúnica, à semelhança do desenvolvimento de qualquer aptidão, impõe tempo, paciência, perseverança, estudo, interesse.
O investimento de cuidados específicos, na mediunidade, será compensado pelos resultados comprovadores da sua legitimidade, como também pelos ensinamentos e consolos recebidos na sua aplicação.
A moral, no entanto, é exigível, em razão dos mecanismos de sintonia que a conduta proporciona.
Uma existência assinalada pela leviandade, por abusos de comportamento, por atitudes vulgares, atrai Espíritos igualmente irresponsáveis, perversos, perturbadores e zombeteiros.
A convivência psíquica com essas mentes e seres costuma por afetar as faculdades mentais do individuo, que termina vitimado por lamentáveis processos de obsessão, na sua variada catalogação.
As comunicações sérias e nobres somente têm lugar por instrumentos dignos e equilibrados.
Cabe-lhe estar vigilante para atender as chamadas que se originam no mundo espiritual, fazendo-se maleável e fiel portador da responsabilidade que lhe diz respeito.
Atitude física, emocional e mental saudáveis, são a condição ideal para que o fenômeno mediúnico suceda com equilíbrio e rentabilidade.
Quando acontece pela violência, sem a observância dos requisitos essenciais exigíveis, alguns dos quais aqui exarados, já que outros ainda existem e merecem estudos, estamos diante de manifestações obsessivas, de episódios mediúnicos perturbadores, nunca, porém, de fenômenos que se expressem com a condição espírita para uma vivência mediúnica dignificadora.
Considerando-se que, após a morte do corpo, o ser apresenta-se com todos os atributos que lhe caracterizavam a existência física, é de crer-se que o processo da comunicação mediúnica torna-se natural e rápido, fácil e simples.
Como em qualquer procedimento técnico, no entanto, vários requisitos são-lhe exigíveis, o que torna a sua qualidade difícil de ser conseguida, ao mesmo tempo complexa para a sua realização.
O processo de comunicação dá-se somente através da identificação do Espírito com o médium, perispírito a perispírito, cujas propriedades de expansibilidade e sensibilidade, entre outras, permitem a captação do pensamento, das sensações e das emoções, que se transmitem de uma para outra mente através do veiculo sutil.
O médium é sempre um instrumento passivo, cuja educação moral e psíquica lhe concederá recursos hábeis para um intercâmbio correto. Nesse mister, inúmeros impedimentos se apresentam durante o fenômeno, que somente o exercício prolongado e bem dirigido consegue eliminar.
Dentre outros, vale citar as fixações mentais, os conflitos e os hábitos psicológicos do sensitivo, que ressumam do seu inconsciente e, durante o transe, assumem com vigor os controles da faculdade mediúnica, dando origem às ocorrências anímicas.
Em si mesmo, o animismo é ponte para o mediunismo, que a prática do intercâmbio termina por superar. Todavia, vale a pena ressaltar que no fenômeno anímico ocorrem os de natureza mediúnica, assim como nos mediúnicos sucedem aqueles de caráter anímico.
Qualquer artista, ao expressar-se, na música, sempre dependerá do instrumento de que se utilize. O som provirá do mecanismo utilizado, embora o virtuosismo proceda de quem o acione.
O fenômeno puro e absoluto ainda não existe no mundo orgânico relativo...
Os valores intelectuais e morais do médium têm preponderância na ocorrência fenomênica, porquanto serão os seus conhecimentos, atuais ou passados, que vestirão as ideias transmitidas pelos desencarnados.
Desse modo, a qualidade da comunicação mediúnica está sempre a depender dos valores evolutivos do seu intermediário.
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Não há dois médiuns iguais, qual ocorre em outras áreas das atividades humanas, nas quais cada pessoa apresenta-se com os seus próprios recursos, assinalada pelas suas particulares características. Quando se tratar de médium com excelentes registros e grande fidelidade no conteúdo da mensagem recebida, eis que defrontamos alguém que repete experiências transatas, havendo sido instrumento mediúnico anteriormente.
Na variada gama das faculdades, as conquistas pessoais armazenadas contribuem para que o fenômeno ocorra com o sucesso desejado.
Seja no campo das comunicações intelectuais, seja naqueles de natureza física, o contributo do médium é relevante.
