José Leprevost
Eis uma figura do nosso microcosmo socioeconômico das – para mim – mais dignas de apreço e simpatia. Minha memória me não fixa a época do início de nossas relações, mas ocorreu na década dos 10, e foram elas duradouras de muito mais de 50 anos.
Nunca trabalhamos juntos. Nem me parece fora possível. Sendo ele industrial, comerciante dos mais ativos e presentes em nosso meio, minhas andanças de homem de sete instrumentos me punham, fora do círculo de suas atividades profissionais.
De nosso encontro resultou uma amizade prolongada, virtualmente, até meses antes de sua enfermidade. E a motivação dessa camaradagem se encontra no lastro de sua cultura, no seu trato de pesquisa – dor e crente no Espiritismo, no seu profundo liberalismo de raízes étnicas aprofundadas até os enciclopedistas e o ciclone de 1789, assolador da terra amada de seus ancestrais.
Ao demais, possuía sólida preparação clássica, embora emanada de seu autodidatismo, processado através de uma existência dedicada ao trabalho.
Conversei-o infinito número de ocasiões: em encontros rueiros; na antessala de nossas reuniões espíritas; nos cafés-sentados de outrora, onde um grupo afinizado se distraia durante os interlúdios de suas trabalheiras; quando de conferências, espetáculos etc.
E, desde logo, um traço se me impõe relevar-lhe na personalidade: política, politicagem, vida alheia – não no interessavam.
Via ele sempre os acontecimentos através do seu critério socioeconômico, com óculos de um ledor permanente das letras greco-romanas, possuidor, como verifiquei, de obras de elevado nível. Mais de uma vez lhe recorri a elementos bibliográficos valiosíssimos. Além dessa cooperação, sua palestra mantinha-se em altura apreciável, donde decorriam subsídios interessantes para a evolução do mundo das ideias.
José Leprevost, de excelente cepa francesa, pertencia à família filosófica de René Descartes. E se lhe evidenciava, na sua mentalidade, uma dialética vitalizada ou aplicada através da logicidade e do pragmatismo emersoniano. Não era místico nem visionário, portanto.
Seus amigos, e sinto prazer de afirmar ter sido um deles, sentiam nele a existência da conformação de uma personalidade sólida, segura, muito esclarecida. Percebia-se-lhe, na exposição de ideias um familiar de Pascal, Montesquieu, Rousseau, entre os antigos; e, entre os modernos, Rénan, Anatole, Romain Rolland, mas não fazia ele nenhuma ostentação de cultura.
Não duvide o leitor desses escassos e superficiais informes, pois nossos contatos duraram muito tempo. E ainda acrescento, para ilustração de minhas observações: Leprevost pertencia a um admirável e extraordinário grupo de pesquisadores e praticantes do Espiritismo, afamado até no Brasil. Compunham-no, entre outros: Lívio Moreira, Flávio Luz, Amorety Osório, Odilon Negrão, Luiz Parigot de Souza, João Ghignone, Erasto Gaetner, Pedro Ghignone, Heitor Rodrigues, João Rodrigo de Freitas, Plínio Tourinho, Manuel Stoli Nogueira, Agostinho Pereira Alves, Raul Rodrigues Gomes (permitam-me a menção nominal), os Holzmann (Jacob – o velho, Álvaro, Rui, Epaminondas, Rubens).
Para mostrar a importância desse grupo, cito isto: aqui se fizeram experiências de voz direta, em comunhão com o notável Bradley, do Mais Além das Estrelas; houve comunicações com Richet, Bozzano, Crawford.
Todas as sessões eram precedidas ou sucedidas de vastas discussões já sobre temas doutrinários do kardecismo, já sobre o conteúdo das comunicações vindas por incorporação ou pela voz direta. Várias das figuras do grupo eram espíritas-racionalistas. No auge dos debates, cheguei certa feita a tachar alguns de prógonos2 e epígonos3 como partidários de um Espiritismo materialista. Mas isso era força de expressão, pois na realidade se cogitava de personalidades de alta cultura e senso acurado de responsabilidade, conhecidas, aliás, pelas polêmicas por elas mantidas aqui e fora daqui.
