Paulo Roberto Oliveira
A vida profissional de Paulo Roberto Oliveira foi passada entre estúdios de emissoras de rádio, por mais ou menos 50 anos.
Seu ganha pão é sua voz calma e grave, uma das mais conhecidas e admiradas do país. Mesmo aqueles que não professam a fé na Doutrina Espírita não conseguem ficar indiferentes à locução segura e serena que ele emprega na leitura das mensagens do Programa Momento Espírita, veiculado em cerca de duzentas emissoras do país.
As mensagens são transmitidas sem a pretensão de doutrinar ninguém. Apenas para proporcionar um acalento aos ouvintes independentemente de suas crenças – ou até mesmo aos que não têm nenhuma. O programa rendeu até agora 36 CDs com as mensagens mais pedidas pelos ouvintes.
Paulo Roberto adotou o Espiritismo, aos 18 anos, por influência da mãe, Ana Guimarães Oliveira, católica convicta, mas que o incentivou a conhecer a doutrina de Allan Kardec. Sebastião Paraná, bisavô de sua mulher Lia Teresa Schleder Gonçalves de Oliveira, foi um dos fundadores da Federação Espírita do Paraná, que produz o Momento Espírita e do Clube Curitibano. Apesar de formado em Psicologia, pela Universidade Tuiuti do Paraná em 1979, Paulo Roberto nunca deu um conselho a ninguém como tal.
Seu consultório é o microfone da atração religiosa. Casado, ele tem cinco filhos homens, um deles já desencarnado, e cinco netos.
Voltemos um pouco no tempo.
Catarinense de Lages, o recém-saído da adolescência Paulo Roberto conseguiu um emprego na rádio Ouro Verde AM, em Curitiba. Era dezembro de 1972. Chegou em Curitiba com 15 anos para trabalhar numa farmácia. Aos 18 anos, já tinha um timbre de voz que chamava a atenção. Mas a vaga era para auxiliar de escritório. Sonhando com o microfone, aceitou-a e logo começou a treinar para ser locutor. Suas referências eram o paulista Humberto Marçal, da Rádio Bandeirantes, cuja voz era conhecida também pelos comerciais da Varig, além dos locutores da Rádio Jornal do Brasil do Rio de Janeiro, por onde passaram ases do microfone como Eliakim Araújo e Mario Seixas.
Este último emprestava sua voz ao Batman e era conhecido pela frase Versão brasileira Herbert Richers, dita antes de todo filme estrangeiro exibido nas tevês brasileiras na era pré-streaming, e de quem é amigo até hoje.
O auxiliar de escritório não durou muito na função. Logo foi abduzido pelo encantador mundo do estúdio radiofônico, que só quem passou por ele sabe o quanto é bom. Virou locutor em 1974. Um de seus mestres na casa foi Carlos Roberto Bostelmann, dono de um vozeirão daqueles. Teve uma passagem fugaz pela TV Iguaçu como locutor de chamadas e depois como apresentador e aventurou-se na publicidade na agência Umuarama Propaganda, do banco Bamerindus. Chegou a participar da fundação da Associação Paranaense de Publicitários, depois transformada em Sindicato das Agências de Propaganda do Paraná. Mas seu coração e suas cordas vocais eram definitivamente da Ouro Verde, então dirigida pelo jovem João Lydio Seiler Bettega, que viria a ser seu patrão até o fim da vida. Os dois estabeleceram uma longeva e produtiva tabelinha.
Dr. Bettega, como Paulo Roberto o chamava, morreu em julho de 2022, aos 89 anos. Tinham uma sintonia fina no trato pessoal e profissional. Em 1990, Paulo Roberto passou a ocupar o cargo de superintendente não só da Ouro Verde como também da Caiobá FM e da Difusora AM, até meados de julho de 2022, quando se desligou das três para se dedicar a seu novo projeto: candidatar-se à presidência do Clube Curitibano, sua segunda paixão.
Sua voz, no entanto, continua a ser ouvida no Momento Espírita.
Com a saída da emissora, Paulo Roberto pôde se dedicar de corpo e alma à candidatura à presidência do Curitibano, onde ele bate ponto diariamente como sócio há 42 anos e presidente do Conselho Deliberativo pela segunda vez. Virou conselheiro, na gestão de Luiz Gonzaga da Motta Ribeiro e titular nas gestões de seus amigos Renato Ramalho e Joaquim Miró, que o apoiam na tentativa de ocupar a principal cadeira do tradicionalíssimo clube da elite curitibana.
Nunca esteve no meu radar ser candidato. Só sou porque um grupo de associados começou a me incentivar, fala o experimentado radialista. Desde que adquiriu uma casa em Orlando, ele se divide entre Curitiba e a cidade americana, onde passa temporadas ao lado da família e, claro, ouvindo rádios.
Aos 68 anos, Paulo Roberto está em paz com a vida. Cinquenta e um anos depois de sua chegada a Curitiba, ele assumiu a presidência de um dos clubes mais tradicionais da cidade.
