Maria de Fátima Andrade Teixeira
Conhecida simplesmente como Fátima, a trabalhadora incansável da URE e presidente do Centro Espírita Fé, Amor e Caridade, de Paranavaí/PR, voltou a militar junto às hostes espirituais.
Foram vinte e seis dias de dura prova, imposta pela enfermidade, durante a qual deu mostras de resignação, fé e esperança.
Seu legado se desdobra no campo familiar, profissional, social, tanto quanto no espaço do Ideal Espírita, onde luzia a indicar os caminhos dos valores intransferíveis da responsabilidade, fidelidade, amor ao estudo e ao trabalho.
Àqueles que fomos honrados pela sua convivência, restou uma doce saudade, que vai equilibrada pelo encanto da sua vitória final.
O nosso Codificador bem subsidia este jeito de sentir, ao comentar o item 936, de O Livro dos Espíritos: Estando o Espírito mais feliz no Espaço que na Terra, lamentar que ele tenha deixado a vida corpórea é deplorar que seja feliz. Figuremos dois amigos que se achem metidos na mesma prisão. Ambos alcançarão um dia a liberdade, mas um a obtém antes do outro. Seria caridoso que o que continuou preso se entristecesse porque o seu amigo foi libertado primeiro? Não haveria, de sua parte, mais egoísmo do que afeição em querer que do seu cativeiro e do seu sofrer partilhasse o outro por igual tempo? O mesmo se dá com dois seres que se amam na Terra. O que parte primeiro é o que primeiro se liberta e só nos cabe felicitá-lo, aguardando com paciência o momento em que a nosso turno também o seremos.
Nascida em 27 de novembro de 1958, na capital paulista, por amor de seus pais Cristino Domingues e Carlota Vieira de Andrade, Fátima completou seu ciclo carnal em 26 de abril de 2021. Às 12h48, a porta do cárcere abriu-se, e depois de 62 anos de peregrinação terrena, liberta, ampliou seu voo, por certo pousando nos braços do saudoso esposo, nosso confrade e igualmente idealista Ailton Batista Teixeira, que regressara à Espiritualidade dois anos antes, em 3 de abril de 2019.
Agora, o casal, que se reencontrou por aqui e por aqui uniu-se em matrimônio, em 1980, quiçá retomam laços de convívio em nome do divino amor.
Enquanto isso, Wanessa e Viviane, filhas, André, Lívia e Maria Alice, netos, permanecem avançando pelos caminhos da experiência terrestre.
Fátima aportou com o esposo, Ailton, na Paranavaí de 1990 para não mais saírem e onde, operosos, conquistaram amigos e admiradores sempre agradecidos e honrados.
Bendita Doutrina, que encurta distâncias, mitiga dores, eterniza amores. Faz da saudade degrau para a firmeza do carinho e do amor entre as almas.
Distante das nossas vistas comuns, mas sempre pertinho do nosso grato coração prossegue nossa querida amiga e irmã de sempre, a nossa Fátima. Parabéns, amiga. Até mais...
Foto: Acervo pessoal
Osvaldo Monteiro
Em 13.5.2021.
Em 13.5.2021.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014