Realizadas as principais sessões com constância, durante longos anos, à noite, na casa de João Ghignone ou na chácara de Luiz Parigot de Souza, delas participavam as pessoas de projeção social, econômica e política, generais, médicos, advogados, ora bem, em muitas feitas travava-se o exame dos trabalhos. Aí, indiscutivelmente, transparecia o grau de cultura científica, filosófica e espiritualista dos participantes dos encontros. E José Leprevost se topava na primeira linha dos revisores e discutidores, com uma evidente reserva de argumentos e raciocínios de craveira superior. À vista de sua genealogia, tinha de ser assim: pelo jus sanguinia e pelo jus soli devia ser racionalista. E assim aconteceu.
Observando-o em todos os nossos prazos dados ou nos eventuais, sentia eu, impetuoso e impulsivo, à segurança daquele autodomínio, conduzindo o pensamento dentro de uma expressão concisa e firme. Entretanto, transparecia também, na sua dialética, a volúpia de discutir, contestar, iniciando-se-lhe o trabalho pela dúvida. Enquanto eu aceitava para depois discernir, incorrigivelmente vítima da incurabilidade de uma boa fé de aparência até mórbida, Leprevost antepunha-nos sempre, invariavelmente, suas objeções polidas, posto ele deparar, como uma das características de sua individualidade, a polidez – a fidalguia de um perfeito gentilhomem, e datilografo esse termo em vez de gentleman me assoprado pelos meus assessores invisíveis, por aquele exprimir melhor a finura, o savoir faire dum descendente de francês.
Filho de um oficial do exército francês, Jorge Leprevost, para aqui emigrado, este, localizando-se em Cerro Azul, ali se matrimoniou com uma canadense e, transferindo-se para São José dos Pinhais, aí nasceram e cresceram os descendentes diretos. Integrado em nossa assembleia, compartilhou todos os sucessos de nossa evolução sociopolítica, na monarquia e nos dias tumultuosos da implantação e consolidação da república. Envolvido nos fatos da revolução, participando das atividades florianistas, o intrépido militar francês foi fuzilado em Tijucas pelas forças de Gumercindo Saraiva.
Ao contrário de representantes de outras etnias, fiéis aos hábitos, língua e cultura originários, os Leprevost se integraram totalmente em nossos modos de vida. José conservou sempre um sotaque nitidamente acaboclado, e me interessava profundamente essa sua demonstração de assimilação cultural. Vivendo como vivia no interior, ao se transferir para campo mais amplo, conservou aquela simbiose curiosíssima de absorção, de sua parte, de nossa psicologia brasílica, mas com claros sinais do substrato racial. E aí, como já salientei, predominava o seu vigoroso e irredutível uso e prática do racionalismo gaulês.
Na complexidade de sua figura viril e varonil, coexistia o pendor de um capitão de comércio e indústria. Possuía uma imaginação fértil e uma notável capacidade de iniciativa. Sobressaía nele a tendência de investidor e empreendedor sempre alerta para os mandados de sua forte inventividade.
Estender-se-ia por copioso rol o número de seus tentames de várias naturezas nos mais singulares setores de produtividade. A exploração, por exemplo, de minérios o preocupava. E antes e durante a Segunda Guerra – cito esse exemplo por minha participação num tentame de exportação de ferro para a Polônia – José Leprevost buscou rotas para realizações. Nas vésperas da invasão da terra de Kosciuski pelo feroz hitlerismo, iniciei e encaminhei com segurança vultosos contratos com o governo daquele país.
O grupo de Leprevost exportaria de Antonina centenas de milhares de toneladas de um minério de hematita com alto teor metálico. Na base das diversas análises por ele mandadas fazer em laboratórios de São Paulo, Minas e Rio – se não estouraram o conflito – saíram negócios grandes, com a vantagem de navios de armadores virem pegar o produto aqui. Respigo em minhas reminiscências esse exemplo, por minha interferência em démarches, visto como contava com ligações de alto gabarito na embaixada e consulado polacos, depois de uma visita aos estandes da exposição realizada no Rio e por mim visitada como integrante de uma embaixada de jornalistas, da qual também faziam parte Jorge Ribeiro, Borel du Vernay e outros. Trabalhador incansável, como comandante dava Leprevost o exemplo de sua dedicação a seus misteres.