Seu ganha pão é sua voz calma e grave, uma das mais conhecidas e admiradas do país. Mesmo aqueles que não professam a fé na Doutrina Espírita não conseguem ficar indiferentes à locução segura e serena que ele emprega na leitura das mensagens do Programa Momento Espírita, veiculado em cerca de duzentas emissoras do país.
As mensagens são transmitidas sem a pretensão de doutrinar ninguém. Apenas para proporcionar um acalento aos ouvintes independentemente de suas crenças – ou até mesmo aos que não têm nenhuma. O programa rendeu até agora 36 CDs com as mensagens mais pedidas pelos ouvintes.
Paulo Roberto adotou o Espiritismo, aos 18 anos, por influência da mãe, Ana Guimarães Oliveira, católica convicta, mas que o incentivou a conhecer a doutrina de Allan Kardec. Sebastião Paraná, bisavô de sua mulher Lia Teresa Schleder Gonçalves de Oliveira, foi um dos fundadores da Federação Espírita do Paraná, que produz o Momento Espírita e do Clube Curitibano. Apesar de formado em Psicologia, pela Universidade Tuiuti do Paraná em 1979, Paulo Roberto nunca deu um conselho a ninguém como tal.
Seu consultório é o microfone da atração religiosa. Casado, ele tem cinco filhos homens, um deles já desencarnado, e cinco netos.
Voltemos um pouco no tempo.
Catarinense de Lages, o recém-saído da adolescência Paulo Roberto conseguiu um emprego na rádio Ouro Verde AM, em Curitiba. Era dezembro de 1972. Chegou em Curitiba com 15 anos para trabalhar numa farmácia. Aos 18 anos, já tinha um timbre de voz que chamava a atenção. Mas a vaga era para auxiliar de escritório. Sonhando com o microfone, aceitou-a e logo começou a treinar para ser locutor. Suas referências eram o paulista Humberto Marçal, da Rádio Bandeirantes, cuja voz era conhecida também pelos comerciais da Varig, além dos locutores da Rádio Jornal do Brasil do Rio de Janeiro, por onde passaram ases do microfone como Eliakim Araújo e Mario Seixas.
Este último emprestava sua voz ao Batman e era conhecido pela frase Versão brasileira Herbert Richers, dita antes de todo filme estrangeiro exibido nas tevês brasileiras na era pré-streaming, e de quem é amigo até hoje.
O auxiliar de escritório não durou muito na função. Logo foi abduzido pelo encantador mundo do estúdio radiofônico, que só quem passou por ele sabe o quanto é bom. Virou locutor em 1974. Um de seus mestres na casa foi Carlos Roberto Bostelmann, dono de um vozeirão daqueles. Teve uma passagem fugaz pela TV Iguaçu como locutor de chamadas e depois como apresentador e aventurou-se na publicidade na agência Umuarama Propaganda, do banco Bamerindus. Chegou a participar da fundação da Associação Paranaense de Publicitários, depois transformada em Sindicato das Agências de Propaganda do Paraná. Mas seu coração e suas cordas vocais eram definitivamente da Ouro Verde, então dirigida pelo jovem João Lydio Seiler Bettega, que viria a ser seu patrão até o fim da vida. Os dois estabeleceram uma longeva e produtiva tabelinha.
Dr. Bettega, como Paulo Roberto o chamava, morreu em julho de 2022, aos 89 anos. Tinham uma sintonia fina no trato pessoal e profissional. Em 1990, Paulo Roberto passou a ocupar o cargo de superintendente não só da Ouro Verde como também da Caiobá FM e da Difusora AM, até meados de julho de 2022, quando se desligou das três para se dedicar a seu novo projeto: candidatar-se à presidência do Clube Curitibano, sua segunda paixão.
Sua voz, no entanto, continua a ser ouvida no Momento Espírita.
Com a saída da emissora, Paulo Roberto pôde se dedicar de corpo e alma à candidatura à presidência do Curitibano, onde ele bate ponto diariamente como sócio há 42 anos e presidente do Conselho Deliberativo pela segunda vez. Virou conselheiro, na gestão de Luiz Gonzaga da Motta Ribeiro e titular nas gestões de seus amigos Renato Ramalho e Joaquim Miró, que o apoiam na tentativa de ocupar a principal cadeira do tradicionalíssimo clube da elite curitibana.
Nunca esteve no meu radar ser candidato. Só sou porque um grupo de associados começou a me incentivar, fala o experimentado radialista. Desde que adquiriu uma casa em Orlando, ele se divide entre Curitiba e a cidade americana, onde passa temporadas ao lado da família e, claro, ouvindo rádios.
Aos 68 anos, Paulo Roberto está em paz com a vida. Cinquenta e um anos depois de sua chegada a Curitiba, ele assumiu a presidência de um dos clubes mais tradicionais da cidade.
Reinaldo Bessa
Em 19.8.2023.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014