Não seja, portanto, de estranhar que um médium, psicógrafo ou psicofônico, tenha maior facilidade para o registro de mensagens de um tipo literário ao invés de outro, logrando, por exemplo, admiráveis romances e deploráveis poemas, belas pinturas e más esculturas, facilidade para expressar-se em idiomas que não apenas aquele que hoje lhe é familiar, em razão de experiências vivenciadas em reencarnações anteriores.
Também há médiuns com aptidão para receber Espíritos sofredores, o que lhes deve constituir uma bênção, facilitando-lhes a aquisição de títulos de enobrecimento, pela ação caridosa que desempenhem. Não obstante, haverá, igualmente, a mesma predisposição para sintonizar com as Entidades Nobres, delas haurindo e transmitindo a inspiração, a sabedoria e a paz.
A ideia, o impulso procedem sempre do Espírito desencarnado, porém o revestimento, a execução vem dos cabedais arquivados no inconsciente do médium.
A luz do Sol ou outra qualquer, ao ser coada por uma lâmina transparente, reaparecerá no tom que lhe é conferido pelo filtro.
No fenômeno mediúnico sucede da mesma forma.
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Tendo em vista que a faculdade é orgânica, os recursos da aparelhagem exercem grande influência na ocorrência do fenômeno. Assim considerando, o exercício, que educa os impulsos e comanda a passividade, é de capital importância.
À medida que vão sendo eliminados os conflitos pessoais, mais transparentes e fiéis se farão as mensagens, caracterizando os seus autores pelo conteúdo, estilo, elaboração da ideia e, nas manifestações artísticas, pelas expressões de beleza que apresentam.
A educação mediúnica, à semelhança do desenvolvimento de qualquer aptidão, impõe tempo, paciência, perseverança, estudo, interesse.
O investimento de cuidados específicos, na mediunidade, será compensado pelos resultados comprovadores da sua legitimidade, como também pelos ensinamentos e consolos recebidos na sua aplicação.
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Faculdade neutra, do ponto de vista moral, pode o indivíduo ser portador de conduta irregular com largo campo de registro, em razão do seu pretérito, enquanto outros, moralizados, não possuem as mesmas possibilidades, o que não os deve desanimar. A moral, no entanto, é exigível, em razão dos mecanismos de sintonia que a conduta proporciona.
Uma existência assinalada pela leviandade, por abusos de comportamento, por atitudes vulgares, atrai Espíritos igualmente irresponsáveis, perversos, perturbadores e zombeteiros.
A convivência psíquica com essas mentes e seres costuma por afetar as faculdades mentais do individuo, que termina vitimado por lamentáveis processos de obsessão, na sua variada catalogação.
As comunicações sérias e nobres somente têm lugar por instrumentos dignos e equilibrados.
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Na sua condição de instrumento e na sua postura de passividade, o médium não pode provocar determinadas comunicações, mas sim, criar as condições e aguardar que ocorram. Cabe-lhe estar vigilante para atender as chamadas que se originam no mundo espiritual, fazendo-se maleável e fiel portador da responsabilidade que lhe diz respeito.
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O fenômeno mediúnico, para suceder em condições corretas, necessita que o organismo do instrumento se encontre sem altas cargas tóxicas de qualquer natureza, porquanto as emoções em desalinho, o cansaço, as toxinas resultantes dos excessos alimentares bloqueiam os núcleos de transformação do pensamento captado nas mensagens, o que equivale a semelhantes acontecimentos em outras atividades intelectuais, artísticas e comportamentais. Atitude física, emocional e mental saudáveis, são a condição ideal para que o fenômeno mediúnico suceda com equilíbrio e rentabilidade.
Quando acontece pela violência, sem a observância dos requisitos essenciais exigíveis, alguns dos quais aqui exarados, já que outros ainda existem e merecem estudos, estamos diante de manifestações obsessivas, de episódios mediúnicos perturbadores, nunca, porém, de fenômenos que se expressem com a condição espírita para uma vivência mediúnica dignificadora.
Manoel Philomeno de Miranda
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
em 1º.11.1993, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 29.3.2023.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
em 1º.11.1993, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 29.3.2023.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014