E, não ajudando a sorte a um mourejador sistemático e produtivo, não refugava tarefa nem empreendimento. A par com criações de sua rica capacidade inventiva, às voltas sempre com patenteação de novidades e inovações, não enjeitava serviço ou empresa.
Durante alguns anos, explorou lenha na Serra do Mar. E para ali seguia, antemanhã, já permanecendo durante o dia, numa comprovação de seu amor ao trabalho e à disciplina.
Os caboclos o estimavam muito, o respeitavam, pois ele patenteava, em seus modos, sua adaptação aos meios rústicos, numa simplicidade impressionante de gestos e atitudes. Participava de seus cardápios modestos, bebia chimarrão nas suas rodas.
Observando a regularidade de sua presença ao serviço, com bom ou mau tempo, este muito sujeito a chuvas e cerrações na região montanhosa, um sertanejo pilheriou:
Seu Leprevost, a mortalha não tem bolso...
Isso, no pressuposto de lhe atribuir ambições excessivas, quando ele era um desprendido.
No exercício de sua profissão de industrial e comerciante, Leprevost passou incólume através da cronicidade de nossas crises e, ainda mais vindo da era da inexistência de bancos em Curitiba, desencarnou de nome e vida limpos de complicações forenses.
Firme em suas convicções filosóficas ou religiosas, se não aparecia na imprensa manejando a palavra escrita em prol de ideias, entretanto nunca faltou nas rudes pelejas aqui travadas em favor da liberdade de pensamento e propagação do Espiritismo, deste permanecendo adepto inabalável, embora, segundo já acentuei, submetido de contínuo ao cartesiano.
Cidadão útil, consciente, equilibrado, cumpridor de seus deveres para com a família e a coletividade, pôde e soube preparar seus herdeiros para servirem sua terra em profissões liberais e científicas: médicos, engenheiros químicos aí estão, portadores de seu nome honrado, como elementos ativos e produtivos, de relevo técnico e social, perpetuando a tradição dos Leprevost!
Nunca trabalhamos juntos. Nem me parece fora possível. Sendo ele industrial, comerciante dos mais ativos e presentes em nosso meio, minhas andanças de homem de sete instrumentos me punham, fora do círculo de suas atividades profissionais.
De nosso encontro resultou uma amizade prolongada, virtualmente, até meses antes de sua enfermidade. E a motivação dessa camaradagem se encontra no lastro de sua cultura, no seu trato de pesquisa – dor e crente no Espiritismo, no seu profundo liberalismo de raízes étnicas aprofundadas até os enciclopedistas e o ciclone de 1789, assolador da terra amada de seus ancestrais.
Ao demais, possuía sólida preparação clássica, embora emanada de seu autodidatismo, processado através de uma existência dedicada ao trabalho.
Conversei-o infinito número de ocasiões: em encontros rueiros; na antessala de nossas reuniões espíritas; nos cafés-sentados de outrora, onde um grupo afinizado se distraia durante os interlúdios de suas trabalheiras; quando de conferências, espetáculos etc.
E, desde logo, um traço se me impõe relevar-lhe na personalidade: política, politicagem, vida alheia – não no interessavam.
Via ele sempre os acontecimentos através do seu critério socioeconômico, com óculos de um ledor permanente das letras greco-romanas, possuidor, como verifiquei, de obras de elevado nível. Mais de uma vez lhe recorri a elementos bibliográficos valiosíssimos. Além dessa cooperação, sua palestra mantinha-se em altura apreciável, donde decorriam subsídios interessantes para a evolução do mundo das ideias.
Desde muito cedo, verifiquei-lhe a formação cartesiana, aliás como portador do afamado sangue gaulês, pois, paralelizando a célebre frase de Rivarol1 - não sendo claro, não é francês – não sendo racionalista, não é francês.
Seus amigos, e sinto prazer de afirmar ter sido um deles, sentiam nele a existência da conformação de uma personalidade sólida, segura, muito esclarecida. Percebia-se-lhe, na exposição de ideias um familiar de Pascal, Montesquieu, Rousseau, entre os antigos; e, entre os modernos, Rénan, Anatole, Romain Rolland, mas não fazia ele nenhuma ostentação de cultura.
Não duvide o leitor desses escassos e superficiais informes, pois nossos contatos duraram muito tempo. E ainda acrescento, para ilustração de minhas observações: Leprevost pertencia a um admirável e extraordinário grupo de pesquisadores e praticantes do Espiritismo, afamado até no Brasil. Compunham-no, entre outros: Lívio Moreira, Flávio Luz, Amorety Osório, Odilon Negrão, Luiz Parigot de Souza, João Ghignone, Erasto Gaetner, Pedro Ghignone, Heitor Rodrigues, João Rodrigo de Freitas, Plínio Tourinho, Manuel Stoli Nogueira, Agostinho Pereira Alves, Raul Rodrigues Gomes (permitam-me a menção nominal), os Holzmann (Jacob – o velho, Álvaro, Rui, Epaminondas, Rubens).
Para mostrar a importância desse grupo, cito isto: aqui se fizeram experiências de voz direta, em comunhão com o notável Bradley, do Mais Além das Estrelas; houve comunicações com Richet, Bozzano, Crawford.
Todas as sessões eram precedidas ou sucedidas de vastas discussões já sobre temas doutrinários do kardecismo, já sobre o conteúdo das comunicações vindas por incorporação ou pela voz direta. Várias das figuras do grupo eram espíritas-racionalistas. No auge dos debates, cheguei certa feita a tachar alguns de prógonos2 e epígonos3 como partidários de um Espiritismo materialista. Mas isso era força de expressão, pois na realidade se cogitava de personalidades de alta cultura e senso acurado de responsabilidade, conhecidas, aliás, pelas polêmicas por elas mantidas aqui e fora daqui.
Realizadas as principais sessões com constância, durante longos anos, à noite, na casa de João Ghignone ou na chácara de Luiz Parigot de Souza, delas participavam as pessoas de projeção social, econômica e política, generais, médicos, advogados, ora bem, em muitas feitas travava-se o exame dos trabalhos. Aí, indiscutivelmente, transparecia o grau de cultura científica, filosófica e espiritualista dos participantes dos encontros. E José Leprevost se topava na primeira linha dos revisores e discutidores, com uma evidente reserva de argumentos e raciocínios de craveira superior. À vista de sua genealogia, tinha de ser assim: pelo jus sanguinia e pelo jus soli devia ser racionalista. E assim aconteceu.
Observando-o em todos os nossos prazos dados ou nos eventuais, sentia eu, impetuoso e impulsivo, à segurança daquele autodomínio, conduzindo o pensamento dentro de uma expressão concisa e firme. Entretanto, transparecia também, na sua dialética, a volúpia de discutir, contestar, iniciando-se-lhe o trabalho pela dúvida. Enquanto eu aceitava para depois discernir, incorrigivelmente vítima da incurabilidade de uma boa fé de aparência até mórbida, Leprevost antepunha-nos sempre, invariavelmente, suas objeções polidas, posto ele deparar, como uma das características de sua individualidade, a polidez – a fidalguia de um perfeito gentilhomem, e datilografo esse termo em vez de gentleman me assoprado pelos meus assessores invisíveis, por aquele exprimir melhor a finura, o savoir faire dum descendente de francês.
Filho de um oficial do exército francês, Jorge Leprevost, para aqui emigrado, este, localizando-se em Cerro Azul, ali se matrimoniou com uma canadense e, transferindo-se para São José dos Pinhais, aí nasceram e cresceram os descendentes diretos. Integrado em nossa assembleia, compartilhou todos os sucessos de nossa evolução sociopolítica, na monarquia e nos dias tumultuosos da implantação e consolidação da república. Envolvido nos fatos da revolução, participando das atividades florianistas, o intrépido militar francês foi fuzilado em Tijucas pelas forças de Gumercindo Saraiva.
Ao contrário de representantes de outras etnias, fiéis aos hábitos, língua e cultura originários, os Leprevost se integraram totalmente em nossos modos de vida. José conservou sempre um sotaque nitidamente acaboclado, e me interessava profundamente essa sua demonstração de assimilação cultural. Vivendo como vivia no interior, ao se transferir para campo mais amplo, conservou aquela simbiose curiosíssima de absorção, de sua parte, de nossa psicologia brasílica, mas com claros sinais do substrato racial. E aí, como já salientei, predominava o seu vigoroso e irredutível uso e prática do racionalismo gaulês.
Na complexidade de sua figura viril e varonil, coexistia o pendor de um capitão de comércio e indústria. Possuía uma imaginação fértil e uma notável capacidade de iniciativa. Sobressaía nele a tendência de investidor e empreendedor sempre alerta para os mandados de sua forte inventividade.
Estender-se-ia por copioso rol o número de seus tentames de várias naturezas nos mais singulares setores de produtividade. A exploração, por exemplo, de minérios o preocupava. E antes e durante a Segunda Guerra – cito esse exemplo por minha participação num tentame de exportação de ferro para a Polônia – José Leprevost buscou rotas para realizações. Nas vésperas da invasão da terra de Kosciuski pelo feroz hitlerismo, iniciei e encaminhei com segurança vultosos contratos com o governo daquele país.
O grupo de Leprevost exportaria de Antonina centenas de milhares de toneladas de um minério de hematita com alto teor metálico. Na base das diversas análises por ele mandadas fazer em laboratórios de São Paulo, Minas e Rio – se não estouraram o conflito – saíram negócios grandes, com a vantagem de navios de armadores virem pegar o produto aqui. Respigo em minhas reminiscências esse exemplo, por minha interferência em démarches, visto como contava com ligações de alto gabarito na embaixada e consulado polacos, depois de uma visita aos estandes da exposição realizada no Rio e por mim visitada como integrante de uma embaixada de jornalistas, da qual também faziam parte Jorge Ribeiro, Borel du Vernay e outros. Trabalhador incansável, como comandante dava Leprevost o exemplo de sua dedicação a seus misteres.
E, não ajudando a sorte a um mourejador sistemático e produtivo, não refugava tarefa nem empreendimento. A par com criações de sua rica capacidade inventiva, às voltas sempre com patenteação de novidades e inovações, não enjeitava serviço ou empresa.
Durante alguns anos, explorou lenha na Serra do Mar. E para ali seguia, antemanhã, já permanecendo durante o dia, numa comprovação de seu amor ao trabalho e à disciplina.
Os caboclos o estimavam muito, o respeitavam, pois ele patenteava, em seus modos, sua adaptação aos meios rústicos, numa simplicidade impressionante de gestos e atitudes. Participava de seus cardápios modestos, bebia chimarrão nas suas rodas.
Observando a regularidade de sua presença ao serviço, com bom ou mau tempo, este muito sujeito a chuvas e cerrações na região montanhosa, um sertanejo pilheriou:
Seu Leprevost, a mortalha não tem bolso...
Isso, no pressuposto de lhe atribuir ambições excessivas, quando ele era um desprendido.
No exercício de sua profissão de industrial e comerciante, Leprevost passou incólume através da cronicidade de nossas crises e, ainda mais vindo da era da inexistência de bancos em Curitiba, desencarnou de nome e vida limpos de complicações forenses.
Firme em suas convicções filosóficas ou religiosas, se não aparecia na imprensa manejando a palavra escrita em prol de ideias, entretanto nunca faltou nas rudes pelejas aqui travadas em favor da liberdade de pensamento e propagação do Espiritismo, deste permanecendo adepto inabalável, embora, segundo já acentuei, submetido de contínuo ao cartesiano.
Cidadão útil, consciente, equilibrado, cumpridor de seus deveres para com a família e a coletividade, pôde e soube preparar seus herdeiros para servirem sua terra em profissões liberais e científicas: médicos, engenheiros químicos aí estão, portadores de seu nome honrado, como elementos ativos e produtivos, de relevo técnico e social, perpetuando a tradição dos Leprevost!
Raul Rodrigues Gomes
Matéria do Jornal Mundo Espírita nº 968, de 28.2.1965
Em 22.2.2021
Matéria do Jornal Mundo Espírita nº 968, de 28.2.1965
Em 22.2.2021
Antoine Rivarol – escritor francês (26 de junho de 1753, Bagnols-sur-Cèze, Gard — 11 de abril de 1801, Berlim)
2 Prógono – o primeiro, o mais ilustre, o precursor
3 Epígono – discípulo, descendente, o que nasceu depois
2 Prógono – o primeiro, o mais ilustre, o precursor
3 Epígono – discípulo, descendente, o que nasceu depois
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014